Cortejo Visagento transforma o 'Dia das Bruxas' em uma celebração do imaginário popular paraense
O evento reuniu mais de 2 mil pessoas que desfilaram pelo bairro do Guamá
Na noite desta quinta-feira (31/10), o Cortejo Visagento chegou à sua sexta edição, transformando o Dia das Bruxas em uma celebração do imaginário popular paraense. Com figuras como a Mulher do Táxi e a Matinta Perera, o evento reforça a identidade cultural da região e atrai um público diverso, que se fantasia de lendas urbanas, entidades e figuras misteriosas da cultura local. Organizado pelo Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB), o cortejo contou com a participação duas mil pessoas e foi aberto ao público.
A concentração ocorreu a partir das 18h em frente ao Cemitério Santa Izabel, e o cortejo seguiu pelas ruas Paes de Souza, Caraparu e Travessa Liberdade de Castro, encerrando na Praça Benedito Monteiro. Este ano, o tema “O Canto que ecoa nas florestas queimadas” homenageou o uirapuru, pássaro místico da Amazônia, cujo canto, segundo a lenda, traz sorte a quem o ouve.
Raimundo de Oliveira, um dos fundadores do cortejo, destacou a importância de celebrar a cultura local, afirmando que o evento representa uma forma de valorizar o território e a identidade amazônica.
“É um ato de valorização e também de exaltar o nosso bairro, com ela, valorizar a cultura do povo amazônico, que é uma cultura milenar, e precisa ser lembrada. Hoje tentaram fazer um dia de uma cultura que não é nossa, que é o Halloween, mas nós não podemos nos submeter a uma cultura estranha para nós, nem a língua nós sabemos. Nós podemos fazer a nossa festa como uma forma de existir, uma forma de ser respeitado, uma forma de ser lembrado”, declarou Raimundo.
Entre os participantes, Cely Borges se destacou com sua fantasia de Matinta Perera, personagem que faz questão de representar todos os anos. Para ela, o cortejo valoriza o folclore e as lendas da região, ressaltando a importância de mantê-las vivas. “As escolas têm a responsabilidade de apresentar a cultura local para os alunos, porque acho que eles não conhecem muito as histórias que os nossos avós contavam sobre as lendas urbanas, nosso imaginário popular, por isso, se faz importante trazer essa manifestação para as ruas”, comentou Cely.
Hudson dos Passos, acompanhado de sua filha Hanna Maria, ambos vestidos de personagens da Família Addams, participaram do cortejo pela primeira vez. “É o primeiro ano que estamos participando. Mas o importante é que ela já começa a participar com três aninhos. Ela é fã da Wandinha e o aniversário de três anos dela foi o tema”, comentou Hudson, que escolheu o personagem Tio Chico para combinar com a fantasia da filha.
A professora Clarinda Saldanha, caracterizada como a Moça do Táxi, compartilhou sua satisfação em representar uma figura marcante do folclore paraense. Ela destacou o prazer de “emprestar o corpo para o personagem”, vivenciando e transmitindo a cultura e tradição locais.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA