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Fotógrafo Luiz Braga defende exposições permanentes em contato com o público do Arte Pará 2024

O artista é o homenageado do ano, no Arte Pará. A mostra encerra no próximo dia 29 de dezembro

Bruna Lima
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Chegou a vez do homenageado do Arte Pará 2024, o fotógrafo paraense Luiz Braga, ter seu momento de encontro e troca com o público por meio do "Fala de artistas", ação educativa da mostra. Esse momento é de grande importância para o fotógrafo, que tem a conversa como um dos seus artifícios para obter uma boa foto.

Quem conhece o trabalho de Luiz Braga fica encantado com as expressões e a força dos personagens. Talvez uma das explicações seja esse contato que o artista estabelece com os seus modelos ou fotografados. Luiz diz que gosta de mergulhar no universo e na realidade das pessoas, pois esse contato enriquece seu trabalho.

Durante o bate-papo, o artista falou um pouco de como essa trajetória surgiu. "Eu sou uma pessoa que gosta de pesquisar sobre tudo o que me interessa, seja um filme, uma música ou qualquer coisa do cotidiano. E assim foi com a fotografia. Eu comecei a pesquisar e a me interessar cada vez mais", conta Luiz Braga.

Esse trabalho, inicialmente, era dividido entre a área publicitária e artística. "Como forma de obter a minha renda eu trabalhava na parte publicitária, mas nas horas vagas eu fazia o trabalho artístico. Até que chegou um tempo que eu resolvi não me dividir mais e me dediquei ao que realmente eu amo", acrescenta.

Luiz Braga passa por diversas fases nessa trajetória, mas destaca sobre o gosto de sempre retornar aos mesmos locais. "Se for olhar o meu acervo, eu costumo circular pelos mesmos lugares", pontua. Talvez, seja um dos motivos pelo qual o artista tem como marca a bandeira da Amazônia.

Atualmente, um dos locais onde o artista mais fotografa é o Marajó, pois ele diz que é um lugar onde se sente bem, feliz e em pleno contato com a natureza. Após a exposição de 50 anos de carreira, que será em 2025, ele planeja realizar uma exposição sobre o Marajó. 

É baseado nas coisas simples da vida da Amazônia que o fotógrafo consegue invadir galerias e montar exposições fora do país. A mostra do Arte Pará 2024 está chegando ao fim e, para o artista, todo fim de exposição é um sentimento de tristeza.

"É como se eu estivesse a uma semana do final das férias de julho em Mosqueiro. É uma sensação de saudade, pois é sempre bom ter nosso trabalho exposto. Seria muito bom se aqui no Pará nós tivéssemos exposições permanentes. Eu acho que seria justo, pois diante do tamanho e da potência da arte que nós temos aqui, que já tivéssemos exposições permanentes aos olhos do público e não nas gavetas", destaca o artista.

O recorte especial do Arte Pará 2024, “Luiz Braga – o percurso do Olhar”, apresenta algumas obras desta coleção, expondo fotografias da série matricial de sua produção, focada na visualidade popular do Norte do Brasil, de obras em P&B e demais obras emblemáticas de determinadas fases da trajetória do artista e que vão até algumas fotografias da Série “Verde-noite - 11 raios na Estrada Nova, Fotografias em Nightvision” de 2009. Obras estas, que reunidas, apresentam um mapa do percurso do olhar de Luís Braga sobre o universo amazônico em tensão com a linguagem fotográfica.

Arte Pará

Maior projeto de arte do Norte do país, o Arte Pará trouxe para a edição 2024, o tema “Um Norte [transcursos – caminhos]” com curadoria da artista Nina Matos. Na edição deste ano, o formato da mostra conta com a participação de 20 artistas paraenses convidados e uma sala especial para o artista homenageado na Casa das Onze Janelas.

Quem está no comando desse processo de ações pedagógicas no evento é o artista plástico e professor Emanuel Franco. Emanuel iniciou sua trajetória artística no final da década de 70, participando de exposições em Belém e outros centros do país e exterior. Ele atuou como professor até 2015. Além de artista visual, Emanuel atua na área da curadoria de exposições.

As ações pedagógicas vão ao encontro do tema do Arte Pará 2024. Ou seja, a proposta de se transpor parâmetros, limites, horizontes e (re)definir novos horizontes nas artes plásticas e, em particular, no aprendizado e evolução ininterruptos dos próprios artistas desse projeto de arte e educação e do público espectador.

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