Cenário paraense faz parte de documentário que concorre vaga para indicação ao Oscar

“Quando falta o ar” está em fase de campanha para fazer parte da lista dos indicados de Melhor Longa Documentário do Oscar 2023

Bruna Lima
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O documentário "Quando falta o Ar", das irmãs Ana Petta e Helena Petta, é uma das produções brasileiras que está em fase de seleção para concorrer na categoria Melhor Longa Documentário, no Oscar 2023. O filme retrata o trabalho de profissionais de saúde em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) de várias regiões do país, em meio a pandemia do novo coronavírus. Quem assistir o documentário vai encontrar cenários do Pará, nas cidades de Castanhal e Igarapé-Miri. A lista com os indicados deve sair ainda no mês de dezembro, mas enquanto isso os diretores seguem com a campanha e na expectativa da indicação.

Ana é atriz e cineasta e Helena é médica, roteirista e pesquisadora. O universo da medicina na ficção já vem sendo uma marca no trabalho da dupla, já que elas são as criadoras da série médica "Unidade Básica", da Globoplay.

Com a pandemia, em 2020, as irmãs percebendo o momento histórico, já que estavam diante de uma das maiores crises sanitárias do mundo, viram a necessidade de mostrar o que estava ocorrendo no sistema de saúde do Brasil. Desde o início, a ideia do filme era sair do convencional e fugir do que os jornais estavam mostrando para os espectadores.

E para fugir desse convencional, as diretoras optaram por gravar em unidades não tradicionais, como uma penitenciária na Bahia e regiões ribeirinhas, no Pará. Outro recurso para sair do modelo jornalístico foi de focar na relação entre profissionais e pacientes, pois as diretorias tinham o objetivo de mostrar a importância do trabalho dos profissionais que estavam na linha de frente.

Quando a pandemia começou, em 2020, Helena já não atuava na linha de frente, pois já vinha trabalhando com pesquisa e também em outros projetos. Mas nesse momento sentiu a necessidade de contribuir de alguma forma e como já tinha experiência em interpretar a medicina na ficção, conversou com a irmã e elas decidiram iniciar a coleta de dados para o novo projeto "Quando falta o ar".

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Inicialmente, Helena conseguiu relatos de médicos aprovados de diferentes regiões por meio de vídeos de telefones celulares, que foram minuciosamente analisados ​​pelas diretorias.

Em outubro de 2020, quando ainda não tinha vacina, mas tudo parecia um pouco mais tranquilo, elas resolveram ir para o campo, ligaram as câmeras e visitaram algumas regiões do país. O documentário foi filmado em São Paulo (Hospital das Clínicas), Recife (UBS do Morro da Conceição), Pará (Hospital Municipal de Castanhal e equipe de saúde de Igarapé Miri), Salvador (Complexo Penitenciário Lemos de Brito) e Manaus (SOS Funeral ).

"Esse trabalho foi uma experiência incrível, pois apesar de trabalhar como roteirista na série, eu ainda não tinha tido a experiência na direção. E o que eu tento trazer para a cena é muito das sensações que eu tenho como médica, as coisas que eu sinto como médica de certa forma são referências para tentar captar com a imagem", explica Helena.

A gravação no Pará, em um primeiro momento, seria apenas em Castanhal, pois uma das personagens principais é uma médica indígena. Mas em meio às torcidas, as diretoras tiveram contato com as fotografias de Tarso Sarraf, que é coordenador de audiovisual de O Liberal, e também estiveram presentes em um projeto independente, onde percorreram diversas regiões do Pará mostrando o cenário da Covid no estado.

"A gente decidiu ir para Igarapé-Miri muito pelo contato com as fotos do Tarso, pois a gente ficou com vontade de acompanhar essa equipe de saúde que ele nos apresentou e fomos até Igarapé-Miri", explica a diretora.

Sobre o Pará, Helena disse que já atuou na medicina no município de Santarém, oeste do estado, e que desde essa época se apaixonou pelo estado. "Apesar de ser um lugar com muitas dificuldades, o Pará tem profissionais de saúde que estão muito empenhados para fazer o seu melhor. Sem falar que é uma região muito bonita do nosso país", completa Helena Petta.

No momento, as diretoras seguem na expectativa de saber o resultado final com a lista dos indicados ao Oscar. Elas fizeram exibições nos Estados Unidos como forma de campanha para dar maior visibilidade à produção.

“Quando Falta o Ar” tem previsão de estreia no Brasil ainda para o início de 2023. Foi vencedor da 27ª edição do Festival É Tudo Verdade.

O filme

Abordando a pandemia com foco nos diferentes tempos e dimensões envolvidos no cuidado em saúde, o longa revela a face humana da luta coletiva contra o vírus, trazendo a interseção da saúde com a religiosidade, a desigualdade social e o racismo estrutural presentes no país. O documentário apresenta registros de equipes atuantes em São Paulo (Hospital das Clínicas), Recife (UBS do Morro da Conceição), Pará (Hospital Municipal de Castanhal e equipe de saúde de Igarapé Miri) e Salvador (Complexo Penitenciário Lemos de Brito).

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