Lembranças da infância e de brincadeiras com dobradura de papel são contadas em livro

Débora Alfaia da Cunha relembra em “A menina, a folha de papel e uma aventura no mar” momentos da sua família

Bruna Dias
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O livro infantil “A menina, a folha de papel e uma aventura no mar”, de autoria da professora Doutora Débora Alfaia da Cunha, da Faculdade de Pedagogia, do campus de Castanhal, da UFPA, já pode ser adquirido pelo público.

Publicado pela editora Appris, selo Artêrinha, ilustrações dos artistas visuais José Santana e Suzana Alfaia, o livro é indicado para crianças na faixa etária de 5 a 12 anos, mas também pode ser lido por qualquer pessoa que goste de histórias de aventura e de fazer dobraduras.

“O livro nasceu da minha experiência de vida e atuação profissional. Iniciei como professora de Educação Infantil e hoje estou na formação de professores, como docente do curso de Pedagogia. Atuando com crianças e professores há mais de 20 anos, venho incentivando a formação cultural e a valorização das vivências e saberes da infância, em especial a produção do próprio brinquedo pelas crianças”, explica Débora Alfaia da Cunha.

“O livro apresenta uma mistura de história infantil com um desafio de uma dobradura. Paola, a protagonista da narrativa é uma menina, criativa e corajosa, que mistura elementos da sua história familiar à medida que brinca com a folha de papel”, acrescenta.

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“A menina, a folha de papel e uma aventura no mar” conta a história de Paola, uma menina muito criativa, que foi desafiada por sua mãe a brincar com uma folha de papel. A menina dobrou a folha, brincou e acabou embarcando em uma grande aventura no mar da imaginação, misturando suas ancestralidades afro-brasileira e indígena. Viu a canoa da bisavó, o trabalho de seu bisavô e toda sua relação com o rio mar amazônico. Foi uma aventura para dentro de sua própria história e cultura.

Em um mundo onde as crianças ganham brinquedos prontos e se comunicam com inteligências artificiais, o livro apresenta uma experiência ancestral de construir seu próprio brinquedo e imaginar sua própria aventura.

“As lembranças de Paola são, em verdade, memórias da minha família. Meu avô dobrava barquinhos de papel para minha mãe e tias. Ele era carpinteiro e calafetador. O livro faz um tributo a esses barcos de papel e de madeira que povoaram a infância de minha mãe e a minha própria infância. Faço dobraduras desde de criança. A folha de papel sempre foi a principal matéria prima de muitos brinquedos e brincadeiras. Trazer esse objeto nessa obra é um movimento natural de retomar minha própria infância”, relembra.

A escritora conta que toda essa história foi sendo desenvolvida em oficinas de dobraduras, na tentativa de criar uma sequência de fácil memorização e toma como inspiração outros autores que já produziram narrativas que misturam a contação com o ato da dobradura de papel.

“Acho que a grande diferença da história são as referências da Amazônia paraense, desde o ventilador, passando pelas canoas, açaizeiro e letras das embarcações. É uma aventura que toma o calor e as águas do Pará como cenário. A própria Paola traz na cor da pele, no amendoado dos olhos e nos cachos dos cabelos a ancestralidade dos povos das florestas e rios”, finaliza Débora.

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