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Dinho Ouro Preto fala sobre reinvenção com álbum "Sonora"

Novo trabalho do Capital Inicial é o 20º da banda e reúne 11 faixas inéditas

Lucas Costa/Redação Integrada
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Capital Inicial, uma das bandas do rock nacional com maior tempo de atividade lançou novo disco, “Sonora”, o 20º de sua carreira, e é onde o grupo alia toda sua experiência à contemporaneidade de nomes do rock como Far From Alaska, Scalene e CPM 22. O álbum tem ainda produção de Lucas Silveira (Fresno), e traz a proposta de fazer jus a história do Capital, ao mesmo tempo em que se reinventa com um trabalho feito de forma colaborativa e orgânica.

O resultado é um disco potente, que reúne 11 faixas inéditas, a maioria composta por Dinho com seus antigos parceiros, como Thiago Castanho (ex-guitarrista do Charlie Brown Jr), Alvin L. e Kiko Zambianchi. Antes de ser lançado oficialmente, “Sonora” teve algumas de suas músicas lançadas como singles, há pelo menos cinco meses antes do lançamento do disco completo.

Os singles foram disponibilizados com videoclipes, também produzidos por pessoas mais jovens, seguindo a pegada do trabalho com novos músicos da cena independente. Dinho Ouro Preto, vocalista do grupo, concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal O Liberal, onde falou sobre o lançamento. Confira a entrevista na íntegra:

Como foi esse processo de envolver pessoas novas em toda concepção do álbum?

Eu já conhecia todo mundo, todos eram amigos, a novidade foi trazer eles pra dentro do projeto capital. Eu sempre me interessei por novidades no rock, tanto gringo quanto nacional. Eu já tinha ouvido anos atrás as primeiras gravações do Far From Alaska e Scalene; com o CPM 22 já havia gravado antes gravei com eles. Mesmo tendo conhecido todos esses caras antes, a ideia de fazer um projeto com eles não foi uma coisa deliberada, pelo contrário, foi acontecendo de um modo gradual. Eu já tinhas as músicas todas prontas, e o acaso acabou levando a proposta. A produção foi feita pelo Lucas Silveira, que também é de uma geração do rock mais contemporânea.

Como foi chegar até ele?

No encontro na garagem do Lucas, mostrei pra ele uma música, ele falou ‘sobe aqui no estúdio’, e o som que ele deu pra essa música foi a centelha, que deu um efeito, como ondas sonoras. Ele abriu as portas para ‘Universo Paralelo’, que é o nome da faixa. O que o Lucas fez naquela música foi apresentar um jeito novo de arranjos do Capital, de gravar Capital e uma ideia nova em relação a timbres e sonoridades. Várias portas se abriram, e eu fiquei surpreso com os caminhos que ele apontou. Até então o dilema era que havia uma dicotomia sobre o Capital ter que se reinventar, mas ter que honrar sua história. E isso estava muito na minha cabeça até eu conhecer o Lucas e a gente fazer essa prévia, foi quando vi as possibilidades de solução para esse problema, de que não existe necessariamente essa contradição, e que era possível fazer um disco.

“Sonora” vem depois de um hiato de lançamentos. Como foi essa decisão?

Em 2013 lançamos o ‘Viva a Revolução’, e dois anos atrás gravamos um acústico nos Estados Unidos, e o que a gente tá fazendo atualmente é tentar lançar um novo projeto a cada dois anos. Então esse foi um hiato apenas em relação a discos de estúdio. Você foi jurado da primeira temporada do SuperStar, e o Scalene participou da segunda temporada do programa, você conheceu eles lá? E o Far From Alaska? Eu já conhecia eles [Scalene] antes, e quando vi no programa eu falei ‘caraca o que eles estão fazendo lá?’. Eles já tinham gravado coisas há um tempo, e eram famosos já. O Far From Alaska eu postei alguma coisa sobre eles no meu Instagram há uns dois anos, quando descobri o som deles. Para o disco eu escrevi na cara dura para a Emmily chamando eles pra participar do disco. É uma turma do rock’n’roll que já estreou um disco lá na gringa, eu falei ‘caraca que demais’.

Como é a relação com as bandas novas?

Acredito que quando eles nasceram o Capital já existia há anos, é algo que sempre esteve por aqui. Nossa rela- ção não tem nada de adora- ção de nenhuma das partes, rola o rock’n’roll. A gente é muito mais próximo do que parece, e a participação deles em algumas músicas foi posterior a primeira gravação. A gente gravou e depois pensou ‘pô queria chamar uma pessoa’, porque pensamos que algumas remetiam a alguns artistas. E como foi a decisão de quais bandas chamar? Foi assim, o que parecia rock e stone rock, chamamos o CPM; a faixa ‘Parado no Ar’, na minha cabeça era um negócio meio anos 80, meio gótico, a voz do Gustavo [Scalene] ia ficar bem. A gente mandou e eles toparam e vieram fazer.

“Sonora” lançou primeiro singles. Porque vocês decidiram por esse caminho?

Acredito que isso é o Capital se adaptando ao mundo. Mas esse é um álbum lançado em pedaços, não é uma compilação de singles. Na minha opinião, as músicas devem ser ouvidas ao mesmo tempo, na ordem do álbum. É a forma como eu ouço música, eu ouço um álbum inteiro. No entanto, eu acredito que o que tá acontecendo hoje, a garotada tá tendo informação pulverizada, são bombardeados de informação de todo tipo, notícias, música, elas estão online 24h por dia. Hoje as pessoas não ouvem sequer a música até o fim. Então agora o único jeito de fazer com que as pessoas ouçam teu disco inteiro, é fatiá-lo. Porém, eu preferia mesmo que as pessoas ouvissem de uma vez só.

E o público de Belém, pode esperar um show com o repertório do “Sonora”?

A gente levou todas as turnês praí, e os shows sempre foram legais. Temos uma plateia boa, e o gozado é que a gente fazia muito show no interior do Pará, em cidades como Marabá, Paraupebas, Santarém, foram vários. Agora fazemos apenas capitais, então certamente iremos de novo.

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Música
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