Filme de Danilo Gentili de 2017 segue disponível em streaming, mesmo após proibição do governo
Serviços já tinham apontado censura em ordem de exclusão do conteúdo, e se recusaram a cumprir
O filme "Como Ser o Pior Aluno da Escola" (2017), de Danilo Gentili, segue disponível em serviços de streaming, mesmo após quase uma semana de uma ordem do governo que determinava sua remoção de todas as plataformas. A comédia virou novamente centro de uma polêmica depois que influenciadores bolsonaristas acusaram o filme de fazer apologia à pedofilia.
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O secretário especial de Cultura Mário Frias e o deputado André Fernandes foram alguns dos que ajudaram a fazer barulho na polêmica, que acabou com o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinando a censura do filme e, em seguida, a alteração da classificação indicativa de 14 para 18 anos.
Serviços de streaming como Globoplay e Telecine, que têm o filme em seus catálogos, chegaram a noticiar que não cumpririam a ordem do ministério, e apontaram a decisão como censura - que é incosntitucional. De acordo com a pasta que determinou a censura, as medidas seguem ativas.
Entenda como surgiu a polêmica
A comédia de Danilo Gentili que tem Fábio Porchat no papel de vilão teve cenas problemáticas apontadas na época de seu lançamento, em 2017. Políticos bolsonaristas como o deputado Marco Feliciano (PL-SP) elogiaram o filme na época, e agora, após nova rodada de polêmica, o pastor se voltou contra o filme.
Em "Como Ser o Pior Aluno da Escola", a cena polêmica mostra o personagem de Fábio Porchat instigando dois garotos menores de idade a pararem de discutir, e então pede que os dois o masturbem. As crianças reagem com surpresa, negando o pedido.
"O que é isso, preconceito nessa idade? Isso é supernormal, vocês têm que abrir a cabeça de vocês", diz o personagem de Porchat, antes de abrir a barguilha da calça e puxar a mão de um dos meninos em direção a ela.
O secretário Frias diz que a cena é uma afronta às familias, e que o longa usa a pedofilia como forma de humor. Ele disse ainda que tomaria medidas cabíveis para que crianças não sejam "contaminadas por esse conteúdo sujo e imoral".
A ordem de exclusão do filme de todas as plataformas de streaming foi publicada no Diário Oficial da União na última terça-feira, 15, e prevê multa de r$ 50 mil por dia caso os serviços não a cumpram. O longa segue disponível para streaming ou locação nas seguintes plataformas: Netflix, YouTube, Telecine, Globoplay, Google Play e Apple TV+.
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