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Abacate fica 34% mais caro em Belém, diz Dieese; maioria das frutas têm alta em setembro

De agosto a setembro de 2024, a alta do preço do abacate chegou a 34,20%; Segunda fruta que mais encareceu, o limão teve variação de 20,07% chegando a custar, em média, R$ 6,58 o quilo.

Jéssica Nascimento
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A maioria das frutas comercializadas em feiras e supermercados de Belém aumentaram de preço de agosto a setembro de 2024. É o que indica a pesquisa, publicada nesta terça (8), do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Abacate (34,20%), limão (20,07%), abacaxi (7,87%) e laranja pera (4,06%) tiveram as maiores altas. A primeira fruta chegou a ter o preço médio de R$11,34; a segunda, R$6,58; a terceira, R$7,40; e quarta, R$7,17.

Com aumentos menores de preço, estão a banana prata (2,84%), o melão amarelo (2,13%), a manga rosa (1,97%) e o mamão (0,12%). Por outro lado, conforme o Dieese, algumas frutas tiveram queda nos preços em setembro em relação ao mês anterior. Com recuo de 6,96% no preço, a acerola foi a fruta que mais ficou barata em Belém no mês passado. As demais frutas com variação negativa foram o maracujá (-5,58%), a melancia (-4,26%), a tangerina (-3,94%) e a goiaba vermelha (-0,71%).

Frutas mais caras em 2024

Segundo o Dieese, de janeiro a setembro deste ano, a maioria das frutas em feiras e supermercados da capital aumentaram de preço. Os aumentos, conforme a pesquisa, ficaram acima da inflação de 3% do mesmo período

Mais uma vez, o abacate lidera o ranking de aumento. Ele aparece como a fruta que mais encareceu ao longo do ano. Em janeiro, o quilo custava, em média, R$7,66; em setembro, R$11,34. O salto representa uma variação de 68,25% em 9 meses. 

Durante o ano, além do abacate, 8 frutas ficaram mais caras. São elas: a goiaba vermelha (35,34%), a acerola (24,71%), a laranja pera (20,10%), a banana prata (17,68%), o abacaxi (14,55%), o melão amarelo (12,79%), o mamão (9,33%) e a manga rosa (9,32%). 

O limão foi a fruta com o menor aumento ao longo de 2024. Foi de R$5,96 em janeiro para R$6,58 em setembro - uma variação de apenas 0,46%. Só três frutas ficaram mais baratas no decorrer do ano: o maracujá (-2,31%), a tangerina (-3,85%) e a melancia (-7,95%). 

O que explica o aumento do preço?

Na avaliação de Everson Costa, supervisor técnico do Dieese/PA, as frutas que ficaram mais caras voltaram ao período da entressafra, intervalo de tempo entre o fim da colheita e o início de um novo plantio. “Tem sido não só uma entressafra com custo maior, em função da preparação do solo, insumos, mas até o que tá sendo colhido, a oferta, tá sentindo os efeitos climáticos”, explica. 

Para Costa, a qualidade e a oferta do produto têm sido impactadas pelas mudanças do clima. “O nosso açaí já tá começando a oscilar de preço e a gente tá em plena oferta do produto. Então as nossas frutas passam por esse tipo de situação”, avalia.

Além do encarecimento das frutas no período da entressafra e a variação de preço devido aos efeitos climáticos, o supervisor do Dieese destaca mais uma razão para o aumento do preço - o custo do transporte das frutas. “Para nós, paraenses, sempre a problemática do frete vai ser um elemento de construção de preço maior. Então essas distâncias também vão fazer com que esses preços tenham uma tendência de alta”, afirma.  

Outro motivo para frutas mais caras, segundo Everson Costa, é a dependência de outros estados para o fornecimento dos produtos. “A gente tem mais da metade do fornecimento dessas frutas de outros estados, que também passam por esses problemas. Têm esses ajustes de preço e acabam chegando pra gente”, destaca. Para ele, a expectativa é que as frutas fiquem mais caras até o final do ano. 

O que dizem os consumidores?

Marinei Cristina, de 39 anos, é dona de uma pastelaria e costuma comprar frutas e polpas de frutas para os sucos do negócio. “Eu venho na busca de um limão pra fazer os mouses e tudo e (está custando) um real a unidade do limão, um descontrole total (no preço)”, criticou. 

A empreendedora estava na manhã desta terça (8) em uma feira do bairro do Marco e conseguiu comprar limão por quilo. “Banana (está custando) um absurdo, né? Às vezes você compra uma dúzia a R$15 e você fica à mercê disso, porque tem que comprar”, reclama Cristina.

Dionísio Monteiro, médico de 77 anos, frequenta feiras e supermercados em busca das melhores frutas. “Eu venho sempre aqui pegar as frutas regionais que eu gosto, entre elas a ata (fruta-do-conde), que era R$15, passou pra R$20 e agora eu fui ver na senhora que eu compro e tá R$30”, declara. 

Para o médico, o aumento de preço afasta o freguês. “Eu acho que ainda na feira tem uma diversidade muito grande de frutas, mais um pouco do que os supermercados, mas tá difícil”, lamenta o consumidor. 

Dionísio percebeu o maracujá e o limão mais caros. “São frutas que, se você observar, são nutritivas, que servem até para doentes, mas mesmo assim tão elevadas em torno de cinco (reais), dez (reais), até quinze (reais)”, observa.

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