Daniella Perez: entenda o ritual macabro com círculo de fogo e lua cheia que envolveu morte da atriz
Em 'Pacto Brutal', detalhes do assassinato da filha de Gloria Perez, como tatuagens no pênis e virilha, foram revisitados
"Pacto Brutal", série da HBO Max que resgata a história do assassinato de Daniella Perez, traz no título uma característica marcante da história: Gloria Perez, mãe da vítima, assim como vários membros da polícia e do Judiciário, acreditam que o crime foi o desfecho de um acordo criminoso e de um ritual macabro entre Guilherme de Pádua e sua esposa à época, Paula Thomaz.
A investigação do crime apontou que o "sacrifício" de Daniella contou com uma série de elementos místicos, como tatuagem em órgãos genitais, lua cheia, confecção de um círculo de fogo e devoção a divindades.
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O quarto episódio da série documental, que chegou ao streaming recentemente, apresenta todos os elementos estranhos, macabros ou comprometedores em torno do ex casal 'de Pádua'. De acordo com José Piñeiro Filho, o promotor do caso e hoje desembargador de Justiça, toda a relação do casal é ritualística.
Tatuagens no pênis e na virilha levantaram possibilidade de ritual
Um dos primeiros pontos, e também um dos mais significativos, que levantava a possibilidade de um ritual, foram as tatuagens do casal. Guilherme teve o nome de Paula tatuado em seu pênis, já Paula teve o nome do marido tatuado na virilha.
Guilherme chegou a usar a tatuagem como prova de que não estava interessado em Daniella, já que era muito apaixonado pela própria mulher. Paula, em uma série de depoimentos, é apontada como uma mulher ciumenta, sentimento que teria atingido seu ápice na noite do assassinato de Daniella.
"É ritual. Não tô dizendo magia negra, é ritual. Cada um na sua razão de ser, na sua psicopatia, sem limite", afirmou Muiños. "Durante a investigação apareceram inúmeras evidências de que havia um ritual. Primeiro, surgiram provas de que ela e ele tinham certos hábitos ritualísticos vinculados a algum tipo de exotismo religioso", detalhou Paulo Freitas, advogado e assistente de acusação no caso Daniella Perez.
Devoção a santo levantou suspeita
O ator Maurício Mattar, que contracenou com Pádua em uma peça de teatro, também falou sobre atitudes do parceiro de cena que considerava estranhas. Ele lembrou que Guilherme colocou a imagem de um santo no camarim que os dois dividiam. "Não me lembro qual era [o santo]. Ele ficava lá ajoelhado, fazia umas preces, umas coisas lá", contou Mattar.
Paula ia assistir à peça todas as noites e também levava uma imagem de uma santa dentro de uma mochila. "Ela abria [a mochila] pra imagem olhar o espetáculo. Eu não entendia, mas fiquei assustado com o comportamento", revelou Mattar.
Elementos do crime apontaram para sacrifício macabro
Rose Rodrigues, especialista em religiões ouvida pelo documentário, explicou que os pactos ou sacrifícios começam com grandes devoções. A entrevistada ainda cita muitos elementos de um ritual macabro - que existiram no assassinato de Daniella.
No local do crime, a investigação observou que o corpo da atriz estava dentro de uma área circular, que foi demarcada com fogo: uma queimada realizada cerca de uma ou duas semanas antes do crime. Havia ainda um arbusto próximo ao local, e a noite de 28 de dezembro foi a última de lua cheia do ano.
"Precisa ter horário correto, lua correta, árvore correta [para um ritual]. O motivo do círculo: a energia não sai. É direcionada àquela entidade mesmo. Tem que retirar um adorno com você, pode ser qualquer coisa [de Daniella, foram retiradas uma mecha de cabelo e a aliança]. [O corpo] Tem que ser de comprido, peito pra cima, braços abertos. Essa é a ritualística", explicou Rose.
Para finalizar, os golpes que mataram Daniella foram dados no coração. Essa relação de elementos levou o promotor Muiños a afirmar que "a vÍtima foi sacrificada".
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