‘Mangueirosamente’ recebe Emanuel Villaça e Douglas Dinelly para falar sobre o ofício da reportagem
Eles marcaram época na tela da TV Liberal com matérias que contam muito do telejornalismo na Amazônia

No programa “Mangueirosamente” desta sexta-feira (28), a partir das 19h, no portal OLiberal.com, o público vai conhecer um pouco do telejornalismo feito na Amazônia. Para isso, o apresentador Ismaelino Pinto recebe nos estúdios do Grupo Liberal os jornalistas Emanuel Villaça e Douglas Dinelly, profissionais de primeira linha da Imprensa do Pará. Nesse bate-papo com Ismaelino, Villaça e Douglas contam sobre o ofício de levar aos telespectadores a melhor matéria possível acerca de um assunto pungente, e isso rotineiramente, o que constitui um desafio profissional a render sempre curiosas e saborosas histórias ao público.
Emanuel Villaça começou a trajetória dele em 1978, a partir da TV Marajoara, da Rede Tupi, passando a trabalhar com Ivo Amaral em um tempo de poucos recursos tecnológicos para as emissoras. Em 1979, Douglas Dinelly ingressou na TV Marajoara. Primeiramente, Douglas foi para a rádio Super Marajoara, onde conheceu o saudoso Ronald Pastor e também Nonato Cavalcante. Em dado momento, Ronald enviou Douglas para Raimundo Souza Cruz, redator-chefe da TV. No núcleo local de telejornalismo atuavam Franca Siqueira e Feitosa, dois nomes muito conhecidos da Imprensa paraense.
Naquele tempo, “era uma sobrevivência no meio da selva”, como afirma Emanuel Villaça sobre como era o dia a dia do telejornalismo. “No caso de uma viagem, por exemplo, não se tinha como se tem hoje um celular, passa um IP, o pessoal capta, baixa tudo e edita. Eu conhecia todos os pilotos da antiga Votec, aqueles aviões pequenos de passageiros, e eu sabia a hora em que eles iam passar. Então, eu tinha que fazer tudo a tempo de esperar uma brecha na porta do aeroporto para ele levar o material para a TV para mim. Porque nós tínhamos o deadline (prazo para a matéria ser concluída) às 5 horas da tarde, e então a gente começa bem cedo a organizar tudo dentro do tempo”, conta Villaça. No caso, era ele, o repórter cinematográfico Gouveia Júnior e outros profissionais, num total de quatro pessoas.
Villaça e Gouveia Júnior se entendiam quase que por telepatia, e esse sincronismo de texto e imagens facilitava as ações na cobertura jornalística. Villaça lia o texto da reportagem para os integrantes da equipe, a fim de conferir como estava o trabalho em termos de clareza e encaminhamento do assunto antes de tudo ir ao ar.
Aventuras sucessivas
Nesse contexto de desafios, Douglas Dinelly conta que era comum se viajar muito na cobertura jornalística. “Eu me lembro de a gente na região da Transamazônia, cobrindo aquele problema do Pacal, uma Usina de Abraham Lincoln, uma usina de fabricação de açúcar, que tinha lá, e a gente viaja, inclusive, com o pessoal do jornal, e às vezes perguntava onde havia um telefone rural, um Orelhão. Então, era tudo difícil. Tinha que pegar um motorista e pedir para ele ao ir ao aeroporto entregar a fita com as imagens em Altamira, por exemplo, para chegar na TV”, conta.
Os jornalistas eram verdadeiros desbravadores na proposta de mostrar a Amazônia para o Brasil, como pontua Douglas Dinelly. Prova disso, no caso Payakan (o cacique Paulinho Payakan, do povo Kayapó, foi acusado em 1992 de ter estuprado uma jovem estudante), por exemplo, Villaça e equipe montaram acampamento durante o julgamento do acusado, no Fórum de Redenção (PA), inclusive, “almoçando” refrigerante e sanduíche.
O juiz encarregado do caso vendo o empenho da equipe deu o furo de reportagem a eles: o magistrado foi filmado assinando a ordem de prisão do indígena e, também como relata Villaça, emprestou o telefone dele para a notícia ser dada em primeira mão no “Jornal Nacional”, em um caso de repercussão internacional. Essas e outras aventuras em formas de matérias e ainda outros aspectos da história do telejornalismo paraense podem ser conferidos no “Mangueirosamente” desta sexta-feira (28).
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA