Onde azeite e vinagre se misturam Linomar Bahia 14.08.22 8h00 As recentes convenções partidárias exibiram novamente as facetas que constituem as jabuticabas também cultivadas na política brasileira. Ao mesmo tempo, retratam a completa disfunção do que se convencionaria denominar de “partido”. Federações, ou quaisquer outros nomes que se deem a esses conchavos de interesses e circunstanciais, continuam desvirtuando os princípios e as funções das origens e razões de ser dos “partidos”. Enquanto tentam superar o desgaste por nenhuma identificação com as raízes, mudando as denominações, cores e logomarcas, continuam funcionando somente como meios para atingir os fins convenientes. Lembro o comentário formulado por saudoso professor de Ciência Política, preciso ao rememorar os primórdios e visar os porvires dos fatos. Sintetizou que “política é a arte de somar votos e dividir homens”, principalmente em países em que democracia e autoritarismo chegam a se confundir, como se fosse alguma outra forma de regime institucional, como no Brasil. Mais uma vez a máxima daquele mestre continua sendo corporificada nas ações e decisões de influência na vida nacional, renovando e fortalecendo as esperanças e as expectativas acalantadas pela redemocratização a partir de 1985, desperdiçando quase 40 anos nos desvãos. Na origem greco-romana, “partido” denominava um grupo de seguidores da mesma ideia, doutrina ou pessoa. Ganhou na Inglaterra do século XVIII pela primeira vez, a configuração de instituição de direito privado, formatada no partido Whig e no “partido” Tory, com o objetivo de congregar partidários de um pensamento político. A ideia de organizar e dividir os políticos em “partidos” se alastrou pelo mundo, a partir da segunda metade do século XVIII, sobretudo com o reordenamento institucional após a Revolução Francesa e pela independência dos Estados Unidos. Pela forma como se comportam os políticos e a inconsistência estrutural e filosófica dos “partidos”, teriam que ser estabelecidas novas formas de pensar e atuar no país, tarefa difícil, senão impossível, de superar os vícios em que prevalece o particular “venha a nós, ao vosso reino, nada”. Caso contrário, as legendas continuarão sendo seres mutantes, perdendo cada vez mais a identidade ideológica, como meras figuras decorativas, sem a atender qualquer finalidade original de constituírem grupo organizado de partes comprometidas com a democracia. Composições entre legendas heterogenias, como se vê, conseguem tão somente a proeza de que as uniões dos contrários seriam comparáveis à mistura química de azeite com vinagre. Além do que, o absurdo número de 33 partidos resulta numa sopa de letrinhas, em que se misturam e simulam conviver os tantos ideologicamente inodoros ditos de “esquerda”, “direita”, “centro” ou nenhum eles. Em meio a tudo, os cinco bilhões de fundo partidário, o objeto do desejo, do qual o povo é o único que não participa, embora a Constituição sofisme ser o dono. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Facetas eleitorais 24.09.24 11h51 Linomar Bahia Lembrando Malba Tahan 12.09.24 17h38 Linomar Bahia Palavras-chave 27.08.24 12h48 Linomar Bahia Os “xis” das questões 26.04.24 11h56