Controle da comunicação Linomar Bahia 06.03.22 8h00 Esse tem sido o sonho de consumo de poderosos no Brasil, como agora, quando a democracia sofre arranhões em seus preceitos fundamentais. Nestes tempos, em que o país parece estar em permanente campanha eleitoral, mais uma vez aflora esse desejo de controlar todos os canais de comunicação existentes ou que venham a existir, submetendo ao bel prazer dos poderosos de plantão o que deve ser lido, visto e ouvido pelos brasileiros. Ainda não conseguiram, graças à blindagem das sete constituições já promulgadas no país, contra essa obsessão tutelar, deixando tais propósitos censores nas más intenções. O cerceamento da livre manifestação do pensamento sempre foi típico dos regimes ditatoriais, salvo em situações episódicas. Já na redemocratização, o então ministro da Fazenda foi flagrado dizendo que “o que é bom, a gente mostra; o que é ruim, a gente esconde”, vazado de conversa informal num estúdio de televisão no intervalo de uma entrevista. Em 1939, com o advento da ditadura getulista, no chamado “Estado Novo”, foi criado o DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda, para “realizar a propaganda oficial do governo e censurar as informações”, extinto em 1945, com a decadência daquele regime. Seguia o modelo hitlerista, na segunda guerra mundial, mostrando uma Alemanha próspera e feliz, com a supremacia da raça ariana e o ministro Joseph Goobels propagando que “uma mentira, repetida muitas vezes, com aparente convicção, adquire foros de verdade”. As estratégias fundamentais do DIP criaram os similares nazistas, inclusive aproveitando a penetração do rádio com a “Hora do Brasil”, posteriormente e até hoje denominada de “A voz do Brasil”, mantendo 83 anos depois, o mesmo horário das 19 horas, embora o conteúdo democratizado, com espaços abertos a todos os Poderes e ideologias. Policiamento de veículos e meios de maior apelo popular, como novelas, peças teatrais e até composições musicais, voltou com a revolução de 64, utilizando as mesmas formas de isolamento e punição de opositores, algumas ente trágicas e cômicas. Compositor que teve quebrados os dedos das mãos, ironizou classificando de imbecis os que pensavam que “escrevia com as mãos”. Eu mesmo fui mandado prender por um prefeito, querendo saber a fonte de uma façanha suspeita que publiquei. O “Estadão” manteve o título “Novo ritmo na Agricultura” em matéria censurada, complementando “Agora é samba”. Intenções censoras têm mostrado frequentemente as suas garras, disfarçadas, sob variadas formas de “controle da mídia”, inclusive nas exclusões de elementos e punição inconstitucionais de autores. Paradoxalmente, seus praticantes têm sido justamente aqueles que se autoproclamam democratas e têm, entre seus deveres, proteger as liberdades que condenam. Regular a mídia frequentou muitos desejos, voltando, agora, pela própria pregação de candidatos, confirmando o sonho de consumo que não gostam de notícias que lhes desagradem, preferindo a propaganda e a publicidade, mesmo quando enganosa. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Facetas eleitorais 24.09.24 11h51 Linomar Bahia Lembrando Malba Tahan 12.09.24 17h38 Linomar Bahia Palavras-chave 27.08.24 12h48 Linomar Bahia Os “xis” das questões 26.04.24 11h56