CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Com mais necessidade de proteção, cresce procura por seguros no Pará, mostra Susep

No caso de danos e pessoas, os prêmios aumentaram 35,86%, passando de R$ 799,5 milhões em 2023 para R$ 1,08 bilhão em 2024, até maio

Elisa Vaz
fonte

O mercado de seguros tem despontado no Pará. Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que várias modalidades tiveram crescimento entre 2023 e 2024, considerando os meses de janeiro a maio, informações mais recentes divulgadas pela entidade.

É o caso, por exemplo, do seguro de danos e pessoas, cujos prêmios aumentaram 35,86%, passando de R$ 799,5 milhões nos cinco primeiros meses de 2023 para R$ 1,08 bilhão no mesmo intervalo deste ano. Prêmio não é o valor recebido pelo segurado, mas sim o que é pago à seguradora para que ela garanta a indenização especificada no contrato. Este item é estipulado com base no percentual do risco e na cobertura.

Já em relação ao seguro de vida tipo VGBL, segundo a Susep, houve uma alta de 16,1% entre os dois períodos - janeiro a maio de 2023 e o mesmo intervalo em 2024. Neste caso, as contribuições saíram de R$ 711,5 milhões para R$ 826,1 milhões. E o de previdência passou de R$ 49,5 milhões para R$ 52,4 milhões em contribuições, o que representa uma alta de 5,86%.

Corretor fala do mercado

O chamado corretor generalista é aquele que trabalha com todos os tipos de seguros do mercado, sem focar em uma área específica, como Edvaldo Fonseca Sampaio, que é certificado, com carteira de habilitação para atuar em todos os ramos, desde seguro de vida ao de animal, instrumento, carro, avião e outras modalidades.

Na avaliação do profissional, o mercado de seguros está tendo uma variação constante por causa do cenário vivido nos últimos anos. “A pandemia trouxe um up para os seguros de pessoas, principalmente o de vida, porque muita gente morreu e não tinha amparo de seguro para dar tranquilidade às famílias, ou seja, a pessoa faleceu e não deixou nada. A cultura do seguro de vida antes da pandemia era muito subjetiva, muita gente priorizava carro e não fazia seguro de vida e de patrimônio. Mas, devido à pandemia, foi a modalidade que mais cresceu”, avalia.

VEJA MAIS

image Seguro de vida: conheça os benefícios oferecidos pelo Sicoob Coimppa
Instituição oferece planos com proteção e benefícios personalizados

image Busca por seguros de vida cresce na pandemia; Pará ocupa 1º lugar no Norte
Até julho deste ano, R$ 62 milhões foram pagos pelas seguradoras, alta de 83,53% em relação aos números de todo o ano de 2019

Desde 2020, quando começou a pandemia da covid-19 no Brasil, a alta no Pará ficou em torno de 50%, de acordo com Edvaldo, mas depois disso o mercado já se estabilizou. “A tendência em qualquer modalidade é chegar a um momento em que se estabiliza. Aconteceu do ano passado para cá, mas ainda está em um patamar acima do que era antes da pandemia, tem gerado interesse”.

Especialista notou alta

Outra profissional da área, a corretora Karina Bentes, especializada em seguro de vida, trabalha com consultorias personalizadas. Embora o brasileiro ainda associe a modalidade à morte, ela diz que trata-se de uma proteção pessoal, profissional e familiar. Isso porque, além do valor que a família recebe após a morte do segurado, também é possível incluir outras coberturas, como doenças graves, internações, fraturas e mais.

“Você é jornalista, trabalha com as mãos; se acontecer qualquer coisa contigo e prejudicar suas mãos e você não puder mais atuar - e aí vale para médico e qualquer profissional que se enquadre -, tem uma proteção pessoal, profissional e familiar. A gente trabalha para manter a sua renda enquanto você está afastada do trabalho e manter o seu padrão de vida. Não é para competir com um plano de saúde. Essas duas modalidades são a base para um planejamento financeiro, só depois vem o investimento em patrimônio”, explica.

Em relação ao comportamento de mercado, Karina destaca que o seguro de vida tem crescido muito, não apenas no Pará, mas no Brasil como um todo, principalmente desde a crise sanitária provocada pela covid-19. Para se ter uma ideia, ela ressalta que a empresa onde atua teve um crescimento de 30% apenas no ano passado, sendo a seguradora que mais cresceu no Brasil. No Pará, ela acredita que o reflexo se deva, também, a uma maior cultura de educação financeira.

A modalidade mais buscada de seguro de vida, de acordo com a especialista, é a resgatável, em que o segurado pode ter acesso ao recurso ainda em vida, quase como uma reserva financeira. “Você tem direito às coberturas normais durante toda a vida, como fratura, internação e doença grave e, no final da vida, aos 75 anos, se você não morreu, tem direito a resgatar aquele dinheiro acumulado. A sua família recebe normalmente se você morrer, mas você mesmo também pode resgatar em vida”.

Valores são acessíveis

Os dois corretores garantem que o seguro é um produto que se encaixa no bolso de quase todas as pessoas; a parcela depende de cada cobertura. “O parâmetro para essa escolha é a renda da pessoa. A seguradora faz uma avaliação. Vamos supor que você ganhe R$ 10 mil, então eu proponho uma cobertura de R$ 100 mil, dez vezes o valor do salário - isso dependendo da profissão, porque algumas têm mais risco e a cobertura é maior, mas fica para a escolha do cliente. Claro que alguém que ganha mil reais não vai fazer um seguro de R$ 200 mil, a seguradora dá outra sugestão, por exemplo R$ 50 mil”, pontua o corretor Edvaldo Sampaio.

Ele diz que o seguro de vida, em relação a outras modalidades, é “muito barato”. Ele deu um exemplo: para uma cobertura na faixa de R$ 300, o pagamento pode ser de R$ 110 por mês. Incluindo outras coberturas, como doenças graves, infarto, câncer, pode aumentar a cobertura e, consequentemente, a parcela, mas a pessoa pode receber uma parte do dinheiro em vida para ajudar no tratamento, compra de medicação ou cirurgia.

Karina concorda que os preços são baixos. Segundo ela, com R$ 100 é possível ter um seguro de vida; no caso da modalidade premium, que a profissional vende, o valor fica na média de R$ 300. Porém, ela não fez uma previsão do valor dessa cobertura, já que a análise se baseia no sexo da pessoa, altura, sexo, saúde e histórico familiar.

Jovens devem ter seguro

Embora muitas pessoas achem que o seguro de vida é voltado apenas para quem já tem idade mais avançada, família e filhos para proteger, tem sido cada vez mais comum jovens buscarem a modalidade. Edvaldo lembra que, no caso da opção de seguro resgatável, depois de dois anos pagando o segurado já pode sacar parte do valor. E Karina pontua que, se a pessoa deixar para depois e tiver algum problema de saúde mais grave, pode até ser recusada pelas seguradoras. Portanto, quanto antes procurar o serviço, melhor.

A dentista Roberta Ruffeil, de 28 anos, já possui um seguro de vida há cinco, porque é uma trabalhadora autônoma, então viu a necessidade de se proteger. “Achei uma maneira de ter segurança, principalmente porque no meu seguro tem as coberturas em vida, por exemplo, caso eu tenha alguma doença, fratura ou fique internada”, conta.

O maior benefício, para a segurada, é saber que, se ela ficar impossibilitada de trabalhar, terá a garantia do que o seguro cobre e, quando atingir a idade planejada para o resgate, terá uma renda extra. O custo, para Roberta, é acessível: “está de acordo com o meu planejamento financeiro e entra como algo essencial, já que visa uma garantia de futuro”.

Seguros no Pará (até maio)

Danos e pessoas

Prêmios:

  • 2023: 799.539.439,44
  • 2024: 1.086.307.905,44 (35,86%)

Vida (VGBL)

Contribuições:

  • 2023: 711.565.213,55
  • 2024: 826.130.264,94 (16,1%)

Previdência

Contribuições:

  • 2023: 49.560.367,34
  • 2024: 52.465.771,50 (5,86%)

Capitalização

Receitas:

  • 2023: 256.361.125,29
  • 2024: 227.826.463,66 (-11,13%)

Fonte: Susep

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA