Anúncio de redução no preço do gás de cozinha anima comerciantes e consumidores de Belém

Mudanças na política de valores usada pela Petrobras para definir custos passou por mudanças 

Camila Azevedo

Revendedores de gás de cozinha e consumidores de Belém estão com boas expectativas para a redução no preço do produto anunciada pela Petrobras nesta terça-feira (16). A última alteração da estatal foi em dezembro de 2022, tendo queda de 9,8%. Agora, o botijão de 13 quilos vai passar a ser vendido pelas refinarias, a partir de quarta-feira (17), por R$ 8,97, totalizando uma queda de 21,3% no valor. Com isso, a empresa espera que a mercadoria volte a ficar na faixa dos R$ 99,87.

A redução vem com o fim da política de Preço de Paridade Internacional (PPI), em vigor no Brasil desde o governo de Michel Temer. Na prática, isso significava que os preços em vigor no país eram baseados em valores do mercado internacional, tendo como referência o preço do barril de petróleo tipo brent, que é calculado em dólar. A Petrobras, então, além de continuar tendo o exterior como referência, passará a incorporar a realidade nacional, considerando o custo para o cliente e o valor marginal para a estatal.

VEJA MAIS

image Presidente da Petrobras anuncia redução no preço da gasolina, diesel e gás de cozinha
Redução no preço dos produtos vendidos à distribuidora será de R$ 0,40 no litro da gasolina, de R$ 0,44 no Diesel e de R$ 8,97 reais por botijão de 13 quilos

image Redução do ICMS não deve impactar no preço do gás de cozinha
Sergap diz que apenas uma distribuidora diminuiu o custo do produto para as revendedoras

image Vale Gás: auxílio de R$110 é menor que o necessário em mais da metade dos estados brasileiros
Valor médio nacional do botijão de gás de 13 quilos é inferior ao necessário para a compra do gás de cozinha em 15 estados brasileiros

Para Ewerton Costa, empresário e revendedor de botijões de gás desde 2020, a redução nos preços vem em bom momento. Ele afirma que a instabilidade e oscilação nos valores do produto afastou os clientes, que começaram a pesquisar mais. “Na época em que eu comecei no ramo, a média de preço estava R$ 80, R$ 85. Então, de lá pra cá, cada mês era um preço. Aumentou bastante e teve oscilação, é bem difícil pra gente. Agora que deu uma estabilizada”, diz.

Apesar de ainda não ter recebido nenhuma orientação da empresa que abastece o estabelecimento, a expectativa de Ewerton para a diminuição é bastante. “Os clientes reclamam bastante sobre essa falta de valor bem definido. A gente sempre tentava manter um preço justo, levando em conta o nosso serviço, porque prezamos bastante pela qualidade. Então, sempre tentamos equilibrar essa questão. Mas, de fato, estou com boas expectativas para a redução”, frisa.

Consumidora vê vantagem em nova tabela de preços

Márcia Cantuária, de 56 anos, conta que a média de preço do botijão de gás encontrado no bairro em que mora, o Umarizal, é de R$ 143. Apesar de ter adotado táticas para economizar no uso do produto, a redução nos preços já era muito esperada. “Esse valor é para quando eu compro lá, se forem entregar em casa, pago R$ 150. Essa redução com certeza vai ajudar muito, mesmo eu não usando tanto gás: em casa somos só três pessoas, eu, meu marido e minha filha. Às vezes, o gás dura dois meses ou dois meses e meio”, relata.

Outros eletrodomésticos ajudam Márcia a manter a economia, o que é refletido no espaço de tempo em que ela precisa trocar de botijão. “Tenho microondas e airfryer, tudo isso vai ajudando na questão de usar o gás. Aqui, no Umarizal, já comprei gás a R$ 110 e até R$ 115. Mas, de uns dois meses para cá, aumentou um absurdo. Por isso, eu acho que essa redução vai ser muito boa. Tudo que seja lucro, a gente sempre comemora, né? Pode sobrar dinheiro para comprar outras coisas”, finaliza.

Entenda o que muda na regulação dos combustíveis (fonte: Petrobras)

Antes:

→ Preços levavam em conta o mercado internacional;

→ Referência principal era a cotação do barril de petróleo tipo brent, calculado em dólar;

→ Também era incorporada margem para remuneração de risco e considerados fretes de navios, logística e taxas portuárias;

→ Estatal sem autonomia para contrabalancear as grandes variações e para evitar fortes repercussões no Brasil que chegassem ao consumidor.

Agora:

→ Preços não deixam de levar em conta o mercado internacional, mas adotam outras referências para o cálculo, como indicadores do mercado interno;

→ Esforço de mediação entre os interesses dos acionistas e o papel social da estatal defendido pelo governo;

→ Cálculo leva em conta o “custo alternativo do cliente”, observando preços praticados por outros fornecedores que ofereçam os mesmo produtos ou similares ao consumidor;

→ Modelo também institui o “valor marginal para a Petrobras”, definido com base nas melhores condições obtidas pela companhia para produção, importação e exportação.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA