COP 30: Pará garante R$ 680 milhões para Parque da Cidade e Porto Futuro

A vice-governadora do Estado, Hana Ghassan, detalhou em entrevista ao Grupo Liberal as principais ações do Comitê Estadual para a COP 30 em Belém

Daleth Oliveira
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Os preparativos para a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30, que será realizada em Belém em 2025, já começaram no Pará. Em conversa com a reportagem do Grupo Liberal, a vice-governadora do Estado, Hana Ghassan (MDB), que preside o Comitê Estadual para o evento com coordenação da vice-governadora, contou que Governo já garantiu R$ 680 milhões em recursos para executar duas das principais obras para o evento, o Parque da Cidade e a segunda etapa do Porto Futuro.

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“Já demos início a duas grandes obras que são importantes e que vão se conectar ao grande evento: o Parque da Cidade e a segunda etapa do Porto Futuro. Além do Hangar, o Parque da Cidade também vai receber as reuniões temáticas da COP. Então, em 28 meses, já teremos as obras em estágio bem avançado de conclusão para receber a COP. Já o Porto Futuro, que já é um grande equipamento urbanístico da nossa capital, será também um ponto de grande apoio para as reuniões da COP. Este é um projeto que o Estado já estava trabalhando e culminou com o anúncio da COP. As duas serão feitas com recursos exclusivos do Estado”, conta a vice-governadora.

O Parque da Cidade será construído na área do antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio, no bairro da Sacramenta, em Belém. De acordo com o Governo do Pará, o espaço terá mais de 500 mil metros quadrados de obras construídas, além de uma área paisagística de 50 hectares, contando com Centro de Economia Criativa, Centro Gastronômico, cinema, estúdio de gravação musical, mercado de produtos regionais, biblioteca, fonoteca, praça de alimentação, a praça marajoara e um ateliê multiuso. Haverá ainda uma Torre de Contemplação, um templo ecumênico, o “Oratório da Água e da Luz”, um Teatro Multiuso, palcos interno e externo e uma Praça de Exposição de Aeronaves, que manterá viva a memória do Aeroporto Brigadeiro Protásio e do Aeroclube de Belém.

Abrindo novas janelas para a Baía do Guajará, a segunda etapa do projeto Porto Futuro prevê restauração de sete galpões, para torná-los espaços de geração de emprego e renda a partir de atividades ligadas à cultura, à economia criativa, ao turismo e ao desenvolvimento de negócios sustentáveis baseados na biodiversidade da região amazônica.

Aprendendo com outras COPs

Criado no último mês pelo governador Helder Barbalho (MDB), o Comitê Estadual para a COP está em fase inicial, com 13 membros que devem ser multiplicados nos próximos meses, afirma Hana Ghassan. Ela explica que o momento agora é de aprendizado com outras cidades e instituições que já realizaram outras COPs, a fim de traçar planos para a vez de Belém.

“Por meio da consultoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), neste momento estamos buscando a experiência de outros grandes eventos que foram realizados, pois essa fundação já participou da Copa do Mundo, Olimpíadas e Jornada  Mundial da Juventude, ou seja, de todos os grandes eventos que o Brasil já recebeu. Além disso, também estamos estudando a realização das últimas COPs, para sabermos como as cidades sedes se prepararam, o que precisamos fazer nos próximos meses e que precisamos dar atenção”, falou. 

Mais que a COP, a coordenadora do comitê afirma que o Estado está preocupado em deixar para a população da Região Metropolitana de Belém um legado de infraestrutura, sustentabilidade e econômico. “A gente não está trabalhando apenas para os 15 dias do evento. A nossa maior preocupação é em relação à pós-COP, pois queremos deixar um legado para o nosso povo. Sabemos que a partir desses investimentos, vamos gerar empregos, renda, mobilidade urbana, saneamento, espaços de lazer, cultura e enfim, benefícios que vão contribuir para a melhoria da qualidade de vida da nossa gente”, declara Ghassan.

“A consultoria está produzindo um plano de ação para que a gente possa detalhar como vai funcionar a questão da hospedagem, por exemplo. Quais são as alternativas para ampliar o número de leitos para recebermos o grande número de pessoas que estarão aqui. Todas as cidades que receberam a COP ou outros grandes eventos precisaram passar por esse processo. Nenhuma cidade estava totalmente pronta para receber um volume tão grande de visitantes ao mesmo tempo. Mas nós estamos há 28 meses da COP, então a gente tem tempo para se preparar”, destaca a vice-governadora.

Hotelaria é desafio

A hotelaria é um dos principais pontos discutidos pelo Comitê da COP, aponta Hana Ghassan. Segundo a coordenadora, o Estado está buscando financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor privado ter condições de aplicar investimentos em novos leitos.

“Nós temos várias alternativas sendo estudadas pela consultoria da FGV e vamos juntos encontrar as melhores soluções para ampliação da nossa rede de hotéis. Destaco que não estamos contando apenas com estadias em Belém, mas também, todas as existentes na Região Metropolitana e até em Salinas”, diz Ghassan.

Hana cita ainda outros tipos de estadias que devem ser estimuladas pelo Governo do Estado como o “Airbnb”, em que uma família pode alugar um quarto disponível da casa para um visitante, por exemplo. “Consideramos também o uso de barracas de camping, só que de forma mais sofisticada”, exemplifica.

Mais voos para o aeroporto de Belém

O aumento dos voos de entrada e saída da capital paraense é outro ponto importante do plano de ação para a COP 30. Hana diz que após o Aeroporto Internacional de Belém ter passado para a iniciativa privada, o Governo do Estado pede à empresa espanhola Aena Desarrollo Internacional, que ganhou a concessão por leilão, para que investimentos no local sejam acelerados.

“O governador já esteve no Ministério dos Portos e Aeroportos para que o Governo Federal possa dialogar com a empresa que ganhou a concessão, para que ela antecipe investimentos no nosso Aeroporto Internacional. Com isso, vamos conseguir trazer um número maior de voos e dar cobertura para a COP 30”, relata.

Requalificação de avenidas de Belém

Com o objetivo de melhorar a mobilidade urbana da capital, Hana informa que o Governo do Pará deve requalificar 13 avenidas de Belém. “Vamos melhorar os nossos corredores viários, com fiação subterrâneas e aumento da fluidez no trânsito para dar acesso aos lugares da COP. Também vamos requalificar as avenidas Visconde de Souza Franco e Tamandaré, que não dão acesso aos locais do evento, mas são importantes para a nossa cidade”, aponta.

“A gente tem que deixar um legado para o Pará, para Belém. Então, projeto nós temos. Agora, estamos buscando recursos para viabilizar as execuções contando com a união e trabalho das três esferas, federal, estadual e municipal”, finaliza a vice-governadora.

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