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Cantor Reiner lança o single Cor e questiona o 'não-lugar' das pessoas pardas

Na canção, o artista paraense reflete sobre sua vivência como um pardo amazônida

O Liberal
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"Me deram uma cor difícil de escolher, só a gente sabe o peso que isso tem, entre o branco e o preto", diz a canção do cantor e compositor paraense Reiner em seu novo single, Cor, lançado nesta sexta-feira, 20. Na faixa, o artista reflete a respeito de sua vivência como um pardo amazônida.

"A palavra pardo é polêmica, mas dividir a discussão racial no Brasil em preto e branco é invisibilizar os povos indígenas, caboclos e ribeirinhos amazônidas que também são seres racializados, que têm espaços negados e são ligados a outro tipo de cultura além da cultura negra", reflete o artista. A música chegou às plataformas de streaming após o lançamento do single Elã, no dia 15 de agosto, que iniciou as divulgações do álbum também intitulado Elã, que tem lançamento marcado para outubro.

"Na Amazônia, temos sangue indígena, preto e branco", continua o artista, que na letra da canção abre um debate a respeito da colocação de que "pardo é papel", fazendo referência à exposição do artista Maxwell Alexandre. "Ele é um artista que admiro muito, mas na música faço uma crítica ao apagamento que existe dentro dessa afirmação. As pautas identitárias discutidas no sudeste do país não se aplicam ao que vivemos por aqui. Há um desconhecimento interno e externo. A única certeza é: não somos brancos e nem negros", afirma Reiner.

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As problemáticas da miscigenação abordadas na letra se refletem também musicalmente, com, por exemplo, a escolha do samba para conduzir a faixa, e o fato de que ela se transforma em uma cúmbia no interlúdio, com inspiração em grupos como Buena Vista Social Club e Los Mirlos. "No contexto amazônico, a cúmbia influenciou muito os ritmos tradicionais da região. Além disso, optei por um vocal meio arrastado para tentar expressar esse não-lugar racial e social", comenta o artista, que lança o álbum em outubro com apoio do Edital de Música da Lei Paulo Gustavo do Pará.

Elã

Segundo o cantor, a escolha do nome "Elã" para o disco está profundamente ligada ao conceito do filósofo francês Henri Bergson, que cunhou o termo "Elã Vital" para descrever um impulso criativo e produtivo inerente à vida.

"’Elã’ é a força que não deixou a cultura tradicional morrer e que faz o carimbó, o lundu, o boi, o nosso samba ser tocado até hoje em locais públicos da cidade”, complementa o artista.

Questionado sobre a sonoridade do novo single, na ocasião do lançamento, o artista explicou que as suas músicas costumam ser mais “para baixo”, mas ‘Elã’ vem com o que Reiner intitula ‘sangue nos olhos para fazer a cabeça das pessoas explodirem com o que ele conseguiu fazer’.

"A mensagem é reta, séria e comprometida em fazer as pessoas entenderem que não há pecado em ser amazônida, nossos tambores foram perseguidos e sufocados durante muito tempo nessa capital, mas eles nunca esmoreceram”, afirmou Reiner sobre a proposta da música.

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