Porta-bandeira da Portela denuncia racismo no aeroporto de Brasília; vídeo
Um dia após ser homenageada pelo Dia da Consciência Negra, na Câmara dos Deputados, Vilma Nascimento sofreu racismo no aeroporto do DF
Vilma Nascimento, de 85 anos, reconhecida como Cisne da Passarela e porta-bandeira da Portela há 66 anos, foi acusada de roubo em uma loja e teve a bolsa revistada publicamente na última terça-feira (21), no Aeroporto Internacional de Brasília. O incidente ocorreu apenas um dia após Vilma ser homenageada pela Câmara dos Deputados no Dia da Consciência Negra. O caso foi interpretado por Vilma e sua família como racismo.
Segundo o neto de Vilma, Bernard Nascimento, ela foi a única cliente submetida a uma "revista" e que a segurança não explicou a necessidade desse procedimento. Em um vídeo, gravado por uma das filhas de Vilma, pode-se ver o momento em que ela é obrigada a retirar todos os objetos da bolsa após ser acusada pela segurança da loja.
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Vilma expressou que nunca havia passado por algo semelhante em toda a vida. Bernard, indignado, questiona o motivo da avó ser a única abordada em uma loja cheia e aponta a falta de explicações por parte da segurança. A abordagem humilhante e injustificada causou sérios impactos na saúde de Vilma, de acordo com seu neto.
"Minha avó fica com o olho cheio de água quando vê o vídeo. Até evito mostrar pra ela", disse Bernard. Diante da falta de desculpas por parte da loja e da segurança, a família pretende iniciar um processo legal contra os responsáveis pelo ocorrido.
O cientista político e advogado Nauê Bernardo destaca a relevância de questionar se houve abordagens semelhantes a pessoas brancas pela mesma funcionária. Ele enfatiza que, até que se reconheça e nomeie adequadamente o perfilamento racial nesses casos, não será possível superar o racismo no Brasil. A administração do Aeroporto de Brasília não se pronunciou sobre o ocorrido.
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