Alimentos da quadra junina ficam até 22,8% mais caros; veja lista
Representante dos supermercadistas vê o contrário e diz que reajustes não foram tão altos no intervalo de um ano
O preço dos alimentos que compõem a quadra junina subiu consideravelmente entre 2022 e 2023. É o que aponta um levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), realizado entre os dias 19 e 24 de maio. O estudo, feito nas principais redes de supermercados da Grande Belém, mostra que as altas chegam perto de 23%, dependendo do produto. Confira no infográfico.
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Presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal discorda e diz que a maioria dos itens, embora tenham ficado mais caros, tiveram altas “muito pequenas”. “Eu diria que, em relação ao ano passado, os aumentos não foram tão expressivos, está dentro do previsto, da normalidade, da inflação. Não temos nenhum produto que disparou em relação ao ano passado”, garante.
O que acontece, segundo ele, é que a pesquisa do Dieese-PA registrou apenas uma marca de cada produto, por isso os percentuais ficam elevados. “Foi uma alta de quase 23% nessa marca, mas tem outros similares que não tiveram aumento, os clientes podem substituir, não é só essa marca que faz”, argumenta Jorge. O presidente da Aspas ainda afirma que a procura pelos alimentos da quadra junina já começou.
Consumo
A boleira Ângela Santiago, de 49 anos, já está recebendo encomendas para o mês de junho e conta que tudo ficou mais caro. Ela foi até o supermercado na manhã desta segunda-feira (29) e disse que está “bem pesado” - tanto que precisou reajustar o custo dos produtos que vende.
“O preço não está nada bom. Amanhã tenho uma encomenda de vatapá, bolo de macaxeira, mingau, nega maluca, e vim comprar o material. Tudo teve um aumento, mas aí o que a gente pode fazer? A gente tem que vender, é o jeito”, diz, conformada. “Tive que aumentar um pouquinho. Não deu para segurar, não foi muito, mas aumentou um pouquinho”, continuou a consumidora.
Em relação aos períodos juninos de anos anteriores, Ângela afirma que os preços estão bem maiores agora, e que, geralmente, faz suas compras em outro supermercado, mas precisou ir até o local onde estava pela proximidade com sua casa. “Nos outros é mais em conta, mas a gente vai na correria de encomenda e tem que correr para cá”. O maior reajuste, segundo a boleira, foi no preço do leite, que é usado em tudo. Na manhã desta segunda, ela compraria, além desse alimento, leite condensado, creme de leite, milho e trigo.
Já a técnica de enfermagem Joyce Suane, de 23 anos, não achou os preços altos. Ela foi até o supermercado comprar material para fazer canjica e mingau de milho - ambos tradicionais na sua família. “Eu acho que está mais em conta o milho, porque não estava tendo nos anos anteriores, por causa da pandemia, e agora eu achei que fosse ficar mais caro, mas até que não. A gente vai fazer bolo e vou pegar ainda material para fazer arroz doce, o leite condensado também está mais barato”, opinou.
Preço dos produtos da quadra junina
Produto – Maio/2023 – Maio/2022 – Variação
- Canjiquinha (200g) – R$ 4,63 – R$ 3,77 – 22,81%
- Coco ralado (100g) – R$ 6,47 – R$ 5,34 – 21,16%
- Leite de coco (500ml) – R$ 15,72 – R$ 13,18 – 19,27%
- Milho branco de mingau (500g) – R$ 9,32 – R$ 7,88 – 18,27%
- Amendoim in natura (200g) – R$ 12,24 – R$ 10,59 – 15,58%
- Canela em pó (25g) – R$ 3,67 – R$ 3,32 – 10,54%
- Milho branco de pipoca (500g) – R$ 7,28 – R$ 6,59 – 10,47%
- Azeite de dendê (200ml) – R$ 5,99 – R$ 5,49 – 9,11%
- Farinha de milho de cuscuz (500g) – R$ 2,31 – R$ 2,12 – 8,96%
- Fubá de arroz (400g) – R$ 4,03 – R$ 3,86 – 4,40%
Fonte: Dieese-PA
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