Após aumento dos combustíveis, média de preço da gasolina em Belém fica em R$ 5,39

Consumidores se preparam para gastar mais com o produto e dizem que carro é necessário no dia a dia

Elisa Vaz
fonte

O aumento de preços da gasolina, após anúncio da reoneração do combustível pelo governo federal em vigor desde esta quarta-feira (1º), já está sendo observado pelos consumidores de Belém. Nos postos de combustíveis visitados pela reportagem nesta manhã, a média do litro da gasolina era de R$ 5,39, com uma mínima de R$ 5,35 e máxima de R$ 5,49, dependendo da empresa e do bairro. Até a noite da terça-feira (28), o valor girava em torno de R$ 4,89, ou seja, houve alta de R$ 0,50 em cima do litro da gasolina na capital na virada de mês.

VEJA MAIS:

image Governo decide pela volta da cobrança de 75% de tributos sobre a gasolina e de 21% sobre etanol
Decisão foi tomada em reunião realizada no Palácio do Planalto, em Brasília

image Gasolina vai aumentar: preço hoje em Belém sobe R$ 0,47; etanol aumenta em média R$ 0,02
Governo anunciou reoneração parcial de impostos sobre gasolina e etanol

image Consumidores correm aos postos de Belém nesta terça-feira (28), para garantir gasolina mais barata
Aumento de R$ 0,47 para a gasolina e R$ 0,02 para o etanol, correspondente à reoneração dos combustíveis, começa a valer nesta quarta-feira (1⁰)

Chefe de pista de um estabelecimento no bairro do Marco, Igor Melo explica que não há como deixar de fazer o repasse dos novos preços para os clientes, porque haveria uma perda na margem de lucro. “Hoje está custando R$ 5,39 e ontem estava R$ 4,90, seguimos o que foi aumentado pelo governo [R$ 0,47]. Mudamos o preço no meio da manhã, ontem estava lotado de clientes aqui, zeraram nossas bombas”, conta. O trabalhador se refere aos motoristas que correram aos postos de combustíveis para encher o tanque antes de as altas entrarem em vigor.

Valores baixos

Apesar do aumento no preço da gasolina na empresa, o funcionário acredita que o movimento não deve cair. Segundo ele, o fluxo de clientes continuou igual, mesmo com o preço novo, mas os montantes investidos no combustível estão menores. “Antigamente, o motorista abastecia pelo preço, completava o tanque, mas hoje, com esse aumento, é provável que abasteçam menos, até R$ 50 por vez, e pagando em dinheiro, para compensar”, afirma.

image Posto de combustível fez a troca de preços na manhã desta quarta-feira (1º). Funcionário acredita que movimento continuará o mesmo. (Carmem Helena / O Liberal)

Outro motivo apontado por Igor para que os clientes desembolsem valores mais baixos é que boa parte deles trabalha como motorista de aplicativo. Como tendem a “rodar” por todos os pontos da cidade, aproveitam para completar o tanque em locais mais baratos, deixando para abastecer no centro de Belém apenas quando for necessário, gastando R$ 20 ou R$ 30.

VEJA MAIS:

image Petrobras anuncia redução nos preços da gasolina e diesel para as distribuidoras
As mudanças começam a valer nesta quarta-feira

image Lula se reúne com Haddad e Prates para decidir sobre desoneração dos combustíveis
Medida provisória que prorrogou a desoneração sobre a gasolina e o etanol vence nesta terça-feira (28)

Em outro posto, localizado no bairro do Reduto, a expectativa é oposta: como muitos consumidores foram abastecer na noite de terça-feira, os próximos dias devem ser de baixo movimento. “Foi intenso, o maior movimento que teve, todo mundo chegava aqui, fiquei até sem gasolina hoje de manhã. Deve cair nesta semana, porque a maioria completou o tanque, geralmente isso dá uma semana, dependendo de como se usa”, afirma o proprietário do estabelecimento, Miguel Cansanção

Impacto

O autônomo José Eduardo de Caxias, de 58 anos, trabalha com refrigeração e usa o carro para visitar clientes e oferecer serviços. Ele tem acompanhado as notícias e acha que essas novas altas vão “pesar” no seu orçamento. “Trabalho como autônomo e estamos sempre fazendo algum serviço. Temos que colocar o preço no trabalho que fazemos, somos obrigados a passar para os clientes, não tem como, para não perder o lucro”, diz.

image Consumidor vai priorizar corridas por aplicativo quando viagem for de curto trajeto, para economizar gasolina. (Carmem Helena / O Liberal)

Para evitar gastos desnecessários, o trabalhador prefere, dependendo do endereço do serviço, contratar uma corrida em aplicativos, em vez de andar no próprio carro. “A cidade de Belém tem engarrafamento total, perdemos muito tempo e o combustível vai embora”, relata. “Nós, que precisamos do combustível, temos que nos acostumar com o preço, porque não podemos fazer nada. Temos que colocar a gasolina; se não, o carro não anda”.

VEJA MAIS:

image Comportamento do motorista é determinante no consumo de combustível
Manutenção adequada, direção defensiva e tipo de veículo podem influenciar em economia que varia de 3% a 50%

image Consumidores não sentem desoneração na bomba de combustível em Belém
O preço médio da gasolina na capital está em R$ 4,82, segundo levantamento mais recente divulgado pela ANP. Apenas do valor estar abaixo do nacional, população opta por pesquisar melhores condições

Também autônomo, Paulo Gueiros, de 55 anos, atua com representação, então costuma visitar ou encontrar seus clientes, portanto, usa muito o carro, por ser um meio de transporte rápido. O aumento de cerca de 50 centavos deve impactar no orçamento dele, com alta média de 20% no mês, segundo Paulo. “É igual ioiô isso aí, sobe e desce, governo baixa IPI, depois aumenta, uma loucura, essa gangorra não vai parar nunca, infelizmente. O jeito é se acostumar, tem que ser desse jeito, porque carro é essencial”, lamenta o consumidor.

Posicionamento

Em nota enviada à reportagem do Grupo Liberal, o Sindicombustíveis, que representa a categoria, adiantou que a reoneração de impostos sobre combustíveis, “certamente, reduzirá as vendas no setor, pois em qualquer mercado sempre que ocorre elevação de preço – independente do motivo – há redução no consumo. O consumidor sempre sente o impacto quando há elevação de preços”, afirma. Isso deve ocorrer mesmo com o anúncio de redução de preços feito pela Petrobras, como forma de conter o avanço dos valores no mercado.

A entidade ressalta que é fundamental, no entanto, esclarecer que não é possível prever ou adiantar qual será o percentual de reajuste nos postos. “Como reiteradamente explicado por este Sindicato, existem inúmeros fatores que contribuem para o preço dos combustíveis, sendo impostos e valor de refinaria apenas um deles. A formulação do preço depende da análise de cada empresa em regime de livre mercado, mediante sopesamento de seus custos e necessidades, principalmente levando em consideração o preço pelo qual compra da distribuidora. A afirmação de que o preço na bomba deve variar ‘R$ X,XX’ é leviana”, destaca o Sindicombustíveis.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA