Dia da Cachaça: versão regional da bebida atrai turistas e aquece o mercado em Belém

A bebida que é a cara do Brasil, toma traços cada vez mais amazônicos, no Pará e vendedores comemoram a popularidade.

Gabi Gutierrez
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Conhecida também como ‘pinga’, ‘branquinha’, ‘mardita’ e aguardente, a cachaça é a mais brasileira das bebidas. No Pará, ela ganha sabores únicos da Amazônia, como jambu e cupuaçu, que a tornam especial. Nesta sexta-feira, 13 de setembro, Dia da Cachaça, Belém celebra essa tradição que vai além do copo: cachaças regionais estão atraindo turistas e movimentando a economia, se firmando como novos símbolos da cidade.

Vendedores comemoram o sucesso

A peculiaridade da mistura da ‘aguardente’ com o jambu faz dessa cachaça uma das bebidas mais procuradas no comércio local, especialmente por turistas. Segundo Yorrani Leão, vendedora de cachaças há sete anos no Ver-O-Peso, a demanda é significativamente maior entre visitantes de outras regiões. Com preços a partir de R$20, ela detalha que a versão artesanal, atrai ainda mais pelas ‘florzinhas’ da iguaria paraense.

“Eu vendo muito mais para turistas do que para o público local. A artesanal, especialmente a de jambu, é a que mais desperta interesse, principalmente por causa da florzinha de jambu”, revelou. 

Ela complementa dizendo que, além da de jambu, sabores como bacuri, cupuaçu e açaí completam o leque de opções com elementos paraenses, tornando a experiência de degustação ainda mais diversificada.

Ainda no Ver-o-Peso, Marcilene Silva, também trabalha com a venda de cachaças e licores regionais no mercado. Ela observa que, desde 2020, a procura não para de crescer. “Por dia, vendo entre 50 e 60 garrafas. Quinta, sexta e sábado são os melhores dias”, contou Marcilene, ressaltando que, também, a maioria dos seus clientes são aqueles que estão conhecendo Belém. 

Ela conta que começou a vender no mercado tucupi, juno com sua mãe, que atuava no ramo desde os 12 anos. Porém, com a ascensão da bebida, a cachaça se tornou uma opção de mercadoria muito mais vantajosa. “O tucupi conseguimos vender no máximo 10 garrafas por dia, mas é algo que dá muito trabalho para a produção. Por isso, rende pouco pra gente. Quando comecei a vender a cachaça, aumentamos muito nosso lucro”, disse.

Para as duas vendedoras, a mais famosa é a de opção da bebida saborizada com jambu, mas Marcilene pontua que para os turistas, tudo que traga a experiência diferente é bem vindo: “A segunda mais procurada é a cachaça de cupuaçu. Ela também tem um sabor diferente, mas é mais docinha, também agrada bastante”.

Atrativo para o turismo 

Além de impulsionar o comércio, a cachaça de jambu tem se consolidado como uma nova identidade turística para Belém, atraindo visitantes de todas as partes do Brasil e do mundo. Mariana Oliveira e Gabriel Nunes, de Belo Horizonte, vieram ao mercado do Ver-O-Peso com um objetivo: provar a cachaça de jambu. “Já tínhamos provado uma versão mineira, mas queríamos experimentar a original de Belém. Aqui tem um sabor mais autêntico, mais apurado”, comentou Mariana, que disse que pretende levar algumas garrafas como lembrança para familiares e amigos.

Gabriel destaca que a sensação de formigamento é o que mais atrai nessa ‘iguaria’ e disse que esperam provar mais sabores ao longo da passagem por Belém. “É muito diferente da tradicional. Adoramos essa sensação de formigamento. Queremos procurar outros sabores também”, disse.
Também pela primeira vez na capital paraense, as amigas Poliana Cruz, de Rondônia, Silvana Oliveira e Maria Magno Feitosa, do Mato Grosso, são exemplos de visitantes que não resistiram ao convite para experimentar a cachaça de jambu. Em sua primeira prova da bebida, Silvana descreveu a experiência como “maravilhosa”, destacando a sensação peculiar de formigamento na boca que a bebida proporciona. 

“Eu não sou uma consumidora de cachaça, mas quando viajo, gosto de experimentar as bebidas locais. Foi uma combinação perfeita com o calor daqui”, afirmou, mostrando como o diferencial da cachaça de jambu se alinha perfeitamente com o clima tropical da região.

Poliana também conheceu o sabor diferente da bebida e fez seu relato: “É uma sensação muito diferente. Não gosto muito de cachaça, mas essa, literalmente, tem sabor. Gostei demais”.

No coração dos belenenses

Mas, para além dos turistas, a cachaça de jambu também tem o coração dos apreciadores da bebida aqui de Belém. Mariana Carvalho, de 28 anos, é apreciadora da versão paraense da bebida. 

A arquiteta conheceu a bebida em 2017, no aniversário de uma amiga e revelou que, diferente dos visitantes, sua primeira experiência com a bebida não foi das melhores. “Eu quase não tomava cachaça, só em drink e provei pela primeira vez. Eu diria que a primeira sensação foi ruim e só depois eu descobri que o segredo era segurar a cachaça uns segundos na boca. Hoje eu sei que isso é o que faz toda a diferença”, explicou.

Como todo bom paraense, Mariana, sempre que viaja, leva para amigos e parentes uma garrafa da iguaria. “Sempre me pedem, todo mundo gosta. Seja para decoração, seja para degustar”, falou. Assim como os bombons regionais, ela conta que uma garrafa com a bebida é sempre uma opção de lembrança: "Sempre compramos para as festas de família, aniversário e quando eu quero dar algo de presente pra alguém”.

 

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