Belém sediará a 1ª Bienal das Amazônias e 3ª Convenção das Themônias
A Pan-Amazônia, território que abrange a Amazônia brasileira, oito países e mais a Guiana Francesa vai ter a sua própria Bienal de Artes
Belém sediará a 1ª Bienal das Amazônias e celebra a Pan-Amazônia, território que abrange a Amazônia brasileira, oito países e mais a Guiana Francesa. O lançamento acontece hoje, 29, no Museu da Universidade Federal do Pará, apenas para convidados. Estará aberto para visitação amanhã, 30, ao público. De terça a quinta a exposição funciona de de 9h às 18h e às sextas de 12h às 21h, e terá a maior escultura feita de lixo, além de outras instalações. No contexto da Bienal também ocorre a 3ª Convenção das Themônias, que acontece de 30 de junho a 11 de agosto e discute sobre os corpos LGBTQIAPN+ e a arte produzida pelas Themônias, movimento sócio-politico-cultural.
VEJA MAIS
A proposta da Bienal das Amazônias é subverter a lógica que reduz a região e valorizar e debater o espaço e a arte feita por indígenas, negros, caboclos e outros corpos invisibilizados. Rita Soares, jornalista que integra a comunicação do evento, destaca que a Bienal é protagonizada por mulheres. "Estando à frente a produtora cultural paraense Lívia Condurú, junto com as curadoras Sandra Benites, Keyna Eleison,Vânia Leal e Flavya Mutran", iniciou.
"Segundo a Lívia, a Bienal foi pensada para se tornar uma nova instituição de arte que nasce no Sul Global (América Latina), gerando protagonismo às Amazônias, retomando o seu poder narrativo, em muito tomado por terceiros. Isso gera o deslocamento do debate sobre as artes, seu status quo e poderes de transformação econômica e social, que, historicamente, tem partido dos eixos dominantes do mercado das artes", completou.
A Bienal já nasce proporcionando ao público um primeiro contato com o fazer artístico das Themônias, movimento artistico, cultural e político, explica a diretora executiva da Bienal, Lívia Condurú, que também reforça que as Themônias comandarão o lançamento, levando a arte de rua para dentro de um museu. “A gente vai mudar um pouco a dinâmica eurocentrada de exposição, trazendo um movimento da rua para assumir um espaço institucional de arte. O museu deixa, assim, de ser um espaço de contemplação de obras para ser contemplativo de gente”, explicou.
Arth Morbach, conhecida como Bacu Rabazônia faz parte da coordenação de Comunicação da Convenção das Themônias e representa o movimento ao falar sobre a importância deste momento. "Por ser um movimento subversivo, as Themônias são parte desse processo, ocupando um espaço que até pouco tempo atrás era ainda mais marginalizado, dentro e fora das artes. Assim como marginalizadas pela própria sociedade. Experimentamos uma estética própria que se vale de elementos da região. Somos um movimento artístico vanguardista, que traz para cena, debate e reflexão, corpos themônizados pela sociedade", declarou.
De acordo com Marckson Moraes, a Themônia Mila Milambe: “as conversas surgiram articulações com número cada vez maior de artistas pelas ruas e a decisão de usar a denominação Themônias para se contrapor ao preconceito da sociedade que demoniza artistas LGBTQIAPN+. Hoje, as artistas formam o movimento com pelo menos 150 pessoas e repercutem no cenário nacional e internacional”, concluiu.
Dois meses de programações artística em Belém
A estrutura da Bienal das Amazônias conta com a 3ª Convenção das Themônias que organiza sete semanas de exposição, quase dois meses de atividades, a começar no dia 30 de junho e finalizar no dia 11 de agosto. Haverá exposição com a maior escultura feita de lixo, debate cabelo (roda de conversa), camarim aberto (espaço para vivências e processos criativos) e performances. Além de mesas de discussão sobre políticas públicas, sustentabilidade, periferias, etnicidades, transgeneridades, mulheridades e o próprio movimento das Themônias. As demais programações da Bienal das Amazônias ainda será divulgada, mas acontecerão a partir de 4 de agosto até novembro.
De 5 de julho a 11 de agosto, a convenção das Themônias seguirá com extensa programação. Nos dias 5, 6 e 7 de julho, as atividades terão como tema a sustentabilidade. Nos dias 12 e 13, o tema será Periferias, com oficinas sobre “Vivências circenses” (para público infantil) e Stilleto. Já nos dias 19 e 20 de julho, o tema será sobre Etnicidades, com oficinas sobre tranças (para público infantil) e expressão corporal. Nos dias 26 e 27, o tema será Transgeneridades, com oficinas de customização e Corpo Themônia. Em agosto, os dias 2 e 3 serão dedicados ao tema Mulheridades, com oficina sobre produção. 9 e 10 de agosto, a temática será o Movimento Themônias, com oficinas sobre Cabeças e costura criativa.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA