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Arte Pará mostra a sensibilidade da arte em diferentes gerações 

O público vai saber um pouco mais sobre os artistas Dumas Seixas, Margalho Açu e Igor Oliveira

Bruna Lima

O 41º Salão Arte Pará será aberto no dia 3 de outubro, na Casa das Onze Janelas, e até lá o público vai conhecer um pouco mais sobre os 20 artistas convidados para compor a mostra, além do homenageado do ano, o fotógrafo paraense Luiz Braga. Nesta edição, o público vai saber um pouco mais sobre os artistas Dumas Seixas, Margalho Açu e Igor Oliveira. O Projeto Arte Pará 2024 , é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet e realizado pela Fundação Romulo Maiorana (FRM).

Dumas, 66 anos, é um artista veterano que teve participação no Arte Pará desde a primeira edição do salão, em 1982, e posteriormente em 1985. O artista se mudou para São Paulo, mas destaca que a geração de suas obras remetem às vivências e ao cenário da Amazônia, principalmente o Mercado do Ver-o-Peso. “O meu processo de estudo e pesquisa sempre tem como ponto de referência o Pará”, pontua.

Nesta edição, o artista vai apresentar uma série de desenhos e pinturas da década de 80, que são gavetas da memória, que remetem ao comércio do Ver-o-Peso. "As obras são de colecionadores de Belém do Pará”, acrescenta o artista.

Sobre a importância do projeto Arte Pará, Dumas diz que se trata de uma janela para a visualidade amazônica que reflete para o Brasil e para o mundo. “As minhas participações no Arte Pará foram uma espécie de confraternização com outros amigos artistas, alguns já partiram. Era um momento de mostrar nossas obras, mas também de confraternizar com os artistas”, destaca.

Outro veterano da arte é Margalho Açu, 60, começou a mostrar seus trabalhos no Arte Pará, em 1986, “período que só havia esse salão no Pará”, pontua. No mesmo ano, ele também estreou no Salão Nacional da Funarte/INAP/Museu Ufpa. No decorrer das vivências e desenvolvimento das suas obras, foi adquirindo experiências e novas participações no Arte Pará, com prêmios aquisitivos, primeiro prêmio, participações especiais e curadoria da sala especial sobre o artista e soldado da borracha Paulo Sampaio.

Para o artista, que é veterano, o Arte Pará se trata de um salão que deu oportunidade para artistas iniciantes, num período em que não tinham editais culturais no Pará e,os artistas visuais, surgiam do curso de arquitetura da UFPa. “Permitia-se, naquele momento, informações e acesso aos artistas fora do centro cultural de Belém a fazerem parte desse circuito. Hoje há editais e internet, e o Arte Pará cumpriu sua primeira etapa há mais de 40 anos de atividades. Agora, são novos desafios e o Salão tem muito a contribuir ainda para a difusão da cultura da Amazônia”, avalia Margalho.

Esse ano, o artista apresentará três obras, mas optou em citar apenas uma delas, “Carceragem”, de 2023 ( borracha sintética, tecido com borracha natural, e tinta).

Atualmente, Margalho vem realizando oficinas e gravando vídeos sobre sua obra pela Lei Paulo Gustavo. Ainda sobre a obra ele explica, “é o olhar caboclo e a ancestralidade dinâmica da Amazônia. Essas vivências se dão pelo encontro das culturas indígenas com as culturas do resto do mundo, principalmente as européias aqui na Amazônia. É nesse processo que a obra se realiza: fusão cultural e matérica. O que era apenas natural, passa a conviver com o sintético ( mistura matérica e substituições sintéticas no design natural), apropriações por novos usos do objetos e ênfase nos modos artesanais”, detalha o artista.

Ao lado da experiência, o Arte Pará traz as novas gerações. É a primeira vez que o artista Igor Oliveira, 32 anos, participa da mostra. Para o Arte Pará, ele preparou duas peças grandes de 1x1 metro, “foi bastante desafiador e um grande aprendizado esse processo, espero que o público goste”, adianta.

Sobre as peças, se trata de um trabalho que já estava rabiscado há alguns anos, mas o artista sente que era o momento de dar andamento. “Fico feliz que vai estar exposto a um público maior. É um trabalho que explora bastante a relação afetiva que nós do norte temos com a água e a natureza. Então, o trabalho traz essa ideia de espelho d’água onde a gente consegue se identificar no reflexo”, pontua.

O jovem artista acrescenta que seu trabalho sempre foi dedicado a criar peças em pequena escala, delicado, detalhado, mas ainda sim sutil e um pouco minimalista, “esse ano tenho me aventurado a criar peças e composições maiores.Tem sido divertido e desafiador pensar o trabalho dessa forma”, acrescenta Igor Oliveira.

Igor Oliveira é artista visual em Belém do Pará, trabalha e estuda de forma independente, e usa diversas técnicas para elaboração de suas obras. Ele foi finalista do  Prêmio PIPA 2024, importante Prêmio de Arte Contemporânea Brasileira .

A principal técnica do artista é o stencil de múltiplas. Tem uma pesquisa e experimentação de longa data sobre a aplicação das imagens em suportes variados, desde o papel, madeira, vidro, metal, além dos muros da cidade. A arquitetura e elementos do cotidiano estão presentes no seu trabalho, mas também se inspira na natureza, rios e florestas para compor de forma poética universos imaginários e despertar sentimentos.

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