13º salário deve ajudar a reduzir endividamento

CNC indica que 38% dos brasileiros devem priorizar pagamento de dívidas com o dinheiro extra

Fabrício Queiroz
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Segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), é esperada uma injeção de recursos R$ 4,9 bilhões na economia local com o pagamento das duas parcelas do 13º salário. Os empregadores tinham até 30 de novembro para pagar a primeira parcela do benefício, já a segunda deve ser depositada até a próxima terça-feira, 20. Para os trabalhadores que sentiram no bolso o peso da inflação e da elevação da taxa de juros, o recurso extra contribui para regularizar as dividas adquiridas e reequilibrar o orçamento para o novo ano.

Com uma filha para criar e o compromisso de honrar o financiamento de um imóvel, a vendedora Gabriela Moreira, 35, ficou apreensiva durante o período que esteve desempregada e acumulou uma dívida de cerca de R$ 1500. A cinco meses ela conseguiu uma nova colocação no mercado de trabalho e já recebeu a primeira parcela do 13º salário, que ajudou a aliviar as contas. “O meu propósito no momento era pagar minhas dividas e limpar meu nome. Com esse dinheiro eu consegui fazer uma negociação e quitar, graças a Deus. Já estou até com meu score alto e agora o que sobrar posso me organizar financeiramente”, conta.

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Para Bianca Caramês, 31, que trabalha de carteira assinada há sete anos como funcionária de uma lanchonete, a prioridade é sempre aliviar as contas. “Eu planejei somente pagar conta, principalmente do cartão de crédito, que infelizmente nós viramos refém disso. Esse dinheiro extra chega para organizar a vida e começar o ano no azul”, diz ela, que também já visa o acesso a outro benefício. “Com o abono do PIS eu planejo as férias, com o 13º salário é só para pagar conta”, destaca.

Ao que tudo indica, o pagamento das dívidas deve ser uma prioridade não só dos paraenses, mas de grande parte dos trabalhadores brasileiros. De acordo com estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), serão R$ R$ 112,96 bilhões pagos somente com a segunda parcela. No entanto, a entidade prevê que 38% do salário adicional será destinado ao pagamento de dívidas, o que representa R$ 42,7 bilhões. Isso significa que o 13º salário terá um impacto menor no varejo, absorvendo 33% com o consumo de bens e 17% em gastos com serviços. A sondagem mostra ainda que 12% deve ser destinado à poupança.

Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia dos Estados do Pará e Amapá (Corecon PA/AP), Nélio Bordalo Filho, é fundamental analisar o orçamento pessoal ou familiar para aproveitar da melhor forma os recursos tanto em dezembro quanto nos próximos meses.

No caso específico das dívidas já existentes, Bordalo diz que o ideal seria pagar à vista para aproveitar vantagens como redução de juros e multas. Se o dinheiro não for suficiente, ele orienta a adotar como critério a quitação daquelas que possuem juros mais elevados, como cartão de crédito e cheque especial. “Se não for possível quitar a dívida em atraso, negociar para pagamento em parcelas mensais, mas com o cuidado de verificar se o valor da parcela ‘cabe’ no orçamento mensal da família, evitando assim deixar de honrar o acordo de negociação. A negociação tem que ser boa principalmente para o cliente, para que ele possa pagar sem prejudicar o pagamento de outros compromissos importantes do seu orçamento”, esclarece.

Além disso, o economista ressalta que é preciso pensar no futuro próximo. “Nos dois primeiros meses do ano os orçamentos das famílias ficam comprometidos, além dos compromissos escolares, com as despesas no cartão de credito e carnes de lojas das compras de presentes e gastos confraternizações e festas de Natal e virada do ano, além do IPTU e outros impostos. Portanto, esses compromissos financeiros serão agregados aos demais compromissos mensais normais das famílias, tais como alimentação, energia, agua, aluguel de imóvel e etc. Por esse motivo é importante o planejamento financeiro para que o 13º salário seja bem utilizado”, afirma Nélio Bordalo.

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