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Carne tem peso de mais de 13% no orçamento familiar de quem ganha um salário mínimo em Belém

O levantamento é do Dieese. Consumidores dizem que tiveram que reduzir consumo e sempre pesquisam preços antes de comprar.

Elisa Vaz e Jéssica Nascimento

A carne foi o alimento com maior peso no orçamento das famílias que recebiam um salário mínimo em Belém no ano passado, com levantamento até novembro, como aponta o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O preço do quilo, em média, ficou em R$ 39,11 no período, sendo que era necessário desembolsar R$ 176 mensalmente para apenas uma pessoa.

Com isso, o impacto do gasto com a carne no salário mínimo foi de 13,48%, sendo necessário trabalhar 27 horas e 25 minutos para garantir a compra. Outras proteínas que tiveram um aumento de preços e geraram mais gastos para as famílias belenenses no ano passado foram o frango e o peixe.

A reportagem do Grupo Liberal foi às ruas na manhã desta sexta-feira (3) para ouvir consumidores. Segundo o professor de matemática Aubedir Seixas, o que está mais caro é a carne e o peixe - já no custo do frango ele não sentiu tanto aumento. “A gente não compra tanto carne e frango, é racionado. Somos três em casa e hoje em dia, na sexta-feira, a gente não come carne, a gente come peixe”, relata.

Redução

Perto da sua casa, tem duas opções de locais para comprar as proteínas. Antes, um deles era mais em conta, mas agora o consumidor diz que os preços estão iguais. “Olhando agora, ficaram os preços iguais. Houve um aumento sensível mesmo. Eu vou na alternativa melhor. O poder de compra do cidadão ficou muito, muito reduzido”, lamenta o professor.

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Segundo ele, em sua casa, a família passava muito bem cerca de dois anos atrás, mas eles precisaram fazer uma redução na compra do supermercado. Ele conta que, desde agosto, não faz uma compra grande no supermercado e tem comprado apenas o mínimo para viver dentro de casa.

Pesquisa

Já o biólogo e professor Adailton Brito diz que costuma manter um certo controle em relação à parte alimentar. A proteína está inclusa na sua dieta e, por isso, ele faz pesquisas de preço antes de comprar. “Nós mantemos uma análise para ver de quanto está o aumento, se é mais vantajoso comprar carne branca, carne vermelha. A carne, sem dúvida, foi um dos alimentos que mais aumentaram durante os anos e, principalmente, em 2024”, opina.

Um tipo de carne “simples”, que antes era comprado em quilo para o dia a dia, hoje com o mesmo valor não é possível comprar 100 gramas, de acordo com o consumidor. “O aumento foi muito grande, eu posso dizer, em percentual, que alcançou 60% nesses últimos anos e uns 20% a 40% em 2024, nos valores de carnes”. Para não sentir muito peso no orçamento, Adailton diz que opta pela organização financeira e pela pesquisa, além da busca pelas promoções nos pontos de venda.

Impacto dos alimentos sobre o salário mínimo em Belém

Produto | Preço (kg, lt ou dúzia) | Gasto mensal individual | Impacto no salário mínimo

  • Carne: R$ 39,11 - R$ 176 - 13,48%
  • Leite: R$ 8,34 - R$ 50,04 - 3,83%
  • Feijão: R$ 6,46 - R$ 29,07 - 2,23%
  • Arroz: R$ 7,28 -R$ 26,21 - 2,01%
  • Farinha: R$ 10,82 - R$ 32,46 - 2,49%
  • Tomate: R$ 7,60 - R$ 91,20 - 6,98%
  • Pão: R$ 15,77 - R$ 94,62 - 7,24%
  • Café: R$ 48,20 - R$ 14,46 - 1,11%
  • Açúcar: R$ 5,64 - R$ 16,92 - 1,30%
  • Óleo: R$ 8,58 - R$ 8,58 - 0,66%
  • Manteiga: R$ 63,90 - R$ 47,93 - 3,67%
  • Banana: R$ 10,07 - R$ 75,53 - 5,78%
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