Agência de classificação de risco Fitch eleva nota de crédito do Brasil

Apesar da atualização, Ibovespa opera em queda nesta quarta-feira

O Liberal

A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. De acordo com a agência, a atualização do Brasil reflete um desempenho macroeconômico e fiscal "melhor do que o esperado em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas que apoiaram isso". A Fitch também acredita que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais.

Em 2018, o Brasil havia sido rebaixado para o patamar BB-, em meio à crise nas contas públicas e pela não aprovação, na época, da reforma da Previdência no governo de Michel Temer.

A nova classificação ainda indica um "grau especulativo". De acordo com as agências de risco, isso aponta que o país está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas. Para a Fitch, o Brasil alcançou progresso em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais desde seu último rebaixamento, como a Reforma da Previdência e a autonomia do Banco Central, aprovadas pelo governo de Jair Bolsonaro. A agência também cita o arcabouço fiscal e a reforma tributária, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de parte das reformas do novo governo ainda não terem sido concluídas no Congresso, a Ficth avalia que o governo Lula conseguiu garantir governabilidade para encaminhar sua agenda política e econômica.

Há um mês, a agência S&P também elevou a perspectiva brasileira para positiva, mas reafirmou o rating de crédito soberano em "BB-".

O Ministério da Fazenda reiterou em nota seu "compromisso com a agenda de reformas em curso" e afirma que contribuirá "não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços", disse. "Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país", continuou a pasta.

As agências têm uma longa escala de classificação, com mais 20 notas. A partir da nota de risco que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local. Quando o país perde o status de grau de investimento, é comum que perca possibilidades de investimento. 

Bolsa de Valores

Apesar da atualização da Agência Fitch, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta quarta-feira (26), após ter atingido o maior patamar em quase um dois anos na véspera. Às 10h44, o índice tinha queda de 0,28%, aos 121.663 pontos. 

Investidores estão na expectativa pela decisão de juros do banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed). A autarquia pode fazer um novo aumento da taxa básica norte-americana de 0,25 ponto percentual.

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