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Com dólar acima de R$ 6, consumidores do Pará comprarão carnes e combustíveis mais caros

As grandes causadoras da elevação do dólar frente ao real, segundo economista, são as ações que Donald Trump pretende tomar e a evasão da moeda

Elisa Vaz
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A valorização da moeda americana frente ao real pode impactar diretamente a vida do paraense, que pode enfrentar, no próximo mês, altos custos com a carne, os eletrônicos, combustíveis e fretes, o que também pode gerar gastos adicionais com a alimentação, por exemplo. Em meio ao pacote fiscal do governo federal e a reforma tributária, o dólar opera em alta no Brasil e alcançou R$ 6,19 no início da tarde desta quarta-feira (18).

Economista, Valfredo de Farias explica que o impacto pode ser grave, já que muitos produtos consumidos no país vêm de fora, e é justamente a importação que fica mais cara quando o dólar sofre elevações de preço. Como boa parte do combustível que circula no Brasil é importado e, portanto, cotado em dólar, é possível que também haja uma alta nesse sentido.

“O produto chega mais caro porque é cotado em dólar, então aumentam os custos de produção das empresas e o valor dos produtos importados para o varejo. Consequentemente, isso é repassado para o consumidor final, que, provavelmente, daqui a um mês ou dois meses, vai sentir isso no dia a dia”, adianta.

Carne mais cara

Por outro lado, com o dólar alto, o momento se torna favorável para as exportações no comércio internacional, especialmente de produtos agropecuários e de mineração. Tudo que o Brasil exporta, de acordo com o economista, provavelmente, será ainda mais exportado, por causa dessa negociação em dólar.

Porém, justamente pelo excesso de exportações, alguns produtos tendem a custar mais, como é o caso da carne. “Isso já está impactando no nosso consumo interno. A carne passou a ser mais exportada, justamente por causa do preço, e aí começou a ficar menos carne disponível no país e isso fez com que o custo aumentasse. Na economia, tudo tem que ser um equilíbrio”, comenta.

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Vendedor na Feira da Pedreira e diretor do Sindicato dos Açougueiros de Belém, Adejair Santos relata que os reajustes foram impactantes, na casa dos 40% em pouco mais de um mês. “É ruim porque o salário das pessoas não acompanha. O governo fala que é por causa da exportação, seca, queimada, mas isso não justifica, principalmente aqui no Pará, não falta boi”, afirma. Em dezembro, o açougueiro acha que o movimento continuará bom por causa das confraternizações, mas em janeiro já espera uma queda nas vendas, devido ao preço.

O consumidor Fernando Gomes, de 79 anos, também diz que o custo da carne está subindo bastante neste fim de ano. Ele também trabalha com o segmento e afirma que os preços não estão compatíveis. “Estamos em uma fase complicada. Se o consumidor compra uma quantidade de carne por semana passa a economizar, come outra proteína. Isso é sazonalidade, é época, mas a esperança é que os custos diminuam”.

Principais fatores

As grandes causadoras da elevação do dólar frente ao real, segundo o economista Valfredo de Farias, são as ações que Donald Trump pretende tomar nos Estados Unidos para fortalecer a economia e o dólar. “Está tendo uma desvalorização em massa em várias moedas do mundo, inclusive aqui no Brasil, com o real. O dólar se fortaleceu perante essas moedas e isso afeta o câmbio. O que está gravando muito essa situação no Brasil é a evasão do dólar, por falta de segurança, o que também eleva os custos por causa da lei da oferta e da demanda”.

O que o consumidor deve fazer, de acordo com o estudioso, é aumentar sua atenção em relação ao consumo, economizando o máximo possível com produtos e serviços desnecessários e evitando dívidas de longo prazo.

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