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Chocolat Amazônia e Flor Pará abre ao público e expõe produtos inovadores

Feira internacional é vista como oportunidade de negócios para os expositores, que trabalham incentivando a floresta em pé e o desenvolvimento sustentável

Camila Azevedo
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Cerca de 800 produtores de mais de 10 regiões de integração do Pará estão reunidos no Festival Internacional do Chocolate e do Cacau - Chocolat Amazônia e Flor Pará 2024, evento que abriu ao público nesta quinta-feira (26), no Hangar. Os produtos inovadores apresentados na iniciativa incentivam a floresta em pé e o desenvolvimento sustentável no estado. Para os expositores, essa é uma oportunidade de firmar parcerias e alavancar a visibilidade para os negócios locais.

A feira é realizada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Mais de 120 mil visitantes devem passar pelos estandes até o final do evento, no dia 29 de setembro. Os chocolates apresentados misturam frutas regionais e técnicas desenvolvidas a partir de processos que valorizam o meio ambiente. Jiovana Lunelli, empreendedora e produtora orgânica de 53 anos, conta que esse modelo de negócio é importante para o contexto do Pará e das comunidades do estado.

“Esse espaço para nós, que somos empreendedores, produtores orgânicos, produtores de chocolate, é único, onde a gente tem a oportunidade de mostrar pra população os nossos produtos, os nossos chocolates, os subprodutos que a gente consegue fazer a partir das amêndoas de cacau, o licor, a geleia, o creme, tantos e tantos produtos que são importantes que a gente consegue fazer a comercialização também, a amostra desse produto e também a prospecção de negócios”, diz Jiovana.

Moradora de Brasil Novo, região do Xingu paraense, a empreendedora une tradição, qualidade e desenvolvimento em cada produto. “Nós trouxemos para vender chocolate 100% até os brancos, a gente trabalha com o nosso chocolate, procura colocar a inclusão dos produtos da floresta, porque, para nós, é importante destacar isso. A gente gosta de dizer que o discurso da floresta viva é muito bonito, mas você precisa viver isso. Então, utilizamos os produtos da floresta para saborizar os chocolates”, completa.

Visibilidade

Os chocolates produzidos em parceria com uma cooperativa foram a aposta de Katyana Xipaia, indígena e empreendedora de Vitória do Xingu. Para ela, a feira é uma chance de visibilidade para a Amazônia. “Eu tenho uma perspectiva de a gente poder, realmente, ter o nosso legado, a gente ter geração de renda para a nossa comunidade e trazer, também, um pouco dos nossos produtos. A partir do momento que a gente está aqui, mostrando para as pessoas os produtos dos povos da Amazônia, a gente também consegue valorizar a nossa comunidade e, nesse contexto, ter indígenas empreendedores”, afirma.

Reaproveitamento

Com preços que variam entre R$ 15 e R$ 160, o produtor de plantas ornamentais Tim Penner desenvolve técnicas de reaproveitamento nos itens que coloca à venda. Em sua 11ª participação na feira, ele garante que essa é uma chance de valorizar a agricultura familiar. “É o momento de fazer negócio aqui. A gente se mostra, se vitrine, que é, por exemplo, o nosso bambu da sorte, é aqui que os floristas vão ver, os decoradores vão ver, quem monta a festa vem aqui, dono de floricultura vem aqui. Então, para isso é muito legal”, destaca Tim.

Programação

Entre capacitações e certificados voltados para desenvolver tanto o mercado de chocolate, quanto a floricultura, a programação da feira internacional é diversa e para todas as idades. Ivaldo Santana, coordenador do Programa do Cacau (Procacau) da Sedap, destaca que o público pode aproveitar de diversas formas o evento. “Na feira, nós teremos os escultores que vão fazer um trabalho maravilhoso só com o chocolate. Temos o Cozinha Kids, que é para atender as crianças, Flor Kids também para atender as crianças”.

“E o Fórum do Cacau, que é o grande mote do momento para tratar das principais dúvidas dos produtores. Nós temos o nosso trabalho principal com o cacau, a gente planta o cacau nos sistemas agroflorestais e isso recompõe as áreas alteradas, o passivo ambiental é recuperado. De 2006 para cá, nós já recuperamos 155 mil hectares de áreas plantadas com o cacau e outras culturas. O plantio de cacau com sustentabilidade, esse é o nosso grande objetivo, recuperar todas aquelas áreas que foram desmatadas no passado”, finaliza.

Sustentabilidade

Para o idealizador do evento, Marco Lessa, a cadeia produtiva do cacau é o símbolo da sustentabilidade brasileira. “É a cultura que mais emprega, que mais preserva e tem um impacto determinante em algumas economias, principalmente em dois estados, como o Pará e a Bahia, onde nasceu o evento em 2009. A importância é porque nós saímos do patamar de vendedores de commodity e começamos a agregar valor ao cacau, a produzir chocolate, verticalizar a produção”, ressalta.

A intenção ao realizar o festival é estimular essa cadeia e fazer com que as pessoas empreendam com o cacau, se preocupando também em ter um cacau de melhor qualidade para que o preço seja melhor e o Brasil volte a ser reconhecido como um grande produtor. “Inicialmente, ele já foi o maior produtor de cacau do mundo. Hoje, não é tão simples assim, porque a profissão da África é muito grande. Mas ele pode ser, sim, o maior produtor de amêndoas de qualidade do mundo”.

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