No Pará, funk ganha ‘nova cara’ e se mistura com tecnobrega gerando diversão entre artistas

Uma das bandeiras levantadas pelos funkeiros paraenses é lutar contra o preconceito musical e abrir oportunidades a novos artistas

Amanda Martins
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O Funk, comemorado nacionalmente no dia 12 de julho, é a cara do povo brasileiro e um dos estilos musicais mais queridos e ouvidos do país, mas não é somente em solos cariocas e paulistanos que ele é produzido. No Pará, há muitos profissionais que se destacam produzindo versos com batidas envolventes que não conseguem deixar ninguém parado.

Mas diferentes das outras produções feitas fora do Estado, nestas, produzidas no Pará, os profissionais conseguem colocar dentro dos sons referências regionais, como por exemplo, o tecnobrega, que ao se misturar com o funk ganhava uma nova roupagem: o tecnofunk, bastante tocado nas festas.     

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BW MC é um dos responsáveis por difundir o ritmo na capital paraense. Ele começou a cantar nas batalhas de rima organizadas em 2017 em bairros de Belém.  No início, o funkeiro disse ter sido muito descriminalizado por pessoas que se incomodavam com o ritmo, acreditando que ele servia apenas para retratar drogas e violência.

“Ninguém aceitava que os artistas locais podiam cantar funk, mas agora deu uma mudada, estão abraçando mais, a galera tem curtido o que estamos produzindo. A cena paraense tem evoluído e isso é muito gratificante”, disse otimista. 

image BW MC (Arquivo pessoal)

Segundo BW, “produzir” o funk no Norte é bastante diferente da região sudeste, onde o ritmo ganha além de um novo sotaque, batidas mais percussivas com o “tamborzão”. 

“Ele tem referência do pessoal de São Paulo e Rio, mas a gente aqui do Pará que faz o funk não tem como fugir do brega e é aí que nasce o tecnofunk, que mistura as nossas letras e o estilo do funk com as batidas do tecnomelody”,  explicou o artista.

O MC pontuou que antigamente o ritmo não era bem aceito, mas de uns anos para cá apresentou uma boa aceitação do público e os funkeiros locais passaram a ser mais chamados para shows.

“Querendo ou não, a cena do funk e do rap não é vista fora de Belém por outras pessoas de outras regiões, mas sei que somos capazes de criar hits nacionais”, declarou. 

Em suas letras, BW busca muito mais que divertir quem as escuta. Ele fala sobre superação e problemas sociais.“Eu canto funk consciente e só quero nos manifestar”, acrescentou.

image Scarletty Queen (Vinicius Lima)

A cantora Scarlety Queen performada pelo intérprete criador Carlos Henrique é a única funkeira drag queen de Belém. Dona de apresentações eletrizantes, ela diz viver um turbilhão de emoções quando entra no palco. 

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“Nos bastidores para fazer tudo isso acontecer é muito desafiador, muitas vezes cheguei a me perguntar se era realmente isso que eu queria para a minha vida e a resposta sempre estava nos palcos, por isso continuo a minha jornada”, acrescentou a artista. 

As músicas cantadas por ela ainda são inspirações como a cantora Anitta, Ludmilla e Lia Clark. Ela ainda não possui singles autorais, mas diz trabalhar para realizar mais esse sonho. 

“Ser uma bicha preta do interior e está ganhando essa visibilidade sendo uma drag funkeira não deixa ser um ato político, eu sou arte mas também sou resistência”, declarou.

 

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