Brasileiros já pagaram mais de R$ 2,5 trilhões em impostos em 2022

Brasileiros já pagaram mais de R$ 2,5 trilhões em impostos em 2022

Fabrício Queiroz
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A arrecadação de tributos das esferas federal, estaduais e municipais ultrapassou a marca de R$ 2,5 trilhões nesta quinta-feira, 17, em todo o Brasil, segundo levantamento do Impostômetro, calculado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O montante acumulado em 2022 é cerca de 10% maior do que o que foi registrado pelo país em igual período do ano passado, quando houve R$ 2,255 trilhões recolhidos de 1º de janeiro a 17 de novembro de 2021.

No Estado do Pará, o quantitativo de repasses também está em níveis superiores. Até o momento, os contribuintes paraenses já pagaram mais de R$ 38,4 bilhões em tributos, enquanto que no ano passado a marca atingida no mesmo período era de R$ 34,4 bilhões. Em comparação com os demais estados, o Pará representa 1,44% de toda a arrecadação do país. Já em relação às capitais, Belém aparece com um total de R$ 863 milhões arrecadados para os três entes federativos. Trata-se do segundo maior montante de repasses da Região Norte atrás apenas de Manaus (AM), que acumula R$ 1,2 bilhão em tributos recolhidos.

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Os dados revelam uma aceleração nos repasses de impostos, taxas e contribuições, incluindo multas e juros, já que, no ano anterior, o acumulado de tributos pagos pelos brasileiros só alcançou o acumulado de R$ 2,5 trilhões em 20 de dezembro. Para João Marcelo Santos, presidente do Conselho de Jovens Empresários do Pará (Conjove), o total da arrecadação deve ser analisado sob duas óticas. A primeira delas demonstra o aquecimento da economia, já que alguns tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviço (ISS) são vinculados ao consumo. “Quanto maior o consumo, maior a arrecadação para o nosso poder público”, pontua.

Nesse sentido, ele destaca que o volume impressiona diante do fato de que havia uma expectativa que os repasses poderiam diminuir após medidas do Governo Federal que diminuíram a alíquota de impostos como ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. “Não é isso que nós estamos percebendo. Muito pelo contrário, o corte desses impostos fez com que a economia se aquecesse e a população tivesse maior poder de compra”, frisa João Marcelo.

Por outro lado, o presidente do Conjove aponta que é necessário manter um olhar crítico sobre a questão devido a carência de investimentos do Estado em áreas essenciais, como a saúde, a segurança e a educação, em que é muito comum os contribuintes contratarem serviços particulares visando o acesso a serviços de melhor qualidade. Por isso, o setor empresarial defende a adoção de medidas que deem conta da complexidade da administração desses recursos.

“Na minha ótica, é necessário fazer uma reforma administrativa para diminuir o tamanho do Estado e, em sequência, caminhar para uma reforma tributária com menos tributos e um sistema tributário mais simples”, declara João Marcelo Santos, que enfatiza que as duas medidas reformas precisam ser implementadas conjuntamente para que o orçamento público não seja prejudicado, mas para que se viabilize também a diminuição da carga tributária para o conjunto da sociedade.

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