Na contagem regressiva para a COP 30, Governo do Pará intensifica obras estruturantes em Belém
Evento internacional coloca a capital paraense no centro do debate sobre meio ambiente e deixa à população obras essenciais à saúde, mobilidade, cultura e turismo
A contagem regressiva para a COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas) já definida como a COP da Floresta, já começou. Desde que o Governo Federal anunciou a confirmação de Belém como sede do maior evento sobre o clima do planeta, durante a COP 28, em Dubai (Emirados Árabes), o Governo do Pará colocou em prática um planejamento minucioso, que inclui a execução de cerca de 30 obras estruturantes em eixos estratégicos, como mobilidade, saneamento, desenvolvimento urbano, turismo e conectividade.
Com o objetivo de preparar Belém para sediar a COP 30, em novembro deste ano, o Governo do Pará realiza a maior intervenção pública que a capital paraense presenciou nas últimas duas décadas. Dezenas de obras que mudam positivamente a paisagem, deixando um legado para a população muito além dos dias do evento, ao garantirem uma cidade mais sustentável e equitativa a seus mais de 1,3 milhão de habitantes.
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A COP 30 reunirá representantes de mais de 190 países para debater e estabelecer acordos destinados a reduzir emissões de gases do efeito estufa, a fim de reduzir os impactos das mudanças climáticas. Pela primeira vez sediada no Brasil, especificamente e na Amazônia, a COP 30 será um marco de revisão do Acordo de Paris, celebrado há uma década, colocando Belém no centro das atenções globais.
Para o governador Helder Barbalho, a conferência é um momento especial. “A COP 30 é uma oportunidade única para mostrar ao mundo que desenvolvimento e sustentabilidade caminham juntos. O evento de novembro deste ano também marca os 10 anos do Acordo de Paris, e Belém estará no centro disso tudo. O Pará está se preparando com infraestrutura moderna e estratégica, que trará benefícios diretos à população e projetará o Estado como protagonista das discussões climáticas mundiais”, ressalta Helder Barbalho, que também preside o Consórcio da Amazônia Legal.
Obras estruturantes
Na área de saneamento, o Governo investe na revitalização das bacias do Tucunduba, Una e Tamandaré, com intervenções em 13 canais, um dos quais já entregue totalmente reconstruído no dia 6 de janeiro: o Canal da Timbó, no bairro do Marco, a primeira grande obra concluída para a COP 30.
Do projeto constaram serviços de retificação do canal, asfaltamento, rede de abastecimento de água, rede de esgoto sanitário, nova rede de drenagem pluvial, e ainda construção de duas passarelas, uma ponte, ciclofaixas e intervenções que melhoram a urbanização viária.
Durante a entrega do Canal da Timbó, a vice-governadora do Pará e presidente do Comitê Estadual da COP 30, Hana Ghassan, reforçou que as obras serão um legado permanente para a cidade, beneficiando todas as camadas sociais.
No entorno das bacias do Tucunduba, Una e Tamandaré moram mais de 500 mil pessoas, que serão beneficiadas por investimentos que representam saúde e cidadania, como saneamento e esgotamento sanitário, valorização imobiliária, segurança e qualidade de vida.
“Essa entrega representa mais do que uma obra de infraestrutura. Ela simboliza um compromisso do Governo do Pará com o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da nossa população. Ao revitalizar essas áreas, estamos devolvendo dignidade e promovendo a saúde pública, além de preparar Belém para receber o mundo na COP 30. Este é um marco que reflete o nosso esforço contínuo em garantir que cada cidadão tenha acesso a serviços básicos de qualidade, e viva em uma cidade mais justa e inclusiva”, assegura Hana Ghassan.
Outra obra de saneamento entregue é a primeira etapa do Canal da Gentil Bittencourt, no dia 12 de janeiro (domingo), marcando os 409 anos de fundação da capital paraense. Na Gentil está um dos 12 canais secundários da Bacia do Tucunduba. No trecho de 551 metros do canal, entre a Travessa Teófilo Conduru e Rua da Olaria, o Estado entregou retificação e redes de fornecimento de água, coleta de esgoto e drenagem.
Além desses avanços, importantes avenidas de Belém estão sendo reestruturadas, como a Visconde de Souza Franco, que já registra 51% de obras concluídas da Nova Doca, e a Almirante Tamandaré, com 47% dos serviços realizados. Essas obras contemplam a recuperação dos canais e seus leitos, além da criação de parques lineares, que se transformarão em espaços de lazer e convivência nos bairros do Reduto e Cidade Velha.
Segundo o secretário de Estado de Obras Públicas, Ruy Cabral, essas obras são fundamentais contra alagamentos e na melhoria da qualidade de vida dos belenenses. “O Governo do Pará segue avançando no maior programa de macrodrenagem da história de Belém. São obras de extrema importância, pois trazem um resultado positivo imediato na melhoria da qualidade de vida da população. Além da infraestrutura e mobilidade, investimento em saneamento garante mais dignidade para as pessoas que eram afetadas pelos alagamentos, perdendo muitos dos seus bens materiais por conta disso, ressalta o titular da Seop.
Ver-o-Peso
O Governo do Pará iniciou em novembro de 2024 a primeira intervenção sanitária em quase 400 anos de existência do Complexo do Ver-o-Peso, principal referência turística da capital paraense. O projeto prevê a instalação de um sistema de saneamento com mais de 4 quilômetros de rede de esgotamento sanitário, para coleta e tratamento adequado dos esgotos dos imóveis e estabelecimentos comerciais, beneficiando diretamente quem mora e trabalha no maior complexo de feira livre e mercados da América Latina.
“O principal cartão-postal da cidade não poderia ficar de fora das ações do Governo do Pará, que prepara Belém para receber a COP 30. Com quase 400 anos de história, esta é a primeira vez que o Ver-o-Peso receberá um sistema de saneamento. Serão mais de 60 mil cidadãos e cidadãs beneficiados com a melhoria na qualidade de vida”, destaca Adler Silveira, secretário de Estado de Infraestrutura e Logística.
Parque da Cidade e Porto Futuro II
O volume de investimentos para a COP 30 também inclui dois grandes projetos urbanísticos: o Parque da Cidade e o Porto Futuro II. Principal centro da programação da Conferência, o Parque da Cidade está com 73% das obras concluídas, no espaço do antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio.
Já considerado uma das maiores intervenções urbanas dos últimos 100 anos na cidade, o Parque terá 500 mil metros quadrados, abrigando o Museu da Aeronáutica, Centro de Economia Criativa, Boulevard Gastronômico, ciclotrilha e ecotrilha, áreas verdes preservadas, lago artificial, estação de tratamento de esgoto e instalações esportivas voltadas ao lazer, cultura, arte e promoção de bem-estar.
"O Parque da Cidade é um símbolo do novo momento de Belém. Além de sediar a COP 30, o espaço será um legado cultural, ambiental e turístico para a população”, ressalta Bruno Chagas, secretário-adjunto de Cultura e membro do Comitê Estadual da COP 30.
Já no Porto Futuro II, que atinge 61% de conclusão, o Estado revitaliza cinco galpões, que se transformarão em um complexo de lazer e gastronomia. O espaço será uma das referências locais de valorização da cultura popular, do patrimônio imaterial, da história amazônica, das experiências gastronômicas e da biodiversidade do Pará, contendo o Museu das Amazônias e o Parque de Bioeconomia.
“O Centro de Bioeconomia será um polo de conhecimento, valorizando a biodiversidade amazônica e impulsionando soluções sustentáveis, que conectam tradição e inovação”, informa Raul Protázio Romão, secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Hospedagem e turismo
Para receber os milhares de visitantes durante a COP 30, o governo estadual trabalha em conjunto com os governos federal e municipal, e a iniciativa privada, implementando soluções para aumentar o número de leitos e atender à demanda do evento.
A rede hoteleira de Belém está sendo ampliada, com a instalação de hotéis de luxo, como os da franquia Tivoli, no antigo prédio da Receita Federal, e Vila Galé, na área portuária de Belém, de frente para a Baía do Guajará.
A chegada de novos players ao setor de hotelaria em Belém se deve à viabilização de investimentos para reforma e ampliação, por meio do Fungetur (Fundo Geral do Turismo), liberado pelo Banco do Estado do Pará (Banpará).
Para apoiar a modernização de hotéis, pousadas e hostels já existentes na cidade, o governo do Estado garantiu isenção de ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) nas compras internas e interestaduais para vários equipamentos, como frigobar, televisão, ar-condicionado e mobiliário.
“Além de atender à COP 30, esses novos hotéis impulsionam o turismo e fortalecem o Pará como um destino internacional. Estamos criando estruturas permanentes, que vão transformar a economia e a imagem da região”, destaca Lucas Vieira, secretário-adjunto de Turismo.
A oferta de leitos para a COP 30 ocorrerá principalmente por meio de hospedagens temporárias, estruturadas para que se tornem permanentes. O Estado realizou parcerias com as plataformas Booking.com e Airbnb. Em 2024, o Airbnb já registrou ampliação de 54% de imóveis cadastrados.
Outra solução adotada pelo Governo do Pará, em parceria com o Governo Federal, é a utilização de navios-hotel como alternativa de hospedagem aos participantes da Conferência. O porto de Outeiro (distrito de Belém), sob a responsabilidade da Companhia Docas do Pará (CDP), da esfera federal, receberá navios de cruzeiros com mais de 300 metros de comprimento. Já o Terminal Hidroviário Internacional de Belém, que está sendo construído, terá ancoragem para embarcações com até sete metros de calado.
“Essa iniciativa reforça nosso compromisso em oferecer soluções logísticas eficientes e sustentáveis, alinhadas à importância de sediar um evento de relevância global, como este. Além disso, o Terminal se tornará um legado para o desenvolvimento do turismo e das conexões hidroviárias da região, fortalecendo a integração e a economia local”, garante Josenir Nascimento, presidente da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará.
O Governo do Pará também investe na adaptação de 17 escolas públicas, para se tornarem alternativas de hospedagem no padrão hostel, e na Vila COP 30, construção modular de alto padrão, que será transformada em centro administrativo depois da COP.
Mobilidade
O BRT Metropolitano é a maior obra de mobilidade da Região Metropolitana de Belém. Além de reestruturar mais de 10 km da Rodovia BR-316, entre a capital e o município de Marituba, o projeto inclui dois viadutos na malha rodoviária. O primeiro - entregue em dezembro de 2024, com 720 metros de extensão -, é o viaduto da Alça Viária, que possibilita aos condutores que trafegam no sentido Belém e no sentido Marituba seguir sem necessidade de fazer retorno, tornando o trajeto mais ágil.
Em consonância com as diretrizes de sustentabilidade, o sistema do BRT Metropolitano contará com ônibus Euro 6, mais modernos e com baixa emissão de gases de efeito estufa, e também com ônibus elétricos, garantindo maior segurança e comodidade aos passageiros. Os primeiros seis veículos elétricos já foram entregues ao Estado no dia 9 de janeiro. Os demais chegarão para garantir a mobilidade durante a Conferência.
Outras obras de preparação para a COP 30 incluem a ampliação da Rua da Marinha e reestruturação de mais oito vias, como as avenidas Duque de Caxias, Visconde de Souza Franco e Tamandaré, facilitando a mobilidade e reduzindo congestionamentos.
Qualificação
Além das obras, o Governo do Pará criou o Programa Capacita COP 30, que oferece 64 cursos de qualificação ligados às áreas de turismo, infraestrutura e serviços. O Programa já contabiliza 4,5 mil trabalhadores capacitados.
"O ‘Capacita COP 30’ é mais do que um programa de qualificação profissional. É uma iniciativa estratégica, que reflete nosso compromisso em preparar o Pará para receber um evento de magnitude global. Com a capacitação, estamos não apenas assegurando o sucesso da COP 30, mas também deixando um legado duradouro de desenvolvimento humano, profissional e econômico aos paraenses”, afirma a vice-governadora Hana Ghassan.
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