Bate-papo regado à música celebra 80 anos de Sebastião Tapajós, no Teatro do Sesi
No palco, Nilson Chaves, Márcio Jardim, Igor Capela e Lucinnha Bastos recordam histórias e apresentam canções do célebre violonista santareno.
O exímio violonista paraense Sebastião Tapajós, aclamado internacionalmente, teria completado 80 anos no último dia 16 de abril. Ele será homenageado pelo “Papo de Expertise– Eterno Sebastião Tapajós”, programação do Teatro do Sesi voltada à valorização de personalidades paraenses. A vida e obra do artista será abordada no palco, nesta quinta-feira, 28, à partir das 16h30, pelo cantor Nilson Chaves, o percussionista Márcio Jardim e o multi-instrumentista Igor Capela, sob a mediação da cantora Lucinnha Bastos.
Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados presencialmente na bilheteria do teatro, a partir das 9h da manhã. O evento será gravado e o vídeo será disponibilizado em 24 horas no canal do Teatro do Sesi no Youtube.
Falecido em dois de outubro de 2021, os 80 anos de Sebastião Tapajós também foram celebrados com “Semana de Arte” realizada em Santarém, no Baixo Amazonas, terra natal do músico, que contou com show, banda filarmônica e oficinas de pintura, artes plásticas, fotografia, teatro, dança de carimbó e música (violão, piano e bateria). “Essas homenagens são merecidas e as acho maravilhosas. Tudo o que tiver de homenagem, ele merece”, declarou por telefone a viúva de Sebastião Tapajós, Tânia Macião, emocionada.
O Papo de Expertise é realizado desde 2019 pelo Teatro do Sesi. Para esta edição, a ex-produtora de Sebastião Tapajós, Carmen Ribas, foi convidada a fazer a direção artística. “Vai ser um bate-papo regado à música com a presença de amigos e parceiros do Sebastião Tapajós. Além dos artistas no palco, serão exibidos depoimentos em vídeo enviados da cantora Jane Duboc, do músico Ney Conceição, que está em São Paulo, do pianista carioca Gilson Peranzzetta, que foi um grande parceiro dele, e também de Tânia Macião. São pessoas que, de alguma forma, mantém ele vivo na lembrança.
No palco, Nilson Chaves, Lucinnha, Jardim e Capela irão revelar curiosidades sobre Sebastião Tapajós e contar os momentos que viveram ao lado dele. “Nós convivemos muito com ele. Eu gravei músicas dele, fiz muitos shows com ele, Billy Blanco e Peranzzetta. O Sebastião dirigiu um disco meu, quando morei no Rio. Vamos mostrar não apenas o instrumentista, mas também o ser humano que ele foi”, antecipa Lucinnha.
Ela vai interpretar a canção “Minha Flor”, fruto da parceria de Sebastião Tapajós com Billy Blanco, que a cantora gravou no terceiro disco de vinil dela, lançado aos 22 anos. “Essa música me abriu portas”, recorda. “(Papo de Expertise) Será um registro maravilhoso. Vai ser muito importante para mostrar a obra dele, principalmente”.
“Fomos amigos e parceiros de palco e vamos cantar canções que apresentem bem a obra dele. Vou cantar ‘Navio Gaiola’, composição com Antônio Carlos Maranhão, ‘Tempo e Destino’, que é minha com Vital Lima”, antecipa Nilson Chaves. “Conheci o Sebastião desde 1968, fizemos CDs juntos e temporadas de show, inclusive na Europa, principalmente na Alemanha e França”, relembra.
O Papo Expertise é aberto ao público, mas voltado especialmente para estudantes de música, conforme destaca Carmen. “É uma forma de manter o interesse do Sebastião, que sempre foi propagar a obra dele entre os jovens”, observa.
Trajetória
Sebastião Tapajós começou a tocar violão aos seis anos de idade. Em 1952, com 10 anos de idade, ganhou o primeiro cachê e, aos 12 anos, em 1954, passou a integrar a banda santarena “Os Mocorongos”, como violonista. Aos 16 anos, ele veio para Belém estudar teoria musical e seguiu para o Rio de Janeiro, onde fez um curso intensivo de técnica violonística.
O violão amazônico de Sebastião Tapajós conquistou o exterior a partir dos anos 1960, quando iniciou vários shows em Nova York, nos Estados Unidos, no Japão e na Europa, chegando a gravar álbuns na Argentina e na Alemanha, entre outros países.
“Só na Alemanha, ele foi mais de 90 vezes para fazer show. Ele dizia que era mais conhecido no Japão e na Europa do que em Belém. Justamente, queremos que ele seja cada vez mais conhecido na região Amazônica”, observa Carmen Ribas.
Além de violonista, ele foi compositor e arranjador, deixando uma discografia com 61 álbuns lançados entre 1963 e 2011. “Quando a gente perguntava para ele: ‘Quantas músicas já fizeste?’ Ele respondia: ‘Já fiz umas 400, talvez 500, mas acho que foram 600’”, recorda a produtora entre as lembranças do bom humor e do desprendimento com que o músico santareno lidava com o próprio legado.
Agende-se:
“Papo de Expertise- Eterno Sebastião Tapajós”
Dia: Quinta-feira, 28
Hora: 16h30
Local: Teatro do Sesi
Ingressos gratuitos na bilheteria do teatro a partir das 9h da manhã.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA