Filme 'Cabana' ganha prêmio de Melhor Curta-Metragem no Festival do Rio

A única obra paraense na competição conta a história de mulheres na Cabanagem conquistou o troféu Redentor de Melhor Curta

O Liberal
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O curta-metragem de ficção “Cabana”, da diretora, roteirista e produtora executiva paraense Adriana de Faria ganhou o prêmio de Melhor Curta-metragem da Première Brasil no Festival do Rio no último domingo (15). A 25ª edição do festival é um dos mais importantes do país com mais de mil inscrições e noventa filmes nacionais selecionados na Première Brasil, entre curtas e longas. A previsão de estreia do curta em Belém é para dezembro.

“A Cabanagem é agora. O Norte existe. E está na hora de todo mundo olhar para cima”, afirmou Adriana ao receber o célebre Troféu Redentor. “Foi fundamental estar presente na exibição do curta e ocupar esse espaço no Festival do Rio. Receber o feedback do público e do júri através do prêmio é um reconhecimento do nosso trabalho e da potência do cinema paraense. Desejo que esse momento abra caminhos para mais realizadores nortistas e paraenses. O cinema é feito de encontros, de pessoas e da pluralidade de narrativas. Não queremos ser exceção nessas competições”, declarou.

“Cabana” foi o único paraense em toda a competição do Festival do Rio e, em sua categoria, esteve ao lado de outros quinze curtas sendo apenas dois de realizadores do Norte. Realizado através do Prêmio de Incentivo à Arte e à Cultura da Fundação Cultural do Pará em 2022, com investimentos próprios e apoios de empresas privadas, o curta-metragem de quatorze minutos narra o encontro entre duas mulheres do movimento popular da Cabanagem e se passa majoritariamente em uma única locação, em uma cabana.

Filmada em duas diárias e meia, a produção de baixo orçamento envolveu mais de trinta profissionais do Norte e do Nordeste e é uma coprodução com a produtora paraense Marahu Filmes. Isabela Catão e Rosy Lueji são as atrizes que dão vida às personagens Margarida e Maria Lira.

“Nada melhor do que nós mesmos para contarmos nossas histórias e falarmos delas de uma maneira mais apropriada, para mim essa foi a importância de ter feito o ‘Cabana’. Isso me faz acreditar cada vez mais que o Norte existe nas histórias que contamos através do cinema e que é feito pelas pessoas daqui”, declarou a atriz amazonense Isabela Catão.

A paraense Rosy Lueji retornou ao cinema com a participação no curta. “Me senti muito honrada em ter participado desse filme com uma das atrizes, foi meu retorno ao audiovisual e foi de extrema importância fazer esse trabalho, ele receber o prêmio de melhor curta no Festival do Rio foi a comprovação de quanto é importante contar histórias de mulheres que foram silenciadas no tempo da Cabanagem, ser a personagem Maria Lira trouxe também uma força muito grande para mim", assegurou.

O filme também recebeu outros prêmios Melhor Direção no 22ª Mostra Goiânia de Curtas e Menção Honrosa no 5⁰ Festival de Cinema da Amazônia - Olhar do Norte. A obra já foi selecionada e exibida no 34⁰ Festival Internacional de Curtas de São Paulo Kinoforum e no 27⁰ FAM de Todos. As próximas exibições serão no Festival Audiovisual de Roteiro de Porto Alegre - FRAPA e no 3º Curta Bragança, ambas em novembro.

O filme tem direção de arte de Bea Morbach e Tita Padilha, figurinos de Vinny Araújo e Alê Ferreiro e maquiagem de Isis Penafort. A fotografia é de Thiago Pelaes, montagem de Lucas Domires e a edição de som de Lucas Coelho do Atelier Rural. A produção executiva é assinada por Tayana Pinheiro ao lado de Adriana de Faria.

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