Resposta pronta Linomar Bahia* 05.01.25 8h00 O Brasil tem sido classificado como o pais da piada pronta, pelas frequentes ações e decisões oficiais que contrariam o bom senso e desafiam os mais elementares princípios da racionalidade. Volumes e variedades tão abundantes de bobagens têm alimentado motes no jornalismo e a edição de inúmeros livros, por isso transformados em “best sellers” que rivalizam com publicações de fundo humorístico e seriam facilmente enquadrados nas condições estabelecidas pelo saudoso Stanislaw Ponte Preta para figurarem no “Febeapá”, o Festival de besteira que assola o pais”. São comuns em todos os meios de comunicação tantas impropriedades verbais que se vê e se ouve a cada momento, em discursos e proposições sem nenhum nexo, nem sentido prático e nenhuma coerência com atos e fatos. Engrossam a cada dia o arsenal de disposições, mais notáveis nos textos legais. São comparados às vacinas que “não pegam”, muitos deles presentes em vários dispositivos da própria Constituição Federal, fadados a jamais serem regulamentados, muito menos aplicados, facultando virem a ser transgredidos e flexibilizados, como têm ocorrido com frequência. Mentiras e grandiloquência das palavras e expressões pomposas e rebuscadas para impressionar pontificam no país desde o descobrimento e nas cartas de Pero Vaz de Caminha. Ganharam fama a partir da famosa “guerra da lagosta” entre os anos de 1961 e 1963, quando o Brasil acusou pescadores franceses de invadirem as águas territoriais brasileiras para capturar os crustáceos. Além do nome jocoso, a imprensa francesa ridicularizou ainda mais no concurso para definir se a lagosta andava ou nadava no fundo do mar, reforçando o epíteto de que o “Brasil não é um país sério”. A cada passagem se ano, floresce a esperança de que tudo pode melhorar, inspirando poetas e cantadores, nas passagens de Ano, mas nem sempre ou, pelo que se constata, quase nunca, ouvidas e seguidas pelos que deveriam ser os interpretes no exercício dos mandatos para os quais são eleitos e reeleitos e nos órgãos que lhes são confiados. Pelo contrário, ao fim de cada exercício tem sido repetida a frustação das expectativas, contribuindo para ser “o país da piada pronta” e aumentando o pessimismo que pesquisas na passagem de ano incluiu mais da metade da população. Nunca será demais procurar virar esse jogo, quando as últimas eleições municipais e as consequentes posses registraram um recorde de reeleições, entre elas a quarta posse do prefeito do Rio de Janeiro. Sinaliza que também se pode dar resposta pronta pela premiação dos que honraram o mandato anterior, servindo de exemplos como merecedores do novo período, ao mesmo tempo em que condenou os derrotados, muitos sem cumprirem sequer metade do que prometeram. Restam os desejos de que os bons signifiquem um novo tempo, enquadrando os maus na piada pronta. *Linomar Bahia é jornalista, escritor e membro das Academia Paraense de Letras, Academia Paraense de Jornalismo e Academia Paraense Literária Interiorana. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Resposta pronta 05.01.25 8h00 Linomar Bahia Facetas eleitorais 24.09.24 11h51 Linomar Bahia Lembrando Malba Tahan 12.09.24 17h38 Linomar Bahia Palavras-chave 27.08.24 12h48