Mostra Grotesca Gruta: evento destaca o humor feminino com espetáculos gratuitos em Belém

O público poderá se inscrever para as atividades diretamente na Casa Sesc ou Sesc Ver-o-Peso

Amanda Martins

A Mostra Grotesca Gruta, que iniciou na última segunda-feira (2/09), e segue até sexta-feira (6/09), em Belém, reúne as artistas e pesquisadoras Ana Marceliano, Andréa Flores e Antônia Vilarinho, destacando o humor decolonial feito por mulheres pretas e afro amazônidas, falando sobre ancestralidade e causos do cotidiano feminino. O evento está sendo realizado na Casa Sesc, na avenida Boulevard Castilhos França, em frente à Estação das Docas. Além da série de oficinas e uma roda de conversa, a programação também oferecerá espetáculos teatrais com entrada franca. A mostra é realizada pelo Sesc em parceria com o Circo Matutagem. 

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Quem abrirá as apresentações nesta quarta-feira (4/09), às 19h30 é a atriz, pesquisadora de Teatro e palhaça, Andréa Flores, com “Meu poema imundo”, em que encarna uma mulher gorda que habita um espaço marginal, desafiando os padrões sociais e celebrando a poesia e o riso. 

Antônia Vilarinho subirá ao palco na quintas-feira (5/09), também às 19h30, com “A mulher festa”, uma obra que une capoeiragem e palhaçaria, inspirada nas macumbarias do riso e no teatro baile, e é resultado de sua pesquisa acadêmica sobre a Palhaçaria Preta, explorando a reinvenção da mulher negra na cena contemporânea. 

“Esse trabalho já vem como um experimento, tanto na formação quanto na palhaçaria de terreira”, explicou a doutora em Artes Cênicas, atriz, palhaça, capoeirista e pesquisadora ao Grupo Liberal.

Vilarinho ressaltou que o espetáculo é inspirado por sua trajetória na palhaçaria, sempre trazendo elementos de sua regionalidade, como o canto e as referências de sua família.  "Essas crianças que estou celebrando no espetáculo são minhas, são meus filhos, tanto os que estão no céu quanto os que estão vivos", comentou Antônia. 

Ela vê na palhaçaria uma oportunidade de ressignificar as tragédias pessoais, transformando-as em alegria e riso, especialmente para mulheres negras. "Com a arte e a palhaçaria, podemos ressignificar e trazer uma maneira positiva, descolonizada e antirracista de lidar com nossas experiências", acrescentou a pesquisadora. 

Ana Marceliano fechará a mostra na sexta-feira (6/09), às 17h, com “Quem procura cura”. Neste espetáculo, ela interpretá a bufa Darcy que atende em seu “Consultório de psicologia popular de rua”, oferecendo curas cômicas para diversos males, com a ajuda de sua mãe e de sua avó, uma cobra coral chamada Honorata, que traz consigo mistérios e saberes ancestrais.

Segundo Marcelino, a mostra convida o público a um debate sobre uma arte decolonial protagonizada por mulheres, que utiliza o riso não apenas como distração, mas como uma ferramenta para expor as estruturas de opressão que afetam as mulheres, especialmente as brasileiras, nortistas e amazônidas. 

"Este riso que as mulheres estão provocando tem o intuito de apontar e fazer ver as estruturas de opressão sobre o ser mulher presentes na sociedade", explicou a artista e organizadora da mostra. 

O espetáculo de Ana é fruto de uma pesquisa de uma década, inspirada em formas cômicas regionais como o quadro da matutagem dos Pássaros Juninos de Belém. Ela compartilha que a criação da personagem Darcy é baseada em memórias pessoais e familiares, especialmente das mulheres que cuidaram dela desde a infância, transmitindo saberes tradicionais da Amazônia, como benzimentos e banhos de cheiro. "O espetáculo então compartilha estas memórias afetivas com o público de forma irreverente", comentou.

Uma roda de conversa, intitulada “Grotesca Gruta: Comicidade Feminina Visceral”, a partir das 19h, ainda na sexta-feira, ficará a cargo de encerrar as apresentações em grande estilo. 

OFICINAS 

Dando início às atividades desenvolvidas pelo trio, Antônia Vilarinho ministrará a oficina “Corpo-mandinga”, de 2 a 6 de setembro, das 8h às 12h. Essa atividade é parte da pesquisa da atriz focada no desenvolvimento de corpos orgânicos e conscientes para a cena. 

A capoeira me deu a possibilidade de trazer essas corporeidades para a palhaçaria, criando um corpo leve e orgânico, em contraste com um corpo duro e militar", explica Antônia, acrescentando que a oficina busca explorar uma palhaçaria descolonizada e enraizada nas tradições brasileiras, incorporando elementos de dança e brincadeiras tradicionais, como o Cacuriá e as experiências dos povos originários.

Já Ana Marceliano estará à frente de “Isso  não é um bufão”, hoje, 4, e amanhã, 5, das 14h às 19h. Andrea Flores realizou “Tá rindo de quê? Dramaturgias descoloniais do corpo cômico”, nos dias 2 e 3 de setembro, também das 14h às 19h. A inscrição pode ser feita diretamente na Casa Sesc ou Sesc Ver-o-Peso.

SERVIÇO

Mostra Grotesca Gruta

  • Data: de 2 a 6 de setembro;
  • Local: no espaço Casa SESC localizada na avenida Boulevard Castilhos França, 277 - Campina; em frente à Estação das Docas; 
  • Horário: a definir de acordo com cada programação;
  • Serão oferecidos três espetáculos, três oficinas e um bate papo:  “Grotesca Gruta - Comicidade feminina visceral”;
  • As apresentações das peças serão gratuitas ao público. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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