A ética como fiel da balança às escolhas e decisões na sociedade da infotecnologia Océlio de Morais 09.04.24 9h42 A ética é um dos valores mais desafiantes da condição e da natureza humana. Todos os dias ela está na balança das escolhas e das decisões humanas. A natureza humana diz respeito à capacidade intelectiva que diferencia os seres humanos dos animais irracionais. A condição humana é relativa à característica ou aspecto que determina o caráter, a partir das escolhas. Então, a condição humana, como um traço típico da natureza humana, pode ser referência ética ou não ética, quando se elege a virtude como plano de vida ou quando, por outro lado, se escolhe o vício ou a desvirtude ou a indignidade como meta pessoal. A partir da capacidade das escolhas, todos os dias e todas as horas, e por toda a existência, cada pessoa trava uma batalha no seu íntimo entre ser ou não ser ético; cada pessoa se defronta com o dilema de manter os limites éticos ou romper os limites entre o certo e o justo (como valores) e a ignomínia (o opróbrio) que gera a injustiça. Este é um dilema existencial ou o dilema da consciência, que coloca a pessoa diante de dois conceitos: um, aquele que ela faz de si mesma, folheando as páginas do livro de sua história; outro, o conceito que – por suas escolhas e atitudes – a pessoa projeta ao seu círculo social. O conceito que cada um faz de si mesmo, quando a pessoa é minimamente ética, sempre a coloca diante da autocrítica que a desafia a melhorar – desafio que promove a elevação de seus valores espirituais. Se, por outro lado, àquele que define suas escolhas e ações pela desonestidade ou pela desonradez, o conceito que fará de si mesmo será uma espécie de simulação ou escárnio do que é certo e do que é justo. A consciência estará tão anestesiada e afetada pela corrupção das coisas, que não se importará com os valores da honra, do decoro e da integridade. Já o conceito que cada pessoa amealha no seio da sociedade precisa ser entendido sob dois aspectos: um, sob o conceito do que é captado e difundido a partir da verdade de sua história pessoal positiva ou da sua história corrompida. Na sociedade da infotecnologia, onde muitas narrativas são construídas para promover a disrupção dos valores conforme os interesses ideológicos manipulatórios, a ética pode ser o fiel da balança da tríade comportamental relacionada ao querer fazer, ao poder fazer e ao dever fazer. A ética como o fiel da balança vai sopesar os pesos da verdade (certo/justo) e da mentira (fraude/má-fé) nas duas bandejas. A ética, então, é uma espécie de verdade consciente acerca do fato real. O fato real é aquele que é e não aquilo que se interpreta do fato. O fato real é a verdade. A verdade – a palavra já o diz – é tudo aquilo que está em consonância com os fatos ou com a realidade; portanto, a verdade é oposta à mentira, à falsidade, à fraude e à má-fé. Eis, portanto, um dos maiores dilemas da condição humana, senão o maior: o desafio incessante de vencer na vida com ética e de ser respeitado na vida pela sua história ética. Trilhar esse caminho é, verdadeiramente, árduo; mas de forma bem consciente precisamos, como princípio inteligente, saber escolher entre o ético e não ético para poder viver com paz de espírito. ----------------------- ATENÇÃO: Em observância à Lei 9.610/98, todas as crônicas, artigos e ensaios desta coluna podem ser utilizados para fins estritamente acadêmicos, desde que citado o autor, na seguinte forma: MORAIS, O.J.C.; Instagram: oceliojcmoraisescritor Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas ocelio de morais COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Océlio de Morais . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM OCÉLIO DE MORAIS OCÉLIO DE MORAIS O tempo fugaz que se dispõe para aprender com o tempo e com as pessoas 15.10.24 9h34 OCÉLIO DE MORAIS O dinheiro pode comprar quase tudo, menos as virtudes da prateleira ética 08.10.24 10h30 OCÉLIO DE MORAIS Sociedade sem sentimentos, a sociedade mecânica: problemas da biotecnologia, desafio à bioética 24.09.24 8h00 Océlio de Morais Para quem estendemos o tapete vermelho: para as escolhas ética ou antiética? 17.09.24 10h00