Primeira Bienal das Amazônias inicia em agosto e vai homenagear a fotógrafa Elza Lima

O grande evento será aberto ao público e deve reunir mais de 120 artistas e coletivos de nove países que possuem a floresta amazônia em seu território, mostrando a diversidade artística das regiões

Amanda Martins
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Belém vai sediar a primeira edição da Bienal das Amazônias, que começa a partir do dia 4 de agosto e segue até 5 de novembro. O evento, que tem como tema “Bubuia: Águas como Fonte de Imaginações e Desejos”, deve reunir mais de 120 artistas e coletivos de nove países que possuem a floresta amazônica em seu território. O espaço escolhido para sediar as exposições fica localizado na Rua Senador Manoel Barata, no bairro da Campina. A fotógrafa paraense Elza Lima foi escolhida como a primeira artista homenageada. Ela completará 40 anos de profissão no próximo ano.

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Em suas obras, Elza mostra a Amazônia em todas as paisagens e personagens únicos da região, como os ribeirinhos, as crianças, o caboclo e toda a cultura popular. Na Bienal, haverá um espaço dedicado a mostrar o percurso profissional da fotógrafa usando vinte imagens produzidas por ela. 

Tem fotos do início da minha carreira, que são preto em brancas, e tem fotos da atualidade, que eu fiz ano passado e ano retrasado. Não vou estar no dia da abertura, estou a caminho do Oiapoque com uma jornalista fazendo umas matérias, mas no dia quatro vou estar aí. Eu acho que vai ser um lindo salão, uma beleza que mostra a nossa Amazônia”, declarou Elza, que se diz feliz por estar ao lado de outros artistas. 

Para a fotógrafa, ser a artista homenageada pela Bienal é uma forma de reconhecer todas as mulheres, que decidiram desempenhar e se dedicar a essa profissão, “dura, mas tão bem”, como ela própria mencionou.

“Eu acredito que uma homenagem a uma fotógrafa é interesse nessa mudança de chave, em que as mulheres estão sendo olhadas de outra forma. Eu agradeço muito e leva nas mãos todas as fotógrafas brasileiras”, acrescentou Elza Lima. 

Vânia Leal, que divide o corpo curatorial artístico com Keyna Eleison, explicou que Elza foi escolhida por ser uma artista mulher e trazer, por meio do olhar fotográfico, todo o contexto defendido pela Bienal.  “A narrativa de Elza é de variadas comunidades, que pensam a moradia ao redor do rio, florestas, de estradas. Ela é uma artista extremamente importante, como se ela alinhasse todo o processo de ser, estar e viver na Amazônia”, afirmou a curadora.

Diversidade

A exposição tem como tema a inspiração na obra do poeta amazônico João de Jesus Paes Loureiro, conhecido por defender o conceito do "dibubuísmo" amazônico, que explora a relação estética e cultural entre as águas e os corpos que habitam esse território. 

A curadora Vânia Leal destacou que a intenção da Bienal, pensando por ela e Keyna, é levar o público a refletir sobre como se faz arte na região sem estereótipos. Segundo ela, os artistas selecionados vão buscar provocar todo o atravessamento acerca dos eixos curatoriais pensados. Dentre eles, estão a capacidade coletiva, questões pedagógicas, compartilhar trocas sociais, entender a Amazônia como um território e a sua multiplicidade. 

“O que o público vai ter a oportunidade incrível de perceber toda essa nuance e variedades de produções artísticas, de artistas que tem uma experiência com o seu lugar, como se fosse uma voz de dentro para fora. Não é interessante pensar a Amazônia como uma história única”, pontuou a curadora.  

Entre os profissionais escolhidos para estarem na mostra, representando as regiões Pan-Amazônia e Guiana Francesa, estão o pintor venezuelano Carlos Cruz-Díez, Christian Bendayán e a paraense Lúcia Gomes. Ela vai recriar no evento um happening - performance com a participação do público - feito em 2012 na Suíça em homenagem à resistência internacional da II Guerra Mundial. 

É uma guerra de travesseiro só que as capas serão recheadas com balão, se torna interativo, engraçado e as pessoas gostam muito de participar. A gente conversa um pouco sobre a ‘Resistência’ e depois convidamos a participar”, adiantou Lúcia sobre a mostra na Bienal.  “É um convite à humanidade continuar resistindo para que possa, de fato, construir a paz no futuro”, acrescentou.

Para realizar o projeto, a artista está coletando fronhas usadas até às vésperas do evento, que podem ser doadas em dois pontos: na Casa do Artista, localizado no bairro do Cruzeiro, em Icoaraci; e também na Galeria de Arte Direitos Humanos, em município de Quatipuru, no Pará, onde Lúcia mora atualmente. 

Serviço

1ª Bienal das Amazônias

Confira todos os nomes dos artistas que estarão presentes na Bienal das Amazônias:

  • Adriana Varejão;
  • Alvaro Barrington;
  • Anna Bella Geiger;
  • Andreza Aguida;
  • Amanda Leite;
  • Antonieta Feio;
  • Armando Queiroz;
  • Auá - Awá Arã Mura;
  • Aycoobo;
  • Bonikta;
  • Carlos Cruz-Díez;
  • Soemi Amiemba;
  • Victor Kilinan;
  • Marcel Kakaï;
  • Centre d’Art et de Recherche de Mana (CARMA);
  • Carmézia Emiliano;
  • Christian Bendayán;
  • Genoveva Orirepia e Aida Chiqueno;
  • Ana Picanere;
  • Claudia Andujar;
  • Claudia Coca;
  • Cristiana Nogueira;
  • Christie Neptune;
  • Debá Tacana;
  • Denilson Baniwa;
  • Dirceu Maués;
  • Duhigó;
  • Éder Oliveira;
  • Francisco Vera Paz;
  • Elaine Arruda e Mestre João Aires;
  • Elieni Tenório;
  • Elisa Arruda;
  • Elvira Espejo Ayca;
  • Elza Lima;
  • Emanuel Franco;
  • Emmanuel Nassar;
  • Evna Moura;
  • Francelino Mesquita;
  • Francisco da Silva;
  • Theatro Fúria;
  • Gabriel Bicho;
  • Gê Viana;
  • Gervane de Paula;
  • Gerardo Petsaín;
  • Glicéria Tupinambá;
  • Graciela Arias;
  • Gustavo Caboco;
  • Hal Wildson;
  • Hélio Melo;
  • Heldilene Reale;
  • Iwiri-Ki;
  • Jairon Barbosa Gomes;
  • Faísca;
  • Joelington Rios;
  • John Lie-A-Fo;
  • Stéphanie Moreira;
  • Lilly Baniwa;
  • Sereia Caranguejo;
  • Lúcia Gomes;
  • Ti'iwan Couchili;
  • Keyla Sobral;
  • Keila Sankofa;
  • Kenneth Flijders;
  • Kit-Ling Tjon Pian Gi;
  • Lastenia Canayo;
  • Liça Pataxoop;
  • Lise Lobato;
  • Lua Cavalvante;
  • Lova Lova;
  • Manauara Clandestina;
  • Marcel Pinas;
  • Marcela Cantuária;
  • Marcone Moreira;
  • Maria José Batista;
  • Mariano Klautau Filho;
  • Marcos Zacariades;
  • Mary Rodríguez;
  • Miguel Keerveld;
  • Miguel Chikaoka;
  • Miguel Penha;
  • Moara Tupinambá;
  • Nay Jinknss;
  • Nancy La Rosa;
  • Nina Matos;
  • Noara Quintana;
  • Noemí Pérez;
  • NouN e T2i;
  • Pablo Mufarrej;
  • Panmela Castro;
  • Paola Torres Núñes del Prado;
  • Paula Sampaio;
  • Paulo Desana;
  • Pituko Waiãpi;
  • PP Condurú;
  • PV Dias;
  • Rafa Bqueer;
  • Rafael Matheus Moreira;
  • Ramon Reis;
  • Rafael Prado;
  • René Tosari;
  • Roberta Carvalho;
  • Roseman Robinot;
  • Sandra Nanayna;
  • Sãnipã;
  • Sofia Salazar Rosales;
  • Sofía Acosta Varea;
  • Sandra Brewster;
  • Tabita Rezaire;
  • Thiago Martins de Melo;
  • Ueliton Santana;
  • Uýra Sodoma;
  • Gilbertto Prado e Grupo Poéticas;
  • Val Sampaio;
  • Venuca Evanán;
  • Véronique Isabelle e Débora Flor;
  • Walda Marques;
  • Waleff Dias;
  • Xadalu Tupã Jekupé;
  • Xomatok.

 

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