Filme 'Cabana', da diretora paraense Adriana de Faria, é exibido em Belém

Curta de 14 minutos terá três sessões que acontecerão no dia 20 deste mês

Juliana Maia
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O filme "Cabana", da diretora paraense Adriana de Faria, será exibido no dia 20 de janeiro, no Cinema do Sesc. Serão três sessões, às 16h00, às 16h20, 16h35 e, ao fim da terceira, haverá um bate-papo com Adriana e a produtora executiva Tayana Pinheiro sobre a produção do curta, premiado como "Melhor Curta-Metragem" da Première Brasil do 25ª edição Festival do Rio, e "Melhor Direção de Curta-Metragem", no Cine Ceará.

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A obra recebeu outros prêmios, como "Melhor Direção" no 22ª Mostra Goiânia de Curtas e Menção Honrosa no 5⁰ Festival de Cinema da Amazônia - Olhar do Norte. A obra chegou a ser exibida no 34⁰ Festival Internacional de Curtas de São Paulo Kinoforum e no 27⁰ FAM de Todos

Com elenco de Isabela Catão e Rosy Lueji, que dão vida às personagens Margarida e Maria Lira, a produção dirigida por Adriana tem 14 minutos e narra a história de duas mulheres durante o período da Cabanagem. O curta envolveu uma equipe de cerca de 30 pessoas do Norte e Nordeste do país e foi gravado em uma cabana.

image Isabela Catão interpreta Margarida (Foto/Divulgação/Adriana De Faria)

O interesse de retratar a cabanagem acompanha Adriana de Faria há bastante tempo. Por atuar no meio áudiovisual e ser do Norte, região na qual ocorreu a Revolução, ela sempre se questionou sobre a ausência de filmes sobre a temática. A partir de então, a diretora do curta começou a idealizar um projeto sobre a Cabanagem, com foco no protagonismo feminino.

image Rosy Lueji interpreta Maria Lira (Foto/Divulgação/Adriana De Faria)

"Eu me deparei com a perspectiva das mulheres e que existe um grande apagamento histórico sobre a participação delas na cabanagem. Quando a gente estuda na escola, a gente sabe aquela versão oficial dos grandes homens da cabanagem. E a própria imagem do cabano é aquele desenho do homem com um chapéu e um facão", explica.

Ver sua obra premiada e reconhecida no país traz à Adriana o sentimento de esperança. Com a visibilidade de "Cabana", ela espera que as produções cinematográficas nortistas ganhem mais destaque no país. "Acho que a importância é trazer esse reconhecimento e a gente [Norte] conseguir multiplicar essas produções que são realizadas aqui com profissionais daqui", ressalta.

image Adriana ao lado das protagonistas do filme, interpretadas pelas atrizes Isabela Catão e Rosy Lueji (Foto/Reprodução/Instagram: @adrianamfaria)

Com as três sessões, além do bate-papo exclusivo após a última exibição no Sesc, a roteirista deseja que o público acolha o filme e possa se identificar com o que estarão assistindo, recordando um passado que, segundo ela, acaba sendo esquecido. "Que elas [as pessoas] se lembrem que a cabanagem é agora. A gente precisa continuar lutando. Pelo nosso território, pelas nossas pautas e para que as mulheres continuem sendo protagonistas de suas histórias", reforça.

A produção "Cabana" foi realizada após Adriana conquistar o Prêmio de Incentivo à Arte e à Cultura, da Fundação Cultural do Pará, em 2022. Ela trabalha há oito anos em projetos documentais e ficcionais que retratam temáticas amazônicas, entre elas, a série de culinária "Sabores da Floresta" exibida pelo canal GNT. "Cabana foi gravado passando a estrada da Ceasa, na casa da família Santos, moradores da área que nos receberam super bem", relembrou.

O filme de baixo orçamento contou com investimentos próprios e apoio para ser realizado. A coprodução é da Marahu Filmes, com direção de fotografia de Thiago Pelaes, e produção executiva é assinada por Tayana Pinheiro ao lado de Adriana de Faria.

"Todos os aspectos de direção de arte (Bea Morbach e Tita Padilha) e figurino (Vinny Araújo e Alê Ferreiro) foram pensados para um filme de época e, com pouco recurso, isso foi um grande desafio para equipe que conseguiu chegar em um resultado incrível em pouco tempo de pré-produção", disse a diretora.

(*Juliana Maia, estagiária sob supervisão do Coordenador do Núcleo de Cultura de Oliberal.com, Abílio Dantas)

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