Alimentação e bebidas tiveram as maiores altas da inflação em abril na Região Metropolitana de Belém

Pesquisa do IBGE aponta que abril registrou a maior variação mensal desde 1995

Emilly Melo
fonte

Cada vez mais os produtos de gênero alimentício consomem uma parte maior do salário dos paraenses. Neste mês de abril, o grupo de alimentação e bebidas registrou os maiores índices da inflação na Região Metropolitana de Belém (RMB), como mostra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado hoje (27), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

VEJA MAIS

image Prévia da inflação fica em 1,73% em abril, a maior para o mês desde 1995
Com alta de 7,51%, a gasolina foi a principal responsável pela alta de preços

image 'Me causou até uma surpresa', afirma Roberto Campos Neto sobre o IPCA de março
O presidente do Banco Central comentou a inflação oficial do país

image Belém é a terceira capital com menor alta da inflação em março, percentual ficou em 1,47%
Alimentação e bebidas, saúde e cuidados pessoais, e transporte foram os grupos que puxaram o índice para cima

A dona de casa Gleice Amaral, de 35 anos, relata que a cada ida ao supermercado é uma surpresa diferente com o preço dos alimentos. “Com os altos preços da carne, eu buscava outras fontes de proteínas e acrescentava bastante legumes nas refeições, mas, agora, até isso está difícil. Eu precisei reduzir a quantidade de alguns legumes que eu comprava, por exemplo, como o tomate e a cenoura, para poder continuar trazendo para casa.”

Além da alimentação, a vendedora Eduarda Damasceno, de 20 anos, pontua que os gastos pessoais com transporte cresceram consideravelmente. Com o alto valor da gasolina, que também influenciou no recente aumento da tarifa urbana de ônibus em Belém, a vendedora afirma que os valores pagos em corridas de aplicativos de mobilidade também subiram

“Apesar de eu não usar diariamente o transporte por aplicativo, eu pude perceber que os meus gastos com esse serviço aumentaram. E com a gasolina nas alturas, também não consigo sair sempre de carro. Para completar, até o valor da passagem subiu, ou seja, sempre quando preciso sair, eu penso qual meio de transporte vai me dar o melhor custo-benefício.”

 A RMB alcançou o índice de 1,66% no mês de abril deste ano, o que representa um aumento de 0,51% em comparação com o último mês de março, quando as taxas estavam em 1,15%. Os grupos de produtos e serviços que tiveram altas mais acentuadas foram alimentação e bebidas (8,12%); educação (6,13%); saúde e cuidados pessoais (4,92%); vestuário (4,60%); transportes (4,48%); artigos de residência (3,91); despesas pessoais (2,36); habitação (1,06%); e comunicação (0,75%). 

No acumulado do ano, a capital paraense ficou em 4,64%, enquanto na variação acumulada em 12 meses, o índice se mostrou em 10,70%. Já no comparativo com as demais regiões, Belém ficou atrás de Fortaleza (1,69%), Belo Horizonte (1,73%), Recife (1,82%), Porto Alegre (1,88%), Rio de Janeiro (2,11%) e Curitiba (2,23%). 

A pesquisa mostrou que em abril o IPCA-15 ficou em 0,78 ponto percentual acima da taxa de março (0,95%), o que significa a maior taxa de variação mensal desde abril de 1995, quando o índice registrou 1,95%. No ano, a alta acumulada foi de 4,31% no Brasil, já nos últimos 12 meses, o índice vai para 12,03%, acima dos 10,79% registrados anteriormente. Em abril de 2021, a taxa no país foi de 0,60%.

Dos nove grupos de produtos e serviços, oito tiveram altas no mês de abril. A maior variação (3,43%) e o maior impacto (0,74%) foram analisados nos transportes, que aceleraram em relação a março (0,68%). Na sequência, alimentação e bebidas, com alta de 2,25% e impacto de 0,47%. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do IPCA-15 em abril. Outros destaques foram o grupo habitação (1,73%), que acelerou em relação ao mês anterior (0,53%), contribuindo com 0,28 ponto percentual, e vestuário (1,97%), terceira maior variação no índice do mês. Os demais grupos em alta ficaram entre o 0,05% de educação e o 0,94% de artigos de residência. O único com queda foi comunicação, com o índice de -0,05%.

 

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA