Maestrina Cibelle Donza faz vaquinha virtual para apresentar obra inédita em Belém

A maestrina e compositora paraense Cibelle J. Donza realiza campanha de crowdfunding para apresentar pela primeira vez em Belém a obra “Pierrot Lunaire”, do austríaco Arnold Schönberg (1874 –1951).

A obra estreou em 1912 em Berlim e é considerada uma das peças eruditas mais importantes do século XX, por ter uma instrumentação revolucionária para a época. A coleta virtual servirá para custear gastos com a produção do evento como cenário e figurino. A apresentação terá direção cênica de Carlos Vera Cruz e canto-falado de Marisa Brito e será registrada em gravação de DVD.

Os colaboradores podem contribuir pelo site do Catarse. Dependendo do tipo de contribuição quem colaborar com o “Pierrot Lunaire” terá direito a lugares privilegiados no dia da apresentação, a camisas, chaveiros, ao DVD e poderá concorrer ao sorteio do boneco do Pierrot.

O espetáculo será apresentado no dia 14 de agosto, às 20h, na Igreja de Santo Alexandre, bairro da Cidade Velha, também com a participação de elenco de outros artistas e músicos locais. A realização é da Escola de Música da Universidade Federal do Pará (UFPA). Parte dos recursos necessários já está garantida pela UFPA, porém ainda é necessário recurso para realizar o espetáculo completo, com todos os elementos necessários para a estreia e execução da obra.

“A obra quebra com alguns padrões tradicionais e traz várias novidades na sonoridade. Tem um trabalho especial com timbres. Quando as pessoas pensam em música pensam em melodia, e o timbre também é um elemento do discurso musical. Esta obra tem um colorido de timbres muito grande. Ela também trabalha de maneira especial com a ressonância e o canto é uma mistura de cantar com o falar ao mesmo tempo”, descreve a maestrina Cibelle Donza.

A cantora, musicista e compositora Marisa Brito dará corpo e voz para o lunático Pierrot de Schöenberg, junto aos músicos e professores EMUFPA e convidados: Celson Gomes, Ariel Alves, João Marcos Palheta, Cristian Brandão, Rodrigo Santana, Alexandre Contente e Carlos Pires.  Sobre o conceito cênico, Carlos Vera Cruz buscou ambientar a obra em Belém no início do século XX, período que corresponde ao auge da comercialização da borracha e da Belle Époque na capital paraense.

A apresentação faz parte de um projeto de extensão coordenado pela maestrina Cibelle J. Donza. O projeto apresentará uma vez por semestre uma obra lírica contemporânea importante do século XX e XXI.

“Esta é a primeira ação do projeto. A ideia é trazer obras contemporâneas, Pierrot Lunaire, por vários motivos é importante. Ela foi composta no século XX, em 1912. Ela é bem emblemática porque está no momento das transições, a gente quer mostrar as características estéticas do século XX e XXI. E como ela é uma instrumentação com menos músicos no palco iria ser mais fácil para fazer esta montagem”, explica Donza.    

Agende-se:
Pierrot Lunaire em Belém
Local: Igreja Santo Alexandre - Cidade Velha
Data: 14/08, às 20h
Entrada Gratuita