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Brasil 'não entrará em nenhuma guerra comercial' por tarifas dos EUA ao aço

As declarações foram dadas pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e contradizem o que o presidente da República disse sobre eventuais cobranças de Donald Trump

Agência France-Presse
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O Governo afirmou, nesta terça-feira (11), que "não entrará em nenhuma guerra comercial" em retaliação às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações de aço.

"O Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra comercial", disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a repórteres após um evento em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O presidente Lula tem dito sempre e com muita clareza: 'guerra comercial não faz bem para ninguém'", enfatizou Padilha.

Suas declarações divergem das dadas pelo próprio Lula, que no fim de janeiro prometeu agir com "reciprocidade" diante de eventuais tarifas cobradas pelo governo Trump sobre os produtos brasileiros.

"É muito simples: se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos que são exportados dos Estados Unidos", disse Lula na ocasião.

Padilha baixou o tom nesta terça-feira. "Sempre seremos favoráveis a que se fortaleça cada vez mais o livre comércio", disse.

Na segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, determinou a adoção de tarifas alfandegárias de 25% às importações de aço e alumínio, que vão entrar em vigor em 12 de março, "sem exceções, nem isenções".

Estas tarifas vão afetar duramente o Brasil, segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.

Sessenta e dois por centro das exportações brasileiras de aço entre janeiro e setembro de 2024 tiveram como destino os Estados Unidos, segundo dados do Instituto Aço Brasil, que reúne as empresas produtoras.

A entidade recebeu "com surpresa" a modificação de um acordo no primeiro mandato de Trump (2017-2021), que permitia exportar 4,1 milhões de toneladas sem tarifas.

A Câmara Americana e Comércio para o Brasil (Amcham) pediu "uma solução negociada para preservar o comércio bilateral", que bateu recordes nos últimos anos.

Segundo a instituição, em 2024 a balança comercial registrou superávit de 7,3 bilhões de dólares (R$ 42,1 bilhões) a favor dos Estados Unidos, o segundo destino das exportador brasileiras.

Em seu primeiro mandato, Trump já havia imposto tarifas de 25% sobre o aço, mas em seguida recuou parcialmente.

Seu governo "criou um programa de cotas" sem tarifas alfandegárias "justamente para permitir a importação de aço e alumínio destes países, justamente por causa da falta de poder da indústria americana em atender a demanda", explicou à AFP Jackson Campos, da empresa de exportação brasileira AGL Cargo.

Campos antecipou uma "negociação diplomática" por parte do Brasil para tentar flexibilizar as tarifas.

Mais cedo, o Canadá antecipou que dará uma resposta "firme e clara" às tarifas impostas por Trump.

Enquanto isso, o México, terceiro maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, pediu para Trump não "destruir" a integração comercial da América do Norte com esta medida.

A União Europeia, por sua vez, anunciou que adotará medidas "firmes e proporcionais".

Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação para os produtores europeus, respondendo por 16% de suas exportações totais em 2024.

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