Edição virtual do Palco Giratório começa nesta quinta com 17 espetáculos
O evento on-line traz os espetáculos selecionados para a edição de 2020, uma alternativa para substituir o circuito que, antes da pandemia, rodava o país de forma presencial
O teatro produzido no Brasil ganha o mundo a partir desta quinta-feira, 30, com uma nova edição do Festival Digital Palco Giratório, desta vez em um novo formato. Serão um total de 17 transmissões ao vivo dos espetáculos, pelo canal do Sesc Brasil no YouTube (QR code).
A edição virtual traz os espetáculos selecionados para a edição de 2020 do evento, uma alternativa para substituir o circuito que, antes da pandemia, rodava o país de forma presencial.
O grande diferencial deste ano é a forma de construção da programação. Os espetáculos serão realizados presencialmente nos teatros do Sesc nos estados (sem público) e transmitidos para todo o Brasil.
A mostra abre com o espetáculo “Vaga Carne”, do Grupo Passô (MG). Trata-se de um solo de Grace Passô, que também assina o texto do trabalho. A peça é um campo de jogo entre palavra e movimento, onde um corpo de mulher vive a urgência de discurso, à procura de suas identidades e de pertencimento.
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Em sua narrativa, uma voz errante, capaz de invadir qualquer matéria sólida, líquida ou gasosa, resolve, pela primeira vez, invadir um corpo de mulher e, a partir dessa experiência, narra o que sente enquanto sujeito, o que finge sentir, o que é insondável em si, o que sua imagem é para o outro, sonda o que significa um corpo enquanto construção social. A transmissão será feita direto do Grande Teatro do Sesc Palladium, de Belo Horizonte, e começa às 20h.
Outro destaque da programação é a pela “Roda”, do grupo Rapha Santacruz Produções (PE). A narrativa vem circulando, trazendo pra roda os domínios fantásticos e misteriosos do reino da imaginação. Na bagagem, a alegria genuína de um brincante popular. De acordo com a sinopse, a Roda vai gerando energia, é moinho de risada, de festa multiplicada, ciranda de gente vestida de infância. A montagem tem transmissão marcada para o dia 2 de outubro, às 16h, direto do Teatro Marco Camarotti, em Recife.
O festival termina no dia 16 de outubro, com o espetáculo “Salão”, do grupo Casa 4 (BA). No palco, amor, breguice e viadagem conduzem o 'dois pra lá, dois pra cá' de “Salão”, primeiro espetáculo do coletivo.
Em cena, busca-se repensar os estereótipos de gênero que tradicionalmente envolvem as danças de salão e excluem outras possibilidades de dançar a dois. A montagem será transmitida às 20h, direto do Teatro Sesc Feira Centro, em Feira de Santana.
Os espetáculos foram selecionados por uma curadoria nacional e permanecerão nos canais da instituição até janeiro de 2022. Além das 17 transmissões ao vivo pelo canal do Youtube Sesc Brasil, o Palco Giratório contemplará 190 horas de oficinas, 97 debates (pensamentos giratórios) e 132 intercâmbios, todos em modo remoto e relacionados aos 17 espetáculos do circuito nacional. Serão disponibilizadas também 131 apresentações de grupos regionais, que ficarão disponíveis até novembro, também de forma on-line.
“A nossa expectativa é promover a conexão entre os meios digitais de difusão da cultura em ações locais, porque ainda temos medidas de isolamento em muitas cidades. Temos certeza de que o projeto vai dinamizar diversos setores da economia criativa, gerando trabalho e renda para as pessoas que impulsionam as artes cênicas no país, sobretudo neste momento de crise, ampliando ainda mais o papel social do Sesc. Oferecer à sociedade uma programação totalmente renovada ajuda a dar visibilidade àqueles trabalhos que se destacaram durante o ano pela qualidade técnica e pela capacidade de expressar questões contemporâneas”, explica Raphael Vianna, analista de artes cênicas do Departamento Nacional do Sesc.
Reconhecido no cenário cultural brasileiro como um importante projeto de difusão e intercâmbio das artes cênicas desde 1998, o Palco Giratório intensifica a formação de plateias a partir da circulação de espetáculos dos mais variados gêneros e promove a troca de experiências por meio de uma vasta programação. Este ano, artistas e públicos de diferentes regiões do país estarão conectados em salas virtuais para dialogar sobre essa história.
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