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COP é o momento de fazer o desenvolvimento sustentável realidade, diz Luiz Lessa, presidente do BASA

"A COP-30 é uma oportunidade ímpar para implementar mudanças significativas na abordagem ao desenvolvimento e à preservação ambiental", afirma Luiz Antônio Lessa.

Gabi Gutierrez

"A COP-30 é uma oportunidade ímpar para implementar mudanças significativas na abordagem ao desenvolvimento e à preservação ambiental", afirma Luiz Lessa, presidente do Banco da Amazônia, em entrevista ao Grupo Liberal. Lessa ressaltou a importância desse evento como um marco para iniciativas que visam transformar a qualidade de vida e promover a sustentabilidade na região. A expectativa é que o evento, previsto para atrair mais de 10 mil participantes e gerar discussões essenciais sobre a Amazônia, possa tornar o desenvolvimento sustentável realidade na região amazônica.

Segundo Luiz Lessa, o Banco da Amazônia está direcionando recursos para projetos em logística, transição energética e saneamento, áreas que são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida local. No primeiro semestre de 2024, a instituição aplicou R$ 6,7 bilhões destinados a municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), refletindo um crescimento de 8,1% em relação ao período anterior.

Além das iniciativas urbanas, o banco também está intensificando seus esforços na agricultura familiar, um setor vital para a região. Lessa destaca que, apenas no primeiro semestre deste ano, foram investidos R$ 590 milhões em programas voltados para a agricultura familiar, um aumento de quase 76% em relação a 2023. Esses investimentos visam melhorar práticas agrícolas e a comercialização de produtos, contribuindo para um desenvolvimento sustentável e fortalecendo a economia local.

Confira a entrevista na íntegra:

Quais são as principais estratégias e iniciativas do Banco da Amazônia para incentivar e fomentar o desenvolvimento sustentável na região Amazônica, especialmente no Pará?

Luiz Antônio Lessa: No Banco da Amazônia, temos um olhar amplo para o legado da COP-30, focando em como esse evento pode trazer mudanças positivas na vida das pessoas e na sustentabilidade da região. Não olhamos apenas para Belém, mas para toda a Amazônia, identificando projetos relevantes em logística, transição energética, saneamento e tratamento de resíduos sólidos, que são demandas essenciais para melhorar a qualidade de vida das pessoas na região. Além disso, reconhecemos a necessidade de melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) na Amazônia, que é muito baixo em comparação com o alto índice de preservação ambiental. Para isso, trabalhamos com ferramentas como o microcrédito produtivo orientado, tanto urbano quanto rural, que inclui não apenas a concessão de crédito, mas também assistência técnica e capacitação para que os beneficiários possam desenvolver seus negócios de forma sustentável.

Quais iniciativas o Banco da Amazônia possui voltadas para a agricultura familiar?

Temos o programa voltado para a agricultura familiar, que não só disponibiliza crédito, mas também assistência técnica para que os agricultores possam melhorar suas práticas, aumentar a produtividade e comercializar seus produtos de forma mais eficiente. No primeiro semestre deste ano, aplicamos R$ 590 milhões em programas de agricultura familiar, representando um crescimento de quase 76% em relação ao ano anterior. Nosso objetivo é gerar desenvolvimento, negócios e alimentos de qualidade, promovendo um impacto positivo na vida das famílias agricultoras.

Quais foram os resultados alcançados pelo Banco da Amazônia no primeiro semestre deste ano?

No primeiro semestre deste ano, aplicamos um total de R$ 9 bilhões em crédito. Desse montante, R$ 6,7 bilhões foram direcionados a negócios em municípios com baixo IDH, mostrando um crescimento de 8,1% em relação ao período anterior. Em termos de sustentabilidade, 34% dos créditos, ou R$ 4,5 bilhões, foram aplicados em linhas para financiar negócios verdes, desde a agroindústria até o custeio agrícola, com descontos em taxas de juros para empreendimentos que apresentem altos níveis de sustentabilidade. Além disso, focamos no empreendedorismo feminino com a linha "Amazônia para Elas", que atendeu mais de 12 mil mulheres empreendedoras no primeiro semestre, desembolsando cerca de R$ 45 milhões e crescendo mais de 20% em relação ao ano passado.

Como o Banco da Amazônia está apoiando o agronegócio na região do Matopiba?

O Banco da Amazônia atua fortemente na região do Matopiba, que é uma das fronteiras agrícolas mais importantes do Brasil. Investimos em infraestrutura de armazenagem e logística, essenciais para o escoamento da produção agrícola. No Plano Safra 2023-2024, aplicamos R$ 10,7 bilhões, um crescimento de 35% em relação ao ano anterior, com recursos destinados a apoiar pequenos, médios e grandes produtores. Para o Plano Safra 2024-2025, alocamos R$ 11 bilhões, com R$ 1,3 bilhão destinado à agricultura familiar, R$ 5,4 bilhões para pequenos e médios produtores e R$ 4,3 bilhões para a agricultura empresarial, fortalecendo o setor agrícola na região.

Quais são as iniciativas do Banco da Amazônia para fortalecer o empreendedorismo urbano na capital e outras áreas urbanas?

Focamos em fortalecer o microempreendedorismo através do microcrédito produtivo orientado urbano, com um crescimento significativo nos últimos anos. No primeiro semestre deste ano, aplicamos R$ 161 milhões em microcrédito urbano, um aumento de 17% em relação ao ano passado. Para apoiar pequenos e médios empreendedores, utilizamos linhas de crédito como o Pronamp, que teve um crescimento de mais de mil por cento no valor alocado no primeiro semestre deste ano. Também disponibilizamos linhas do FNO para capital de giro e investimentos, visando apoiar empreendimentos urbanos mais estruturados.

Como o Banco da Amazônia está apoiando o agronegócio no interior do Estado?

No interior do Estado e na região do Matopiba, que inclui partes do Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, sul do Pará e Maranhão, o Banco da Amazônia está investindo fortemente em infraestrutura de armazenagem e logística, essenciais para o escoamento da produção agrícola. No plano safra, que vai de julho a junho, tivemos um orçamento de R$ 9,9 bilhões para apoiar o agronegócio e aplicamos R$ 10,7 bilhões, o que representa 108% do previsto inicialmente. Comparado ao ano safra anterior, o crescimento foi de 35%.

E agora, falando sobre modernização, como o senhor analisa hoje, com toda essa modernidade que vivemos na relação do consumidor com os bancos? Hoje em dia, temos uma infinidade de bancos digitais e outras fintechs. Como o Banco da Amazônia tem se preparado e evoluído para tentar, embora não sejam iguais, igualar seus serviços aos desses bancos digitais, que para muita gente ainda são desconhecidos, como o senhor vê a relação do Banco da Amazônia com esses avanços tecnológicos?

Eu tenho a oportunidade de falar sobre o que estamos fazendo internamente. Chegamos aqui no ano passado com uma missão muito clara de fazer uma transformação no Banco da Amazônia, modernizando-o para oferecer um serviço reconhecidamente de qualidade à população. Para isso, começamos um programa de transformação, um planejamento que iniciou no final do ano passado, foi aprovado no primeiro trimestre e estamos começando a aplicá-lo agora.

Primeiro, estamos avaliando nossa capacidade de servir. Atualmente, o Banco da Amazônia serve a população principalmente através de sua rede de agências. Apesar de termos uma rede de agências pequena, que representa apenas 9% da rede da região Norte, essa rede é responsável por 46% de todo o crédito de fomento na região. É uma rede pequena, mas muito atuante e importante, embora não seja suficiente. Com a modernidade, precisamos ter um approach de multicanalidade, permitindo ao cliente se relacionar com o banco por diversos canais, não apenas pela agência física. No interior, o deslocamento para as agências pode ser difícil e caro, às vezes exigindo dias de barco para ir e voltar.

Portanto, precisamos investir em multicanalidade. Isso significa ter canais que complementem o atendimento da rede de agências. O primeiro deles é o correspondente bancário. Correspondentes bancários são locais como lotéricas e postos de gasolina, onde você pode pagar contas, sacar dinheiro e até obter assistência creditícia.

Estamos investindo fortemente na criação de uma rede de correspondentes bancários para serviços financeiros e para pagamentos e recebimentos de recursos. Já assinamos o primeiro convênio com a Caixa Econômica, e as lotéricas começarão a cumprir esse papel. Mas isso não se restringe apenas às lotéricas; queremos uma rede robusta de correspondentes bancários para expandir nossa presença e atendimento a todos os municípios da região.

Também precisamos de um serviço de atendimento remoto. Precisamos de um call center onde as pessoas possam ligar para tirar dúvidas, fazer reclamações, comprar produtos, finalizar negócios e também receber ofertas ativas, como seguros e cartões de crédito. Isso é importante para complementar nosso leque de produtos e melhorar nossos resultados.

Por fim, precisamos ter um aplicativo que permita a abertura de contas de forma digital, acessar cartões de crédito e créditos, fazer investimentos em poupança ou fundos de investimento. Com a combinação de correspondentes bancários, call center e app, buscamos oferecer um atendimento mais eficiente e acessível à população.

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Economia
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