Gaby Amarantos comemora sucesso de cantoras paraenses na cena música
A artista falou que sempre sonhou em estar em destaque ao lado de mulheres conterrâneas, ela ainda destaca que a música paraense é “uma mulher”.
Se formos fazer um balanço sobre a música paraense durante os últimos anos, vamos encontrar dezenas de nomes de mulheres que despontaram no cenário nacional. Mas certamente o nome de Gaby Amarantos aparece entre os artistas do Pará que mais fazem sucesso na cena e permanecem ao longo das últimas décadas no topo.
E para encerrar 2024, a artista comemorou ao lado da família, amigos e fãs e patrimonialização da sua obra musical e o recebimento da Comenda Raimundo Manito, na sede do Rancho Não Posso Me Amofiná, esta semana.
“2025 é um ano que eu quero a consolidação da nossa música, o tecnobrega, o tecnomelody, no Brasil. A Viviane Batidão falou uma coisa muito importante no Prêmio Multishow, a gente consome a música do país todo, mas o Brasil precisa consumir a nossa música também. Então o meu sonho, se me perguntarem o que falta, para mim é cada vez mais o tecnobrega e tecnomelody tem um lugar especial na música, por exemplo, quando a gente entra em uma plataforma tem piseiro, trap, entre outros ritmos. Quero entrar nessas plataformas e encontrar tecnobrega e tecnomelody, e que a nossa música chegue cada vez mais nas rádios e na casa das pessoas, mas não só no Brasil, no mundo. Isso já está acontecendo e é muito bom ver isso. Eu quero que esse ano seja para a gente colher muito esses frutos”, explica.
Para o próximo ano, a paraense Gaby Amarantos é a embaixadora do Festival Amazônia Para Sempre, que será realizado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém. O festival será um dos braços de duas grandes festas que já ocorrem no Brasil, o Rock in Rio e The Town.
“Quero que seja um ano também que a gente colha os frutos da COP 30. Eu como embaixadora do Amazônia Para Sempre, com Vale e o Rock in Rio, receber um monte de gente que vem de fora, o Coldplay, falam que vem a Lady Gaga e Beyoncé. Venham! A gente quer que todo mundo venha. Mas a gente quer também que os nossos artistas sejam protagonistas, o nosso povo, os povos originários, as mulheres, que a gente seja protagonista. É isso que eu quero muito e estou botando muita fé que vai acontecer”, analisa a artista.
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Em 2025, o Pará também estará no samba. A escola de samba Acadêmicos do Grande Rio vai homenagear o Pará no Carnaval 2025 com o enredo “Pororocas Prawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós", Gaby Amarantos não estará na avenida por incompatibilidade de agendas, já que no período do Carnaval ela tem vários shows agendados. Mas será que teremos uma homenagem do Rancho para a artista jurunense?
“Não sei nem se eu tenho coração para isso. O Rancho é a escola do meu coração, eu ia ficar muito honrada e feliz. Acho que o Jurunas merece, porque contar a história da Gaby é contar a do jurunense e guamaense, do povo da Terra Firme, de todos esses bairros da periferia que são marginalizados e que são os que impulsionam a nossa cultura. E contar a história da nossa periferia é ser mais paraense, ser mais brasileiro”, disse.
Durante a celebração da Gaby na agremiação, Jango Vidal, presidente de honra do Rancho disse que faria muito gosto dessa homenagem para a cantora.
Recentemente uma nova polêmica rondou a música paraense, a cantora foi uma das pessoas a se posicionar. Nas redes sociais, criou um debate sobre o Pará estar ou não na moda atualmente, Gaby Amarantos falou que não quer ser taxada como a precursora da música no Brasil, mas que ela sempre esperou pelo momento vivido hoje: que é celebrar esse olhar para o Estado e ver outras mulheres junto com ela em destaque.
“É por isso que eu falo muito das mulheres e quando eu trago elas junto comigo, é porque é muito importante a gente entender que a música do Pará é uma mulher. A música do Pará é uma mulher preta, com essa pele amorenada, avermelhada, caramelo, com cara de cabocla, com o cabelo que saiu molhado do rio, tecnológica, moderna, antenada, gostosa, que pega a manga e come, que toma seu açaí sem açúcar ou com também, que gosta do charque e que cria a sua própria arte, que ela é a sua produtora cultural. Nós somos nossas produtoras, nós temos que fazer o nosso figurino, liderar as nossas equipes. Ser artista na Amazônia é ser completo! Agora que a cena está olhando para a gente, mas antes a gente tinha que aprender tudo sozinha, por isso que eu exalto muito essas mulheres, desde Dona Onete, Fafá de Belém e Joelma, as pioneiras, até as novas gerações. Agora que a Vivi Batidão, que é uma estrela, agora que está sendo conhecida no Brasil, assim como a Zaynara. E que venham outras, eu nunca quis ser artista única, sempre sonhei com esse movimento te ter outras mulheres comigo, por isso eu estou muito feliz. Finalmente está acontecendo, os meus sonhos estão se realizando”, finaliza Gaby Amarantos.
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