Basa está entre os maiores credores da Americanas; dívida soma mais de R$ 103 milhões
Lista de financiadores da varejista soma quase 8.000 instituições. Dessas, ao menos 124 estão no Pará.
O Banco da Amazônia (Basa) está entre os 7.967 credores ligados à Americanas, somando cerca de R$ 103 milhões em dívidas de empréstimos. A lista em que constam esses nomes foi entregue pela varejista à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (25) e mostra que o débito acumulado da empresa chega a R$ 41,23 bilhões. Do total, o Grupo Liberal apurou que pelo menos 124 financiadores são do Pará, sendo uma centena desses dos quatro maiores municípios do estado, Belém, Ananindeua, Santarém e Marabá.
O Basa faz parte das 14 maiores credoras da Americanas. Em primeiro lugar, está o Deustche Bank, com R$ 5,2 bilhões, seguido pelo Bradesco (R$ 4,5 bilhões), Santander Brasil (R$ 3,6 bilhões), BTG Pactual (R$ 3,5 bilhões) e Banco Votorantim (R$ 3,2 bilhões). As dívidas da empresa com instituições financeiras superam os R$ 28 bilhões. Já com companhias de outros setores, a varejista tem pendências com a Samsung (R$ 1,3 bilhão), Google (R$ 94 milhões), Apple (R$ 98 milhões) e Meta, a dona do Facebook, (R$ 1,3 milhão).
Veja aqui a lista completa dos credores.
Além disso, o relatório aponta débito com o Twitter (R$ 304.590), Spotify (R$ 64.889) e a Ambev (R$ 4 milhões). No documento, publicado pela Preserva-Ação, empresa especializada em administração judicial, recuperação e falências, 321 nomes estão classificados como “Classe 1”, que somam R$ 64,8 milhões. Na “Classe 3“, a quantia devedora é de R$ 41 bilhões e R$ 109,5 milhões na “Classe 4”.
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Belém possui 53 credores, incluindo o Basa, a maior instituição financiadora da Americanas no Pará. Ananindeua, com 11 instituições, Santarém, com 13, e Marabá, com 23, somam os municípios paraenses com a maior quantidade de instituições que realizaram empréstimos à loja.
Valdecir Tose, presidente do Banco da Amazônia, explica que uma análise minuciosa foi realizada para que o empréstimo fosse feito. “Realizamos uma operação de carteira comercial já no final de 2022, analisando o risco da empresa e observando as agências de rating e todo o histórico da empresa junto ao banco. Em razão disso, foi concedido um financiamento de créditos de carteira própria com juros comerciais”, disse.
Dívidas da Americanas foram "uma surpresa"
As carteiras citadas por Valdecir são o formato escolhido para que as operações aconteçam. Segundo ele, as dívidas da Americanas foram uma surpresa. “Infelizmente, fomos, assim como o resto do mercado, surpreendidos em relação a essas inconsistências contábeis. O banco está adotando as devidas medidas judiciais para defesa frente a essa situação que não tivemos como antever esse risco”, argumentou.
Além do pedido de recuperação judicial no Brasil, que já foi aprovado, a Americanas explicou em nota que “pediu extensão aos Estados Unidos dos efeitos de proteção (notadamente a suspensão de pagamentos a credores) assegurados em seu processo de recuperação judicial no Brasil, o que é chamado de Chapter 15. A companhia reitera que não entrou com pedido de recuperação naquele país”.
Bancos que mais financiaram a Americanas
- Deustche Bank R$ 5,23 bilhões
- Bradesco R$ 4,51 bilhões
- Santander Brasil R$ 3,65 bilhões
- BTG Pactual R$ 3,51 bilhões
- Banco Votorantim R$ 3,28 bilhões
- Itaú R$ 2,73 bilhões
- Banco Safra R$ 2,53 bilhões
- Banco do Brasil R$ 1,36 bilhão
- Banco Daycoval R$ 510 milhões
- Caixa Econômica Federal R$ 500 milhões
- Banco ABC Brasil R$ 420 milhões
- BNDES R$ 280 milhões
- Banco da Amazônia R$ 100 milhões
- Banco do Nordeste R$ 50 milhões
Fonte: Preserva-Ação.
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