Arte Pará 2024: Conheça a arte de Elza Lima, Paulo Santos e Éder Oliveira, que participam da edição

Os artistas têm em comum o gosto por retratar a realidade de forma crítica e poética

Bruna Lima
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Antes do dia 3 de outubro, dia da abertura da 41ª edição do Arte Pará, o público já vai ter conhecido um pouco mais dos 20 artistas convidados e mais o artista homenageado deste ano, Luiz Braga. Nesta edição, será apresentado um pouco mais sobre Elza Lima, Paulo Santos e Éder Oliveira, artistas autênticos e que têm em comum o gosto por retratar a realidade de forma crítica e poética. O Projeto Arte Pará 2024 é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, e realizado pela Fundação Romulo Maiorana (FRM).

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A fotógrafa Elza Lima é uma mulher de 72 anos que mostra garra e sede pelo trabalho e pela arte. Em constante pesquisa e ação, atualmente ela inicia a pesquisa sobre a destruição dos manguezais. “Elaboro refazer o percurso do viajante Ignácio Moura ( Meu bisavô), de sua expedição, de Belém a São João do Araguaia, ocorrida em 1896. Projeto já aprovado na Lei Rouanet, aguardando patrocínio”, explica.

Nesta edição do Arte Pará ela vai tocar em dois pontos, que acompanham o percurso de sua jornada. A beleza da fé e a necessidade de alertar para a preservação dos Manguezais.

“Meu primeiro prêmio foi no Arte Pará, tendo como jurados Paulo Herkenhoff, Benedito Nunes, entre outros. Paulo se interessa pelo meu trabalho e escreve o texto de minha primeira exposição individual, que acontece na antiga Galeria Rômulo Maiorana. O ano era 1988.Depois disso, ganhei dois Prêmios Arte Pará,em 1991 e 1992”, destaca a fotógrafa.

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Em 2022 foi homenageada e já perdeu a conta do número de participações no Arte Pará.

"Eu acompanhei de perto essa caminhada de 41 anos do Arte Pará. Lembro dos grandes nomes que abrilhantaram o seu crescimento. Tenho certeza que é um dos maiores salões que o Brasil possui. Longa vida para o Arte Pará”, deseja a artista convidada.

O fotógrafo Paulo Santos, 59 anos, faz parte do time de artistas que estudam e pesquisam sobre a Amazônia. Ao longo de mais de 40 anos de profissão ele vem se dedicando a acompanhar os processos de transformação da Amazônia, os conflitos socioambientais, as manifestações culturais da região, os diversos ecossistemas Amazônicos, entre outras temáticas e constituindo um acervo sobre a trajetória de desenvolvimento do espaço amazônico.

"Muitas dessas imagens já participaram de exposições nacionais e internacionais, destacando-se a exposição individual "Amazônia - estradas da última fronteira", com mais de 200 imagens selecionadas pela curadora Marisa Mokarzel, realizada no Museu do Estado em Belém e no Museu Nacional em Brasília”, destaca o fotógrafo.

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Nesta edição do Arte Pará, o fotógrafo vai apresentar imagens sobre a guerrilha do Araguaia, de 1983. “Em 1984 comecei a trabalhar como fotojornalista em O Liberal, ou seja, acompanhei os primeiros anos do Arte Pará, inclusive fazendo as imagens para os catálogos das edições. Já na 14ª edição do Salão, em 1995, participei como artista convidado. Então, acompanho o Arte Pará desde a sua origem, fazendo a cobertura da exposição, produzindo imagens para os catálogos ou expondo”, pontua Paulo Santos.

Sobre a forma como o projeto de arte contribui para as artes plásticas e visuais para a Amazônia e Brasil, Paulo Santos reflete que a região ainda é carente de espaços para exposição das artes plásticas e visuais. “A realização do salão, que já chega a 41ª edição, como o mais longevo da região nessa categoria, é uma oportunidade para revelar artistas, divulgar artistas já renomados, enfim, é um espaço super importante para circulação da cultura no estado”, acrescenta.

Éder Oliveira, 40 anos, é um artista que trabalha em diversos suportes, como óleos sobre tela, intervenções, e site-specific. Ele teve o primeiro contato com o Arte Pará ainda na faculdade de Artes Visuais, quando atuou na mediação com o público. “Isso foi bastante importante porque passou a contribuir na minha formação, na própria linguagem artística, conhecer outros artistas e ter diálogos com artistas de fora também. Isso tudo foi muito importante”, destaca.

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Em 2006, foi a primeira vez que ele foi selecionado e recebeu prêmio de aquisição. Em 2007, foi premiado em segundo lugar. “Isso foi bem no início da minha carreira, foi de grande importância ter participado do Arte Pará”, pontua o artista. Desse período até hoje já participou mais vezes como artista convidado.

O trabalho do artista gira em torno do retrato e identidade a partir da imagem do indivíduo da Amazônia. “Desde 2005 venho tentando criar retratos ou trabalhos que tratam a condição do indivíduo da Amazônia, seja por recortes de jornais, que deixam essa figura como marginalizada em muitos casos. E de alguns anos para cá, venho explorando a ideia de miscigenação da Amazônia. Venho sempre permeando esse lugares, mas sempre no universo da Amazonia”, aponta Éder Oliveira.

O trabalho que vai apresentar no Arte Pará deste ano se chama “Antes do entardecer o vislumbre da chegada”, que faz uma abordagem anacrônica sobre a Amazônia com uma imagem contemporânea e nessa paisagem aparecem dois grupos distintos, sendo um de crianças que simboliza o embate, mas que também representa uma visão poética e conflito na Amazônia.

“Historicamente o salão sempre foi muito importante para as artes visuais da Amazônia e até essa construção que vem passando no sentido de mostra e captar a construção contemporânea da Amazônia ter acesso a essa ajuda a democratizar essa arte da Amazonia” avalia o artista.

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