Cop 30 aquece aluguel de imóveis em Belém, veja como empreender no segmento

No ano da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cop 30), em Belém, a demanda por hospedagem na capital cresce cada vez mais. Essa movimentação criou a oportunidade perfeita para novos empreendedores que se arriscam com o aluguel de imóveis, segmento que viu os preços saltarem após o anúncio do encontro climático. A empreendedora Kelly Vasconcelos, que está entre as proprietárias que buscam capacitação, projeta faturar a partir de R$ 10 mil para um período mínimo de sete dias nos seus imóveis durante a conferência, prevista para ocorrer de 10 a 21 de novembro.

Precificar o seu imóvel, em especial, quando se lida com estrangeiros que possuem um idioma e uma moeda diferente, pode ser um desafio a mais na hora de alugar. A empreendedora explica que em um período normal cobra uma diária de em média R$ 280, mas em períodos de alta procura, como o Círio de Nazaré, o valor chega a R$ 980. Durante a Cop 30, sua expectativa é triplicar os lucros, mas ainda aguarda o lançamento do site oficial do evento, onde será indicado uma base de preços.

Segundo ela, a melhor referência até o momento é a experiência da última conferência, a Cop 29, realizada no Azerbaijão, com uma média estabelecida entre US$ 50 e US$ 5 mil (R$ 301 a R$ 30 mil). Os valores também são diretamente afetados pela oferta de hospedagens em relação à demanda de hóspedes e também pelo tipo do imóvel.

Vasconcelos também buscou capacitações para aprimorar suas estratégias de locação. Ela é uma das participantes da capacitação ofertada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para interessados na modalidade de aluguel por temporada durante o evento. O curso é fruto da parceria com a plataforma de estadias internacional, Airbnb, que, em resposta ao Grupo Liberal, informa que desde a aproximação com o governo do estado e demais parceiros, o número de anfitriões cresceu significativamente.

“Em novembro de 2023, o Governo do Pará e o Airbnb anunciaram uma parceria para fortalecer o turismo e o desenvolvimento econômico em preparação para a COP 30, em Belém. Em um ano de parceria, a oferta de leitos disponibilizados por anfitriões na plataforma teve um aumento de 54% em Belém e região, saltando para 5.210 leitos disponíveis”, afirma a plataforma.

O que precisa para alugar seu imóvel?

A proprietária enfatiza a facilidade para colocar imóveis à disposição do aluguel, em especial, pela não exigência de documentações exageradas ou burocracias que atrasem o processo. “Quando você abre uma conta no Airbnb, tu podes ser viajante ou você quem aluga, nesse caso você vai criar um anúncio do seu imóvel e colocar as fotos, o que você oferece para o hóspede e descrever tudo”, explica.

Embora não haja nenhuma formalidade contratual com a plataforma, ela chama a atenção para a responsabilidade de cada locador. Isso porque cada prédio possui convenções com regras diferentes e, na sua própria experiência, já precisou lidar com resistências quanto ao aluguel por temporada nos lugares onde possui imóveis. Nesses casos, basta que as regras do prédio ou condomínio não limitem a locação temporária, o que ela lembra ser menos comum nos empreendimentos mais antigos.

A estrutura dos imóveis também foi parte da sua preparação para alugar. Ela explica que antes de disponibilizar os apartamentos, precisou realizar investimentos e equipar os lugares para que os locatários se interessassem em alugar. Uma demanda forte entre os locatários que vem de fora do país ou das demais regiões são: chuveiro elétrico e ar condicionado.

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Que tipo de imóvel pode ser alugado?

“Qualquer pessoa com um quarto ou espaço inteiro disponível pode anunciar no Airbnb.” Assim descreveu o Airbnb sobre os critérios de locação. Mas a plataforma ressalta que isso se aplica desde que o objetivo do anúncio seja exclusivamente receber hóspedes em sua acomodação. Além disso, é importante que a descrição do imóvel seja a mais fiel à realidade possível.

Entre as variedades de imóveis que podem ser alugados, uma dúvida comum é quanto à sublocação ou limitações em casos de espaços não quitados. A empreendedora, que atualmente possui dois imóveis para locação, relata que apenas um deles é próprio. O outro está sublocado, quando um inquilino aluga o imóvel para outra pessoa não mencionada no contrato original.

A prática é legalmente aceita desde que o proprietário do imóvel esteja de acordo e ciente de toda a movimentação. No caso da empreendedora, tudo foi acertado com o dono do apartamento, não havendo sequer cobranças extras por conta da transação.