Alterações no PIX preocupam usuários paraenses; especialista explica como evitar golpes
A possibilidade de alteração no limite de transações noturnas, por exemplo, precisa ser bem avaliada, indica especialista
A mudança nas regras de funcionamento do PIX, incluindo possível aumento no limite referente a transações ocorridas no período noturno, faz surgir a seguinte dúvida: os usuários da modalidade não acabam ficando mais vulneráveis e sujeitos a golpes com isso? Como podemos fazer para evitar cair nessas armadilhas? Para a advogada paraense Paolla Santiago, especialista em Direito do Consumidor, o usuário do serviço é o principal agente da sua própria proteção. “É importante que o consumidor, antes de decidir estipular o limite máximo de qualquer um dos períodos, faça uma análise própria sobre sua movimentação financeira. Caso ele não tenha o hábito de fazer movimentações de valores elevados, é interessante não aderir aos maiores limites, para evitar qualquer dor de cabeça no futuro”, aconselha.
Segundo Paolla, as alterações feitas pelo Banco Central (BC) nas transferências por Pix são obrigatórias às instituições financeiras, mas o consumidor tem a faculdade de escolher o limite diurno ou noturno que deseja utilizar, desde que dentro das novas regras impostas pelo BC. Ou seja, as regras de flexibilização para a utilização do limite para transferências precisam ser disponibilizadas pelos bancos aos seus clientes, mas sua adesão continua sendo opcional.
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“Agora, por exemplo, o consumidor pode escolher liberar um limite maior para transação noturna, no caso de até R$ 1 mil, mas se quiser escolher um limite noturno de somente R$ 100, ele também pode, sendo o banco obrigado a atender a solicitação, de acordo com a escolha do consumidor. Quanto ao risco, ele sempre vai existir, seja para os períodos diurnos ou noturnos”, explica.
De acordo com a especialista, também ainda é muito difícil evitar certos tipos de golpes envolvendo o PIX, por conta das inúmeras formas que os criminosos utilizam, que vão desde um roubo simples até uma engenharia social mais complexa. “Então, a melhor coisa a se fazer quando se cai em um golpe pelo PIX é contatar imediatamente um advogado especialista que saberá quais os procedimentos precisam ser feitos de forma urgente para conseguir reaver o valor, total ou parcialmente”, observa.
Universitário já passou por golpe envolvendo PIX e redobrou os cuidados
O universitário Arthur Pinto, de 21 anos, é do tipo que compra até água na rua com PIX. Para ele, o sistema facilitou a vida de todo mundo. “Enviar e receber dinheiro a qualquer hora e de qualquer banco parecia muito irreal e distante. Sem dúvida, facilitou muito a vida de todos os brasileiros, desde aqueles que fazem transações comuns até as prestações de serviços”, define.
Para ele, no entanto, é preciso aprimorar a segurança do sistema, a fim de evitar golpes. Ele mesmo já foi vítima de um, quando precisou vender um aparelho celular. “Já caí em um golpe uma vez por não prestar atenção em um detalhe, que era a confirmação dos dados de quem ia receber. Isso ocorreu durante a venda de um celular, mas passei a me prevenir muito depois, sempre levando em consideração os dados!”, conta.
Já o designer Sávio Paixão ainda não passou por essa situação, mas diz que tem medo, embora, de alguma maneira, se sinta mais seguro por não precisar mais andar com dinheiro em espécie no bolso. “Eu acho que as novas regras são muito válidas. Deixar a definição dos limites sob o nosso controle nos dá autonomia e reforça a segurança em tempos de golpe, embora possamos ter necessidades que não se enquadrem nas regras e gerem alguma dor de cabeça”, acredita.
Sávio diz que as únicas ferramentas que utiliza para se proteger são as oferecidas pelas próprias instituições bancárias. “Reconheço que muitas vezes esses métodos são falhos, mas, além disso, eu sempre procuro ver com muito cuidado certos links e anúncios duvidosos, sem contar as orações, para que eu consiga passar ileso nesse meio perigoso”, ressalta.
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