Ritmos amazônidas em destaque e COP 30: artistas paraenses olham para 2025 com otimismo
Fazedores de cultura esperam que o próximo ano tenha ainda mais ações que fomentem o trabalho da classe artística ao redor do estado
O ano de 2025 promete marcar a cena cultural paraense. Ao longo de 2024, foram desenvolvidas políticas e ações com o intuito de inserir e valorizar cada vez mais as expressões artísticas culturais como elemento-chave na sociedade.
Agora, com a chegada da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), os artistas estão otimistas com a oportunidade de ter mais espaços públicos onde todos possam mostrar seus trabalhos. Para os fazedores de cultura, será um ano também de lutas para que as suas artes e costumes sejam vistos, respeitados e preservados.
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A cantora Joelma aguarda a chegada do próximo ano com as melhores expectativas possíveis. Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, a “Rainha do Calypso” relembrou as conquistas do Pará ao longo de 2024. Segundo a artista, o ano foi incrível, com muita gente talentosa, que merece reconhecimento, tendo seu trabalho divulgado no Brasil e no mundo.
“O nosso Pará está cheio de talentos e temos que ajudar a mostrar isso para todo o Brasil. Esse ano tivemos uma visibilidade incrível, eventos importantes e que em 2025 possamos mostrar ainda mais”, conta.
Joelma acredita que finalmente chegou o momento dos talentos do Pará mostrarem seus trabalhos. “Estava até passando da hora, dos nossos artistas incríveis que a gente conhece há muitos anos e têm um talento inacreditável, terem a oportunidade de se mostrar para o Brasil e o mundo. A expectativa para a chegada de 2025 é de muita alegria e satisfação.”
"A Zaynara é uma princesa, talentosíssima e tem muito a conquistar nesses próximos anos. Nós temos grandes nomes no Pará e recentemente a Viviane Batidão, Rebeca Lindsay, Valéria Paiva e Hellen Patrícia participaram comigo no meu DVD com a música ‘Balanço do Norte’. Elas são demais e estão tendo a visibilidade que sempre mereceram ter e vão conquistar ainda mais, estou com elas!”, complementa a artista.
Reiner é músico e produtor musical e diz que suas expectativas estão um misto de emoções. Ao O Liberal, o artista paraense explicou sua perspectiva sobre o ano que vai chegar.
“Tudo tem acontecido com uma velocidade muito grande aqui em Belém por conta da COP30 e isso tem gerado ansiedade em artistas. Tenho esperança que teremos mais espaço para os nossos sons e que todos possam usufruir de iniciativas que apoiem a cultura local e quem tem feito música e todo tipo de arte que tem efervescido em Belém.”
Tanto como cantor e compositor, quanto como produtor, ele está sempre antenado ao que acontece na cena cultural paraense. Isso inclui expressões artísticas do teatro ao audiovisual. Reiner espera que, no novo ano, haja um aumento de medidas públicas para oxigenar a cultura e dar tração monetária à cena artística de Belém.
“Os modelos de editais ainda são muito voltados para produtos como discos e filmes. Existe uma cadeia muito grande do entretenimento que precisa de mais do que um disco bem feito para existir. Acho que o Governo poderia começar a explorar editais que fomentassem o desenvolvimento de carreira de artistas para que consigamos sair da sobrevivência da arte e começarmos realmente a colher frutos prósperos em relação ao nosso trabalho”, espera o cantor.
Como produtor musical, o dono de “Elã” também deixou sua grande aposta no cenário musical de 2025. “A Banda Samaúma. É demais ver um frontman como o Naré, um homem preto retinto, interiorano e LGBTQIAPN+ liderando um grupo de tecnobrega que fala sobre a nossa geração. Outra aposta que tenho é na Layse que vem se mostrando uma grande produtora musical e exímia multi-instrumentista.”
O desejo da cantora Fafá de Belém para 2025 é semelhante ao de Reiner. A artista espera que existam ainda mais políticas culturais que coloquem o artista paraense no “lugar que ele tem que estar, principalmente em grandes eventos.”
"Uma política cultural olhando para os vários setores da música paraense, é o que vai fazer, manter e incentivar a produção cultural e abraçar os fazedores culturais da terra. Aqui na Amazônia, em Belém, principalmente, nós temos muitos olhares. Os músicos e cantores daqui são excelentes", diz.
"Nós fomos a capital cultural do Brasil no final do século XIX, a nossa formação musical é muito sofisticada e vai desde o samba de roda, de cacete, o carimbó. Passa pela música erudita, os boleros. Nós somos muito”, complementa Fafá.
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