Comprar a casa própria neste final de ano é um bom negócio?

Para os especialistas sim, mas os consumidores apontam elevada taxa de juros como dificuldade, principalmente no caso dos financiamentos

Elck Oliveira
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Com a proximidade do ano novo, muita gente aproveita para desengavetar projetos, como é o da casa própria. Influenciada pelos ganhos extras, como é o caso do pagamento do décimo terceiro salário, uma grande parcela da população busca o período de dezembro para tentar conquistar o imóvel dos sonhos. Mas será que, neste final de ano de 2022, as condições estão realmente vantajosas ou é melhor esperar um pouco mais para assumir um compromisso tão importante?

Para o economista Genardo Oliveira, este é um momento interessante para a compra do imóvel próprio, sobretudo para quem está interessado em financiar, tendo em vista a oscilação no preço dos aluguéis. “O financiamento, muitas vezes, corresponde ao valor que hoje se paga em locação e, no final, o imóvel é seu. O importante para os interessados em adquirir imóveis é levarem em consideração que o dinheiro direcionado para o financiamento imobiliário pode e deve ser de uma origem de recurso de investimentos ou fruto da aplicação financeira. O pulo do gato é usar dinheiro destas aplicações e direcionar seus rendimentos, pagando a parcela do financiamento imobiliário, não se limitando somente ao uso da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)”, explica.

É vantajoso financiar imóvel fora dos bancos públicos?

Segundo Genardo, além dos programas federais de habitação, que ainda hoje subsidiam partes dos valores cobrados pelas moradias, as instituições financeiras e os bancos privados concedem empréstimos financeiros em formato de financiamento, com juros e créditos imobiliários mais baratos e atrativos, o que é uma realidade muito diferente da de outros países. “Quando comparamos hoje o Brasil com os demais países do mundo, o nosso país ainda é mais acessível para a aquisição de imóvel próprio. É preciso apenas o escolher o sistema de amortização adequado para cada pessoa. O sistema de amortização é nada mais que o pagamento de um compromisso periodicamente, com data determinada. Por isso, é fundamental eleger a melhor forma de pagamento, considerando as opções apresentadas e os tipos existentes, que melhor se adaptem ao bolso. Façam pesquisa”, aconselha o especialista.

Já o corretor de imóveis Renan Cruz pontua que é fundamental, para quem está procurando formas de adquirir a casa própria, contar com a ajuda de um profissional da área. “Além de intermediar o processo de compra e venda, esse profissional vai buscar as melhores negociações de acordo com a realidade do cliente, pois é um profissional que está constantemente no mercado e entende a realidade do cliente para melhor adequar suas escolhas, bem como fazer uma pesquisa e análise prévias de documentações e procedências em caso de imóveis para revenda”, pontua. 

De acordo com Renan, o momento é propício para aquisição da casa própria, principalmente para quem deseja morar em Belém ou área de influência. “O mercado está aquecido em virtude da grande demanda de imóveis residenciais que estão sendo construídos nas regiões de expansão de Belém, como é a rodovia Augusto Montenegro. As condições estão boas tanto para quem deseja morar ou quer investir”, acredita. 

Juros altos afastam clientes

O servidor público Tales Magalhães, de 29 anos, está nessa busca. Ele mora com os pais, mas, depois que ficou noivo, há cerca de um ano, começou a procurar pela casa dos sonhos, que ainda não foi viabilizada porque, na opinião dele, os juros de financiamentos, por exemplo, estão elevados. Por conta disso, ele e a noiva estão cogitando morar de aluguel, pelo menos por um tempo. “Encontrar um imóvel que atenda ao nosso bolso e seja perto do nosso local de trabalho tem sido difícil, visto que o custo dos imóveis do centro da grande Belém estão em uma faixa de valor muito cara. Por isso, passamos a buscá-lo por perto do Tapanã e proximidades da Augusto Montenegro”, conta ele. 

Para Tales, o financiamento é uma boa opção, desde que o comprador tenha um valor substancial para dar de entrada no processo. “Caso não tenha, talvez seja mais interessante tentar reservar uma quantia maior para no futuro poder negociar um imóvel próprio com uma melhor taxa de juros. No meu caso, junto com a minha noiva, acreditamos que juntos devemos concretizar a compra do nosso próprio imóvel em no máximo um ano e meio, podendo acontecer mais cedo, caso ocorram mudanças na política de juros para financiamentos”, planeja.

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