Exposição em Belém destaca a beleza e ancestralidade do artesanato Juruna e Arara

A história e o artesanato dos povos indígenas Juruna e Arara, do Xingu, estão em destaque na exposição "Juruna e Arara: Terra, Água e Vida na Volta Grande do Xingu", que chega a Belém e estará aberta visitação a partir desta quarta-feira (9) até o dia 13 de agosto, no Espaço São José Liberto, com entrada franca.

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A exposição tem curadoria dos designers Idanise Hamoy e Renato Imbroisi e está na segunda edição reunindo 22 artesãos indígenas de 11 aldeias, que imprimem a sua arte em peças como acessórios feitos com miçangas, tecidos estampados e outros artefatos que trazem os grafismos característicos das duas etnias, além da pintura corporal feita nos visitantes que forem conferir a mostra pelos próprios indígenas. A feira chega à capital paraense por intermédio do Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial (PPCMI), do consórcio Norte Energia.

A mostra está na segunda edição e reúne o trabalho de 22 artesãos indígenas de 11 aldeias, impresso em peças como acessórios de miçangas, tecidos estampados e outros artefatos (Walda Marques / Divulgação)

Idanise Hamoy, curadora da exposição, destaca que a exposição é uma oportunidade para conhecer a arte, cultura e as tradições passadas de geração a geração nas aldeias, e também de adquirir peças feitas pelos artesãos Juruna e Arara. “Cada peça reflete a identidade e a história ancestral dos Juruna e dos Arara, sendo uma forma de valorizar e apoiar suas comunidades. Esperamos que os visitantes mergulhem nessa experiência enriquecedora, apreciando a diversidade cultural e valorizando a importância da preservação da rica herança dos povos originários”, avalia Hamoy.

Além do artesanato, os participantes poderão conhecer um pouco mais sobre a história das duas etnias e o cotidiano de quem vive nas seis aldeias localizadas na Terra Indígena Paquiçamba, onde habitam os Juruna, e da Área Indígena Juruna do Km 17, onde estão situadas uma aldeia e uma Reserva Indígena, assim como a Terra Indígena Arara da Volta Grande do Xingu, onde ficam mais quatro aldeias habitadas pelos Arara.

A exposição conta com imagens feitas pela fotógrafa Walda Marques,que passou duas semanas na Volta Grande do Xingu (Walda Marques / Divulgação)

A exposição conta com imagens feitas por Walda Marques, que passou duas semanas na Volta Grande do Xingu acompanhando o cotidiano das etnias Arara e Juruna. "Eles fazem artesanato gráfico, brincos, pulseiras e muitos tecidos. Eu fui lá em janeiro deste ano para registrar alguns momentos que compõem a exposição e o catálogo, e captar a vida deles na Volta Grande, onde estão 11 aldeias. Foram 11 dias de trabalho e uma grande emoção", comentou a fotógrafa.

Para Walda, acompanhar de perto a produção do artesanato e o modo como esses artesãos trabalham e vivem foi algo ímpar. Por isso, ela faz questão de deixar um recado para o público: "Para este trabalho selecionei 8 fotos. As demais vão para o catálogo que irá apresentar as peças Juruna e Arara em outras exposições. Fizemos bastantes fotos, foi uma experiência muito interessante, foi uma grande troca e um grande aprendizado. É uma honra registrar toda essa riqueza cultural. Eles são muito sábios", destacou.

Além do artesanato, os participantes poderão conhecer um pouco mais sobre a história das duas etnias (Walda Marques / Divulgação)

"Nós, que vivemos aqui, na Amazônia, temos que nos aprofundar nas nossas raízes, conhecer a nossa cultura, de onde viemos. É importante valorizar o que tem na nossa terra, o nosso estado é cheio de riquezas, culturalmente falando, seja na música, na arte ou na culinária. Temos que dar valor a tudo isso. E essa exposição está mostrando peças lindas, vale a pena conhecer as etnias Arara e Juruna que vivem na Volta Grande do Xingu", destaca..

A exposição "Juruna e Arara: Terra, Água e Vida na Volta Grande do Xingu" terá visitação gratuita até o próximo domingo (13), sempre das 10h às 18h.

Serviço

Exposição Juruna e Arara: Terra, Água e Vida na Volta Grande do Xingu
Abertura: 08/08, às 18h.
Visitação: 09 a 13/08, das 10h às 18h.
Local: Espaço São José Liberto - Belém.
Entrada franca.