ANÁLISE: retomada dos festivais de música anima setor, mas economia frágil ainda é desafio
Com retomada de agenda pelo país, festivais de Belém também se preparam para edições deste ano
Os grandes eventos de música estão definitivamente de volta. Depois do Lollapalooza Brasil, em março deste ano, já se foi uma série de outros grandes eventos pelo país em torno da música - estes que ficaram suspensos por quase dois anos por conta da pandemia de coronavírus.
Ana Morena, presidenta da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), comemora o novo cenário. “Finalmente estamos colocando na rua tudo que estava represado nesses últimos 2 anos, e está sendo um grande momento, uma grande alegria. É um baita alívio essa retomada das atividades para milhares de trabalhadores da cultura do país. Estamos vendo os eventos lotados de pessoas felizes e vibrantes comemorando esse retorno com a gente. Tem sido um momento bom”, analisa.
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Mesmo com a agenda de festivais e shows de volta pelo país, incluindo até mesmo passagens de turnês internacionais, o setor de shows ainda esbarra na economia fragilizada do país, como também explica Ana.
“Não quer dizer que está sendo fácil. A economia completamente devastada também cobra o preço no nosso setor. O preço das passagens aéreas, por exemplo, está quase inviabilizando a realização de vários projetos, já que o preço quadruplicou desde 2020. Isso afeta a circulação dos artistas, o intercâmbio e o acesso à arte pelo público de várias regiões, principalmente fora dos grandes centros”, pontua.
Festivais de musica do Pará já têm datas previstas
Os festivais do Pará também já se movimentam para as edições deste ano. A agenda no estado normalmente começa no segundo semestre, com eventos no interior do estado, como Salinas. O Festival Psica, que teve sua última edição em dezembro do ano passado, já tem as datas para realizar o próximo: de 14 a 18 de dezembro.
Jeft Dias, um dos criadores do Psica, fala animado em poder realizar um festival num cenário com menor medo em relação a pandemia.
“Estamos com uma expectativa enorme, pro festival ser maior ainda do que foi no ano passado, e além disso, como está tudo voltando agora, os eventos a procura, a demanda por eventos, por festivais, por shows estava entrando cada cada vez mais. As pessoas querem muito estar em eventos, em festivais, shows, e o Psica vai estar ali cumprindo esse papel, entregando um um evento bonitão, com segurança, com conforto, e com o principal, que é diversão”, adianta Jeft.
O Festival Psica termina no mesmo dia do jogo da final da Copa do Mundo de 2022, o que para Jeft, já é um gol de placa. “Vai ser uma festa incrível”, diz.
Os paraenses não vão ter que esperar até o segundo semestre pelos festivais, isto porque o Festival Dos Rios, em Alter do Chão (Santarém), já começa no dia 9 de junho. O evento de quatro dias terá shows de artistas como As Karuana, Chico Malta, Silvan Galvão, Paulinho Barreto, Osmarino, Kumaruara, Hermes Caldeira, entre outros.
O Festival Se Rasgum, que prepara atualmente uma turnê pela Europa, deve ser realizado em Belém no segundo final de semana de novembro. As atrações ainda não foram definidas, mas o local será o mesmo da edição de 2019, o Espaço Náutico Marine Club.
Outro da agenda paraense é o Festival Apoena, previsto para ser realizado em agosto ou setembro deste ano. Tanto as atrações quanto o local também não foram definidos.
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